Dilma tem vantagem de não ostentar projeto de poder
Marcos Coimbra acredita que presidenta vai tão longe quanto puder na tentativa de formar um novo modelo de administração política do país
O diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, acredita que os partidos de oposição deveriam deixar para trás os “maus ensinamentos” do convívio político e apoiar a tentativa de mudança na lógica que rege a relação entre Executivo e Legislativo. Para ele, o modelo atual determina que os parlamentares votem contra o Palácio do Planalto, mesmo que saibam que o projeto em questão é de interesse do país.
Coimbra entende que a recente aprovação do Código Florestal na Câmara não se deu unicamente pela força da bancada de representantes do agronegócio, mas pela soma de forças de oposição que gostariam de aplicar uma derrota ao governo de Dilma Rousseff. Sobre a presidenta, aliás, o analista político avalia que ela irá tão longe quanto puder na mudança do paradigma da política nacional. “A Dilma, ao contrário dos políticos tradicionais, não tem um projeto de ficar no poder. A Dilma tem um projeto de administração e ela enxerga dificuldades para executar esse projeto de administração de uma maneira bem diferente de um político mais tradicional”, afirma.
Ele acredita que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso para apurar as relações entre políticos e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pode começar a definir quais partidos estarão na chapa do PT em 2014, de amplo favoritismo. O diretor do Vox Populi avalia que as conexões entre parte da imprensa e a quadrilha ligada à exploração de jogos ilegais também precisa entrar na pauta do colegiado. “Dizer que quando alguém que questiona isso está questionando a imprensa é usar o conceito de liberdade de imprensa para se proteger, para proteger uma prática que é francamente condenável”, adverte.
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