quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tucanos do Tocantins: depois de ganhar eleição, recebem dinheiro até de adversários



Além do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), outro governo tucano está com água de cachoeira até o pescoço: é Siqueira Campos, do Tocantins.

Além do próprio governador, seu filho Eduardo Siqueira Campos (PSDB), atual secretário de Relações Institucionais do governo do estado, e ex-senador, também aparece citado em diálogos constrangedores, nos relatórios da PF.

Em um dos diálogos, Cachoeira diz a um de seus homens, que "mandou um avião buscar Eduardo em Brasília, para saírem à noite" (supostamente em Goiânia).


A coisa começou a ficar esquisita quando Rossine Guimarães, ligado a Carlinhos Cachoeira, na Operação Monte Carlo, doou R$ 3 milhões para a campanha de Siqueira Campos. A doação foi dentro da lei, mas até as areias do rio Tocantins acharam esquisito essa doação só ser feita APÓS as eleições.

Eduardo Siqueira Campos resolveu dar uma explicação que é boa para um advogado apresentar em um tribunal, mas é péssima para a moralização dos costumes políticos:
“A doação que ele fez à nossa campanha, foi extemporânea. Se você observar bem ele apoiou o outro grupo durante a campanha, e ao final, depois do resultado que nos favoreceu, ele procurou o Comitê Central e fez uma doação como pessoa física”, disse.
Ou seja, Rossine apoiou o adversário durante a campanha. Depois que perdeu, resolveu apoiar financeiramente quem ganhou!

Os números do TSE comprovam. Antes da eleições o candidato adversário recebeu doações de R$ 507 mil e Siqueira Campos recebeu ZERO!

Depois que ganhou as eleições, Rossine desenvolveu uma "afinidade política" em rito sumário com Siqueira Campos, e doou R$ 3 milhões! São seis vezes mais do que o valor  doado ao candidato adversário apoiado no primeiro turno.

Por mais que se diga que há dívidas de campanha a quitar, e que a lei não proíba essa brecha, essa história de empreiteiro fazer doação milionária para adversário político, depois que ganhou eleição, chega a ser escárnio.

Se a moda pega, as eleições viram um lucrativo cassino dos chamados corruptores: Apostou seu dinheiro no adversário e perdeu a aposta? Passe no caixa para comprar mais fichas e continuar no jogo! A roleta viciada garante ganhos garantidos nos próximos 4 anos de governo, onde o único que sempre perde seu dinheiro é povo, que paga a conta.

Detalhe: o governador anterior, Gaugin (PMDB), era sócio de Rossine em uma empresa, e a campanha de Siqueira Campos atacou-os por supostos escândalos de corrupção. A parceira financeira após o pleito, além de imoral e suspeita, é uma traição ao discurso de campanha.

Esse é apenas mais um triste episódio, que comprova a promiscuidade do financiamento privado de campanha. Enquanto as regras forem estas, só são boas para quem gosta deste jogo.

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