quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sem Belo Monte, Brasil teria que construir 19 termelétricas, afirma Empresa de Pesquisa Energética

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Sem a construção de Belo Monte e sua capacidade de geração elétrica, o Brasil teria que investir em 19 usinas termelétricas, trocando a capacidade de gerar energia limpa por outra extremamente poluente, afirmou nesta quarta-feira (23), o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em debate no Senado.
Tolmasquim rebateu o argumento de ambientalistas que defendem a redução de investimentos em energia hidráulica em favor da produção eólica e a bioeletricidade. “Elas [as fontes de energia] são complementares e não concorrentes”. As duas poderiam ser utilizadas no período da seca, por exemplo, de maio a novembro, para preservar os reservatórios das hidrelétricas.
Segundo o diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), István Gárdos, estudos realizados pelo órgão alertam para uma redução na capacidade de fornecimento de energia gerada pelas hidrelétricas nos próximos anos se essa matriz energética não for ampliada.
De acordo com Gárdos, a atual capacidade de acúmulo de água pelos reservatórios, de seis meses, pode se reduzir para três meses e meio em 2019. "O que nos preocupa é a questão da perda da regularidade [no acúmulo de água no tempo das chuvas]", disse.
O superintendente de Concessões e Autorizações de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Hélvio Neves Guerra, defendeu a usina de Belo Monte e alertou que se não houver uma regularização sobre a hidrelétrica, todas as regiões do País sentirão o impacto no bolso pelo aumento no custo de energia. “Belo Monte é estratégica”, disse Guerra.
Maurício Tolmasquim classifica como “grande injustiça” as críticas de que não são tomadas providências para preservar áreas indígenas. O presidente a EPE citou a redução da capacidade máxima de geração de energia para cerca de 11 mil megawatts (MW), a fim de reduzir a área que seria atingida pelos reservatórios. Outro exemplo seria o aumento do custo da obra de R$ 2 bilhões para cerca de R$ 3 bilhões, de forma a construir um canal que disponibilizará água aos ribeirinhos em tempo de seca.
O representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Thomaz Miazaki de Toledo afirmou que o licenciamento do projeto de Belo Monte foi amplamente debatido, com participação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Miazaki ressaltou que, a partir do processo de licenciamento ambiental, não cabe mais o debate sobre alternativas de matriz energéticas, como tem servido de argumento em várias ações civis públicas impetradas para paralisar a obra.

Fonte:
Agência Brasil

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