sexta-feira, 30 de março de 2012


A TAREFA DA EDUCAÇÃO EM HABERMAS.



Na perspectiva habermasiana, a tarefa da educação deve orientar-se pelo enfrentamento crítico de todo e qualquer tipo de racionalidade, principalmente a sistêmica, para que seja revitalizada a aprendizagem social mediante o desenvolvimento da competência comunicativa, que através dos seus respectivos atos de fala, procuram se entender argumentativamente com outros participantes da interação Lingüística. A mediação comunicativa pode tornar possível a superação dos domínios do poder e levar à constituição de consensos em que as diferenças culturais se mantém tão-somente por razões de identidades próprias, por já manterem em si os princípios de uma convivência harmônica e universal. A educação do nosso tempo deve base-arse, portanto, na competência comunicativa, de tal modo que nos permita participar mais ativamente e de forma mais crítica e reflexiva na sociedade. Se pretendemos superar a desigualdade que gera a exclusão das pessoas que não têm acesso ao universo cultural global, devemos pensar sobre que tipo de habilidades estão sendo potencializadas nos contextos formativos e se com isso é facilitada a interpretação da realidade a partir de uma perspectiva crítico-emancipatória que busca coordenar às ações por meio do consenso. Considerações finais O ensaio que apresentamos procurou resgatar as premissas que compõem a teoria de Habermas, como base conceitual e como identificação das suas possíveis contribuições para a fundamentação de uma proposta educativa crítico-emancipatória. Para tanto se fez necessário acompanhar a argumentação desenvolvida pelo autor, em seu projeto de reconstrução da modernidade, que se coloca em contraposição às teses que defendem a desconstrução da razão, e o fim das metanarrativas, o que alimenta por sua vez o debate contemporâneo que se estabelece entre a modernidade e a pós-modernidade. Com Habermas buscamos interpretar o projeto da modernidade como mediado por um conceito de racionalidade que se projeta em duas direções distintas: a racionalidade cognitivo-instrumental e a racionalidade comunicativa, sendo a primeira de natureza sistêmica e estratégica e a segunda caracterizada por uma relação intersubjetiva voltada ao entendimento. Para Habermas, a nossa vida cotidiana contempla espaços, nos quais devem prevalecer o agir comunicativo orientado pelo entendimento e outros em que sobressaem as formas de racionalidade cognitivo-instrumental voltada ao êxito. O problema é quando ocorre um processo de invasão ou colonização da racionalidade cognitiva instrumental, própria do sistema, sobre a racionalidade comunicativa presente no mundo da vida.

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