Não somos mais os queridinhos. Ainda bem
Há cerca de dois anos e meio o Brasil era considerado o queridinho do mercado financeiro internacional: com a mais alta taxa de juros do mundo (mesmo com reduções sucessivas devido à crise mundial), apresentava crescimento econômico forte, principalmente em razão da elevação do consumo interno.
Hoje o cenário mudou. Por uma razão muito simples: o investidor financeiro global naturalmente se retrai com a depreciação temporária do real e com a velocidade da queda de juros no Brasil. Basta observar que o índice MSCI do banco Morgan Stanley, que reúne ações do Brasil em dólares, caiu para o menor nível desde 2006, uma vez que investidores tiraram 869 milhões de dólares de fundos de ações do País desde o início do ano. O curioso disso tudo é que, mesmo com essa saída de capital e com a depreciação do real, a moeda brasileira continua sendo a maior sobrevalorizada do mundo.
Alguns mais afoitos podem afirmar que a redução dos juros da economia brasileira fez com que houvesse uma “fuga” de capitais. Podem estar equivocados.
Primeiro, os juros nominais e reais brasileiros, mesmo com as reduções consecutivas, ainda são os maiores do mundo. Por esse viés, não é interessante retirar o capital da terra brasilis.
Segundo, as mudanças políticas que estão ocorrendo na Europa e, por consequência, a ameaça da Grécia em romper os acordos estabelecidos fazem com que os aplicadores internacionais saiam do Brasil para, talvez, cobrir seus possíveis prejuízos e perder rentabilidade.
Nas perspectivas do mercado financeiro, estamos deixando de ser o queridinho, mas há perspectivas interessantes para o setor produtivo nacional e internacional. Vejam só: o País possui um forte mercado interno, cada vez com mais resiliência. Um dos fatores que levam a isso é a melhora na educação. Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério da Educação, em 2002, 467 mil pessoas terminaram o curso superior; em 2009, foram 959 mil.
Outro ponto interessante para se repensar o investimento no Brasil é que possuímos uma infraestrutura financeira e regulação dos mercados desenvolvidas o suficiente para que os investidores não precisem se preocupar com isso, o que representa um risco menor. Com as reduções na taxa básica de juros, há o desafio dos bancos de reduzir os investimentos em títulos públicos e aumentar a exposição ao crédito. Portanto, as empresas devem olhar para o mercado de capitais para se financiarem.
A decisão histórica da presidenta Dilma Rousseff em alterar o cálculo de rendimento da poupança pode ser interpretada como um sinal muito forte de que o governo está determinado a trazer o juro básico a níveis mais civilizados. Por consequência, a cultura brasileira de investimento, financiamento e poupança tendem e devem mudar. Queiram ou não, por conta da crise mundial, atrelada à determinação política do governo federal, parece que estamos iniciando novos tempos na economia brasileira…
Hoje o cenário mudou. Por uma razão muito simples: o investidor financeiro global naturalmente se retrai com a depreciação temporária do real e com a velocidade da queda de juros no Brasil. Basta observar que o índice MSCI do banco Morgan Stanley, que reúne ações do Brasil em dólares, caiu para o menor nível desde 2006, uma vez que investidores tiraram 869 milhões de dólares de fundos de ações do País desde o início do ano. O curioso disso tudo é que, mesmo com essa saída de capital e com a depreciação do real, a moeda brasileira continua sendo a maior sobrevalorizada do mundo.
Alguns mais afoitos podem afirmar que a redução dos juros da economia brasileira fez com que houvesse uma “fuga” de capitais. Podem estar equivocados.
Primeiro, os juros nominais e reais brasileiros, mesmo com as reduções consecutivas, ainda são os maiores do mundo. Por esse viés, não é interessante retirar o capital da terra brasilis.
Segundo, as mudanças políticas que estão ocorrendo na Europa e, por consequência, a ameaça da Grécia em romper os acordos estabelecidos fazem com que os aplicadores internacionais saiam do Brasil para, talvez, cobrir seus possíveis prejuízos e perder rentabilidade.
Nas perspectivas do mercado financeiro, estamos deixando de ser o queridinho, mas há perspectivas interessantes para o setor produtivo nacional e internacional. Vejam só: o País possui um forte mercado interno, cada vez com mais resiliência. Um dos fatores que levam a isso é a melhora na educação. Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério da Educação, em 2002, 467 mil pessoas terminaram o curso superior; em 2009, foram 959 mil.
Outro ponto interessante para se repensar o investimento no Brasil é que possuímos uma infraestrutura financeira e regulação dos mercados desenvolvidas o suficiente para que os investidores não precisem se preocupar com isso, o que representa um risco menor. Com as reduções na taxa básica de juros, há o desafio dos bancos de reduzir os investimentos em títulos públicos e aumentar a exposição ao crédito. Portanto, as empresas devem olhar para o mercado de capitais para se financiarem.
A decisão histórica da presidenta Dilma Rousseff em alterar o cálculo de rendimento da poupança pode ser interpretada como um sinal muito forte de que o governo está determinado a trazer o juro básico a níveis mais civilizados. Por consequência, a cultura brasileira de investimento, financiamento e poupança tendem e devem mudar. Queiram ou não, por conta da crise mundial, atrelada à determinação política do governo federal, parece que estamos iniciando novos tempos na economia brasileira…
Nenhum comentário:
Postar um comentário