quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ourobrás e Ferrobrás, novas estatais, urgente: lastro forte para real virar moeda internacional

Conselho Editorial Sul-Americano em 24/05/2012

VAMOS SEGUIR O POETA: QUEM SABE FAZ A HORA , NÃO ESPERA ACONTECER. A nova moeda internacional se alastra por todo o território nacional como garantia do Brasil para conferir ao real poder de troca global em escala crescente no compasso da crise mundial em que os países ricos se empobrecem relativamente aos emergentes. A terra de Tiradentes dispõe, AGORA, do poder de dar o grande passo quantitativo e qualitativo dialético: de emergente para ser potência mundial. Todos dependem das matérias primas disponíveis em território brasileiro e sulamericano, indispensáveis à manufatura global. Esta tem seus preços em queda dada a abundância da oferta; aquelas , por serem escassas, têm seus preços valorizados. Inverte-se, portanto, a correlação de forças globais. Quem determina a deterioração dos termos de troca, no mundo em que as matérias primas se valorizam e as manufaturas se desvalorizam? As moedas dos ricos que antes impunham senhoriagem sobre as dos países pobres e emergentes se tornam candidatas às perigosas desvalorizações porque não dispõem de lastro real, seguro. Por essa razão, os investidores procuram outros ativos que estão aonde, mesmo? No Brasil e na América do Sul. Trata-se, portanto, de necessidade urgente e inadiável de ação política soberana dos governos sulamericanos no sentido de protegerem seus ativos, para, com eles, exercerem o poder da senhoriagem, agora, de forma invertida. Criar as empresas estatais para administrar as reservas minerais representa construção de poder logístico e estratégico. Não dá para depender, apenas, dos empresários que exploram essas riquezas em parcerias com os sócios estrangeiros, sem compromissos com a nacionalidade, senão com os seus interesses voltados para o lucro etc. O novo jogo de forças exige novas políticas. O que são a China, a Europa e os Estados Unidos sem as ofertas das matérias primas sulamericas? Por que, então, acumular reservas em moedas desvalorizadas, em vez de apostar nas moedas valorizadas disponíveis? A presidenta Dilma Rousseff tem diante de si a oportunidade histórica de se tornar a principal líder política mundial, criando as estatais que servirão de alavanca para transformar o real na moeda de troca internacional mais cobiçada no século 21. Essa é a receita para garantir economia sustentável com distribuição da renda, investimentos e controle da inflação. Que digam os impérios em todos os tempos. É isso aí. O resto é neoliberalismo fracassado.

Diante da crise internacional

em que os ricos…

No novo mundo em que a moeda fictícia especulativa estourou a banca e jogou a economia mundial na bancarrota total, o lastro real que configura a riqueza não é mais papel emitido pelos governos, atualmente, no calor do novo crash global, falidos e desesperados, sem crédito capaz de dar segurança ao mercado financeiro, cuja disposição, ao contrário, é a de fugir deles, buscando novos ativos para sua segurança.

Onde estão esses ativos?

Claro, nas mercadorias que valorizam no compasso da demanda e da oferta delas, expressando nova correlação de forças.

Quem tem essas moedas fortes, expressão real da riqueza?

A América do Sul, especialmente, o Brasil.

Por que o governo brasileiro, em vez de continuar acumulando dólares para dispor de reservas suficientes em casos de corridas bancárias, não troca esse dinheiro volátil, incerto, candidato à desvalorização inevitável, por ouro, comprando, por meio da Caixa Econômica Federal, esse mineral, que, ainda, continua sendo grande segurança, muito mais do que papel que está perdendo valor?

perdem poder porque suas

moedas perdem valor…

Chegou a hora de a Presidenta Dilma Rousseff encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei que cria a Eurobrás e a Ferrobrás, para o governo dispor do controle efetivo dessas duas riquezas escassas que, na crise de realização das moedas fictícias, têm seus preços elevados e garantidos, porque eles são, efetivamente, os ativos reais, para os quais correm os detentores de moedas-papel cujo destino é incerto.

Incerto, por que?

Primeiro, porque há excesso, muito excesso de oferta monetária, despejada pelos governos dos países ricos, pelos seus bancos centrais, da Europa e dos Estados Unidos, para tentar amenizar os efeitos da bancarrota econômica.

Segundo, porque, excessivamente, endividados, esses governos jogam as taxas de juros no chão, para que suas dívidas internas não explodam, completamente, levando-os à hiperinflação exponencial.

Promovem desvalorização monetária para que haja, nos concorrentes, valorização monetária, de modo a transferir para os outros os seus próprios problemas.

a nova riqueza é a que dipõem

os países emergentes da…..

Os ricos, na crise, viraram expordadores de inflação.

Diante da eutanásia do rentista, em que o mundo do capital volátil, fictício, deixa de se realizar na especulação, porque as moedas se desvalorizam rapidamente, sem poder dispor do juro compensatório, os detentores desses ativos buscam, desesperdamente, desová-los para os trouxas.

Diante da oferta de mercadorias manufaturadas, industriais, superior à demanda, afetada pela escassez decrédito ao consumo, detonado pelas crises fiscais baixadas pelos governos sob pressão dos credores, o que passa a valorizar, relativamente, mais?

Evidentemente, não é mais a moeda, mas as mercadorias.

O Brasil e a América do Sul se transformam nos novos ricos do mundo em razão da nova correlação de forças que determina inversão da deterioração nos termos de troca.

América do Sul: alimentos, energia,

petróleo, gás, água, minérios, nióbio…

Antes, eram os detentores de moeda forte que impunham essa deterioração em favor deles.

Compravam com moeda forte mercadorias primárias desvalorizadas a preço baixo, impondo senhoriagem.

Acabou esse tempo com a implosão da economia monetária detonada pela especulação.

A deterioração dos termos de troca se expressa, agora, por parte de quem possui as novas moedas traduzidas em mercadorias das quais a manufatura global depende, como o ser humano depende do oxigênio para sobreviver.

As chamadas commodities, minerios, energia, alimentos, petróleo, terras raras, nióbio, água etc são as novas moedas, que dispõem de oferta farta no Brasil e na América do Sul.

ouro, regime adequado de chuvas,

configurando esse contexto…

Por isso, mais do que nunca, os governos sulamericanos precisam controlar o fluxo dessa riqueza, de forma soberana, tendo o Estado como o diriginte dos seus destinos.

Se são essas mercadorias os ativos que valorizam em relação às manufaturas que se desvalorizam pela concorrência global acirrada, por que deixar o mercado controlar, se diante da bancarrota global essa proposta soa esquizofrênica e suicida?

A criação da Ourobrás e da Ferrobrás se impõe, nesse momento, como imperativo categórico.

Ao lado da Petrobrás, da Eletrobrás, da Nuclebrás, o Governo Dilma Rousseff precisa dispor, igualmente, da Ourobrás e da Ferrobrás.

Concentrar o poder de controle sobre essas riquezas, de modo a garantir ao Estado a sua produção e distribuição, bem como a realização do seu preço, de forma soberana, representa a construção do patamar a partir do qual será alavancado o real como moeda internacional, forte.

na verdadeira moeda da qual

todos os produtores de manufatura …

O papo neoliberal não tem lugar diante das emergências impostas pela crise sobre a qual não se tem controle.

Como acreditar no mercado que é pura ficção como ficção é a moeda papel emitida sem lastro?

Diante do real ancorado no ouro, no petróleo, no ferro, no nióbio, nos alimentos, no poder energético, na oferta de água etc, que poder terão o euro, o dólar, o yuan e o ien?

Trão que se renderem, reverenciadamente, ao real, claro.

Controlar o crédito e as riquezas minerais, é isso aí.

dependem, determinando, dessa forma,

a valorização relativa delas…

O que garante  o lastro do euro, nesse momento?

Nada.

A garantia era o o consumo, mas os credores agiotas, dominando os estados europeus, impuseram aos governos políticas que destruiram a sua força.

Se derrubaram o consumo e sabendo que é o consumo que gera a arrecadação necessária para sustentar o estado do bem estar social, ancorado na moeda fictícia emitida sem lastro, onde ficou a energia, a pujança e o poder da moeda européia?

E o mesmo não se poderia dizer do dólar?

em relação ao ativo dos ricos

expresso em moeda desvalorizada…

Era a economia de guerra que dava o poder imperial o ar de sua grande graça.

Com o governo americano excessivamente endividado, sem bala para tocar novas guerras, o que fazer senão o que se propôs na reunião dos G-8 , em Chicago, semana passada, isto é, desmobilizar as ocupações guerreiras no Afeganistão etc.

Se os Estados Unidos não podem bancar novas guerras, muito menos a Europa.

As políticas de expansão monetária patrocinadas pelo Banco Central dos Estados Unidos contribuem, por acaso, para fortalecer a moeda americana?

De jeito nenhum.

Trata-se de papel que está queimando nas mãos dos seus detentores.

da qual todos fogem

por não representarem…

Correr prá onde: para o juro zero ou negativo, isto é, para o calote?

Diante do juro zero ou negativo imposto por Washington, o que fazer com o dólar, senão tentar, com ele, comprar ativos reais que se valorizam na crise?

O tesouro americano , excessivamente, endividado não pode, diante da oferta excessiva das verdinhas, enxugá-las, elevando a dívida pública.

O mercado financeiro, altamente, desconfiado da saúde das finanças públicas americanas, não mostraria nenhum interesse em comprar os títulos, mesmo porque já estão abarrotados deles.

A crise européia, que se aprofunda sem controle, significa garantia ou insegurança para esse excesso de moeda em circulação, a configura o entardecer geral do modelo monetário ancorado em dívida pública que não se rola porque não se pode mais conviver com juro positivo?

nenhuma garantia, salvo

temores gerais…

Se fossem outros os tempos, como, por exemplo, década de 1980, o que fariam os Estados Unidos diante do perigo da desvalorização do dólar, sinalizadora da queda do poder do imperio americano no mundo?

Puxaria violentamente a taxa de juro, como fizeram em 1979, elevando-a de 5% para quase 20%, a fim de estabilizar a situação.

Tio Sam não tem mais gás para fazer isso.

Naquela etapa história, quem devia em dólares, como o Brasil e toda a América do Sul, dançaram e tiveram, em seguida, que submeter ao Consenso de Washington, ou seja, aos ajustes fiscais e monetários, semelhantes aos que são impostos, agora, aos governos europeus, à Grécia.

Quem conseguiu evitar que o barco brasileiro afundasse de vez?

intensficando

por isso o nível geral…

As empresas estatais – Petrobrás, Siderbrás, Nuclebrás etc.

Com elas, representando garantia real, o então ministro Delfim Netto, do Planejamento, do Governo Figueiredo,  foi ao mercado financeiro internacional, levantou dinheiro e fechou o balanço de pagamentos que havia estourado.

Se não existissem as empresas, o que aconteceria, senão bancarrota?

Certamente, agora, se ocorresse uma situação semelhante, o governo disporia de quase 400 bilhões de dólares em reservas, para evitar corrida cambial, overshotting.

Mas, quem garante que a saúde do dólar é segurança semelhante àquela dos anos de 1980?

de incerteza que acelera

a insegurança global

A moeda de Tio Sam, em escala desvalorizativa acelerada, tende a se tornar peigosíssimo ativo candidato a virar papel de parede, como muitos já preveem, no rítimo dessa crise sinistra, que a diretora geral do FMI, Lagarde, diz ser muito mais violenta do que o crash de 1929.

Se, naquele momento, Delfim usou as estatais para levantar dinheiro no mercado e evitar a bancarrota financeira brasileira, o que representaria, agora,  o poder das estatais brasileiras – Ourobrás, Ferrobrás, Petrobrás, Nuclebrás, Eletrobrás etc – , no momento em que a situação se inverte e o dólar sinaliza derrocada de si mesmo?

Certamente, representaria o alvorecer de novo poder monetário global, com o real, ancorado nas riquezas reais, dando as cartas nas relações de troca.

Ou não?

Com esse lastro poderoso, isto é , com uma política econômica soberana que mantém controle sobre o crédito e as principais matérias primas das quais depende a manufatura global, o Brasil teria chance de dar outro passo à frente: de emergente viraria nova potência, no compasso da tragédia grega.

Categoria: (Cultura, Economia, Política)

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