terça-feira, 29 de maio de 2012

pela regulação do cartão de crédito

O transatlântico se move…

Argamassa. O corte das taxas do crédito imobiliário ajuda a manter o nível de emprego. Foto: Filipe Araújo/AE
Circulou recentemente uma pesquisa da Fecomercio, a federação paulista de lojistas, sobre o custo do crédito no Brasil. Causaram espanto as taxas cobradas, a começar pelas faturas atrasadas dos cartões de crédito, de três dígitos, exatos 238% na ocasião. Mas também o cheque especial, que em março passado bateu 185% anuais, alta de 2,2 pontos em relação ao mês anterior.
Os indicadores chamaram a atenção do economista chileno Gabriel Palma, professor da Universidade de Cambridge, ainda que ele seja um profundo conhecedor dos caminhos e descaminhos das economias latino-americanas, seu objeto de estudos há décadas. Olhou a fatura do seu cartão de crédito inglês, constatou que pagaria no máximo 30% ao ano, uma diferença abissal.
“O que acontece no Brasil é algo anormal, é um equilíbrio perverso onde se empresta pouco e se ganha muito. Em um país- civilizado, essas taxas de juro deveriam ser consideradas ilegais. E, na verdade, em alguns países isso é ilegal. Mesmo no Chile, com muitos defeitos semelhantes aos brasileiros, a taxa média nos cartões equivale a um terço do cobrado no Brasil e já é alta. No último balanço global do Santander, a distribuição regional dos lucros indicou que no Brasil ele foi equivalente ao dobro dos ativos que possui no País. Na Espanha e no Reino Unido, de apenas 50% dos ativos. E não por causa da crise econômica, mas porque há regulação e concorrência.”
*Leia matéria completa na Edição 695 de CartaCapital, já nas bancas

Nenhum comentário: