Para ministros do STF, tanto petista como Mendes erraram, mas para o "JN" Lula mentiu e o que Jobim tem a dizer não interessa. É por isso que a imprensa brasileira não tem crédito.
Para ministros do STF, tanto petista como Mendes erraram
VALDO CRUZDE BRASÍLIA
Um encontro em nada recomendável, da parte de ambos os lados, diante da conjuntura que cerca o Supremo Tribunal Federal no ano de julgamento do mensalão.
Tal comentário circula no STF em reprovação à iniciativa de Lula e de Gilmar Mendes de se reunirem no escritório de Nelson Jobim.
O ex-presidente, com interesses diretos no julgamento, deveria ter calculado melhor os riscos políticos de tal encontro. Deu no que deu, o tiro saiu pela culatra, seja lá o que tenha dito ao ministro.
Da parte de Gilmar Mendes, ele sabia muito bem que, ao aceitar trocar um dedo de prosa com Lula, o tema mensalão seria posto na mesa. A prudência recomendaria evitar tal abordagem, o que implicaria recusar o encontro.
Lula e Gilmar Mendes, porém, decidiram se encontrar em abril. Nenhum dos dois é neófito na política. Muito pelo contrário, conhecem de perto como manobrar o campo das intrigas brasilienses.
Sabem, muito bem, que ninguém solicita e vai a um encontro desses sem interesses particulares e específicos no colóquio. E que, se revelado, gera muito dissabor.
Ainda mais quando um dos personagens decide usá-lo como vacina por se sentir acuado por aliados da outra parte: Gilmar Mendes tem reclamado de rumores divulgados contra ele por petistas.
O episódio virou uma guerra de versões. Talvez nunca saibamos exatamente como o mensalão foi servido no encontro. Mas que foi servido, isso foi. Daí a reprovação de ministros do STF ao fato.
Não que os membros da corte devam viver isolados do mundo. Mas há temas que demandam total reserva e cautela. Tanto da parte do interessado como do julgador.
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