sábado, 2 de junho de 2012

E se Serra perder a eleição?

E se Serra perder a eleição?

Hora de afinar o discurso
A uma semana do início das convenções partidárias, PT define rumos da campanha em Recife e em São Paulo

» KARLA CORREIA



Haddad participa hoje, ao lado de Lula, de um encontro municipal do PT na capital paulista: críticas a Serra (Monique Renne/CB/D.A Press - 24/1/12)
Haddad participa hoje, ao lado de Lula, de um encontro municipal do PT na capital paulista: críticas a Serra

Os partidos políticos afinam o discurso para dar a largada, no próximo dia 10, ao calendário das convenções destinadas a formatar coligações e definir candidaturas a prefeito, vice e vereador nos municípios de todo o país. Em São Paulo, palco da mais visada disputa eleitoral de 2012, o PT deve elevar a temperatura eleitoral hoje com a divulgação de um duro manifesto com críticas ao candidato tucano à prefeitura paulista, José Serra. Do lado oposto da disputa, o PSDB articula uma estratégia de nacionalização do discurso do partido, focado em temas considerados como pontos fracos do governo Dilma Rousseff, como segurança pública e saúde, sempre mal avaliados nas pesquisas de opinião.

Com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do candidato petista a prefeito da maior cidade do país, Fernando Haddad, o 18º Encontro Municipal do PT em São Paulo deve se transformar em um palanque favorável ao ex-ministro da Educação, mas, sobretudo, em uma plataforma de ataques contra Serra. O fato de o tucano ter abandonado a prefeitura paulista em 2006, na metade do mandato, para se candidatar a governador de São Paulo será explorado à exaustão no manifesto, redigido pela equipe responsável pelo programa de governo de Haddad. A intenção, além de fortalecer o discurso antitucano do partido, é catalisar a polarização PT-PSDB da eleição paulista. A concentração da disputa entre as duas legendas interessa aos petistas, que trabalham para precipitar o apoio de partidos aliados na esfera federal, como o PSB.

Recife
O processo de negociação entre o PT de São Paulo e a sigla socialista dá uma medida do grau de nacionalização das eleições municipais. Para firmar aliança com o PT paulista, o PSB espera por uma solução para o imbróglio petista em Recife, onde o PT nacional tenta impor à militância local a candidatura do senador Humberto Costa a prefeito da capital pernambucana. Costa seria a alternativa contra a candidatura do atual prefeito de Recife, João da Costa, que venceu as prévias do PT realizadas no último dia 20 contra Maurício Rands, hoje secretário de governo de Eduardo Campos (PSB).

Derrotado, Rands abriu mão da candidatura, e parte do PT fala em expulsão de João da Costa do partido, caso ele insista em se manter na disputa. “Se expulsarem o prefeito, vão ter que colocar para fora do partido também mais da metade do PT daqui”, dispara o deputado Fernando Ferro (PT-PE). “É despropositada essa tentativa de ligar a questão de Recife à campanha de São Paulo, o prefeito tem uma ótima relação com o PSB”, afirma Ferro. Adversário de João da Costa, o deputado João Paulo Lima (PT-PE) acredita que a expulsão de seu ex-afilhado político não será necessária, uma vez que o estatuto do partido prevê a intervenção da Executiva Nacional, caso não haja entendimento no diretório estadual em torno da candidatura. “Essa decisão deverá ser tomada na próxima terça-feira, na reunião da Executiva”, disse o deputado.

Paulinho promete governo sem greves

O pré-candidato do PDT a prefeito de São Paulo, o deputado federal Paulinho da Força, disse ontem à tarde que, se for eleito, a gestão dele não será marcada por movimentos grevistas. “Num governo de sindicalista não pode ter greve. Teremos uma equipe de negociação para atender às demandas dos trabalhadores”, afirmou Paulinho, também presidente da Força Sindical. O parlamentar reafirmou a candidatura e disse ainda que vai pedir licença do comando da entidade durante a campanha eleitoral. Por enquanto, o PDT ainda não fechou aliança com nenhum partido na capital paulista. Tem conversado com o PSB, mas os socialistas estão mais inclinados a apoiar a candidatura do petista
Fernando Haddad.

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