DESESPERO POPULAR EM ASCENSÃO IRRESISTÍVEL. Corrida bancária na Grécia. Ângela Merkel, de início, deu uma de durona. Que a Grécia se lasque, se não pagar seus papagaios. A corrida bancária na terra de Sócrates, porém, é um presságio de que a Europa está diante do inferno financeiro, da intranquilidade geral que leva a cidadania ao desespero relativamente ao seu dinheiro. Náo há uma Linha Maginot que protege a Europa do risco grego, se esse estourar, como já estourou. Evidentemente, se a Grécia sai da zona do euro, a zona do euro já era. Por isso, La Merkel, de repente, caiu na real, depois de se encontrar com Hollande. Disse que não é conveniente que ocorra a saída dos gregos da moeda européia. A corrida bancária se estenderia aos demais países que estão entrando em crise, junto com a Grécia. Portugal, Espanha, Irlanda, Itália, também, cairiam na buraqueira financeira. O mundo já conhece essa história dramática. Em meio a essa loucura, que desata a insegurança geral, abre-se, nos Estados Unidos, o debate sobre o que fazer com o mercado financeiro. Deixa ele livre, como pregam os republicanos neoliberais radicais, ou regula o bicho, para impedir que novas loucuras sejam cometidas, como defendem os moderados liberais democratas? Do jeito que a coisa vai, com os bancos sendo alvos de corrida bancária, evidentemente, os mais interessados na intervenção estatal salvacionista serão os próprios banqueiros. Afinal, diante do salve-se quem puder, terão que declarar falência, urgente. É nessa hora que poderá ressurgir o discurso leninista segundo o qual as crises monetárias, por desatarem o medo social, atuam como propaganda do movimento socialista internacional. E a expressão efetiva de tal movimentação, na hora da crise e do desespero, é , naturalmente, o grito de ordem favorável a uma nova organização econômica. A primeira providência nesse sentido, portanto, deve ser feita por meio da estatização do crédito, como medida salvacionista, porque os mercados já comprovaram a sua ineficácia. A pergunta que não quer calar e que ninguém ousa fazer, especialmente, na grande mídia, é: o capitalismo, baleado financeiramente, com os governos falidos, aguenta nova corrida bancária? Se o capitalismo faliu, mas o socialismo não vingou, o que viria por aí, com as massas em desespero nas ruas, sem governo, como na Grécia?
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