sábado, 19 de maio de 2012

Manipulação da opinião pública


O filósofo americano Noam Chomsky fala, em uma de suas obras ("Visões Alternativas”) nas estratégias que o sistema (as elites sociais, políticas, econômicas e até religiosas) utiliza para manipular o pensamento das pessoas e assim conformar a opinião geral às suas ideologias.
1. A estratégia da distração - O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites sociais, políticas e econômicas. É o que Chomsky chama de "armas silenciosas para guerras tranquilas”.
2. Criar os problemas e depois oferecer as soluções - Este método também é chamado de problema→reação→solução Cria-se um problema, uma "situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este se torne "suplicante” (clamor) das medidas que se deseja implantar.
3. A estratégia da gradualidade - Para fazer que se aceite uma medida inadmissível, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, num prazo alargado.
4. A estratégia do adiamento - Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la com "dolorosa e necessária” (o "cortar na carne”), obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.
5. Dirigir-se ao público com se ele fosse uma criança - A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos e imagens particularmente infantis, muitas vezes a roçar a debilidade (com desenhos, animaizinhos, criancinhas), como se o expectador fosse uma criança ou um deficiente mental. Um conhecido "âncora” da Rede Globo disse em off, que o brasileiro tem mentalidade de Homer Simpson.
6. Utilizar a emoção acima da reflexão - Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para injetar ideias, e mensagens. Isto acontece em comerciais de tevê, programas políticos, campanhas sociais, aulas e encontros de igreja, etc.
7. Manter o povo na ignorância, alimentando ideais medíocres - A qualidade da educação dada às classes socialmente inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo, e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidade para todos.
8. Estimular uma complacência com a mediocridade - A vulgaridade, incultura, e o ser mal-falado ou admirar personagens sem talento, estão na moda.
9. Reforçar o sentimento de culpa pessoal - Fazer crer ao indivíduo que ele é o maior (ou único) culpado por sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade de preparo ou de esforço.
10. Afirmar que conhecem as pessoas melhor do que elas próprias - Os sistemas de informática "espionam” a vida das pessoas, usuários desses programas. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce controle e poder sobre os indivíduos, superior ao que eles pensam que realmente tem.
No Adital

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ECONOMIA - Neoliberalismo tingido de verde de olho na Rio + 20

A antropóloga e ambientalista Iara Pietricovsky adverte para os riscos do agenda da chamada economia verde na Rio+20. "O ambiente de crise financeira dos países ricos estaria jogando água no moinho da lógica neoliberal de enxugamento dos estados nacionais também na área ambiental e abrindo generosos parágrafos para o setor privado se credenciar como o principal gestor de um novo paradigma econômico e ambiental", diz.

A entrevista é de Rodrigo Otávio e publicada por Carta Maior, 17-05-2012.
A antropóloga e ambientalista Iara Pietricovsky faz parte do grupo de articulação da Cúpula dos Povos (evento das organizações não-governamentais que será realizado no Aterro do Flamengo em paralelo à Rio + 20) e tem acompanhado as negociações oficiais das Nações Unidas em Nova York para a redação do documento oficial a ser apresentado na Rio + 20.

O que ela tem visto não é animador. Em um ambiente de crise financeira dos países ricos, os rascunhos do documento abrigam a lógica neoliberal de enxugamento dos estados nacionais ao tratarem e formularem políticas ambientais, e abrem generosos parágrafos para o setor privado se credenciar como o principal gestor de um novo paradigma econômico e ambiental, nessa ordem de importância.

Em entrevista à Carta Maior, Iara classifica a Rio + 20 em geral e a Cúpula dos Povos em particular como momentos cruciais para, a partir de grandes mobilizações populares, questionar esse modelo de “economia verde” e as diferentes vozes iniciarem um processo longo, mas efetivo, de uma nova agenda ambiental e econômica para o século XXI.
Eis a entrevista.

O que está em disputa na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20?


É o modelo de desenvolvimento e as opções para um futuro de sustentabilidade para o planeta Terra. O que nós, da Cúpula dos Povos, defendemos é um modelo que significa uma crítica frontal a mercantilização e financeirização da vida. E somos totalmente favoráveis ao aprofundamento da ideia de bens comuns. Ou seja, bens água, bens ar devem continuar sendo bens comuns, que devem ser preservados e não podem ser privatizados e mercantilizados.

E como transformar essas críticas em ações?

Nós estamos há algumas décadas apresentando e constituindo ações e experiências concretas alternativas. Um exemplo bastante evidente é a agricultura familiar, que está relacionada diretamente às questões climáticas, de insustentabilidade, de expansão de gado e desmatamento, esse confronto que está colocado na agenda rumo a um modelo sustentável.

Nós sabemos que a agricultura familiar, a agroecologia, é responsável por 75% da comida que vai ao prato do brasileiro. Ou seja, é real e concreto que esses setores sejam financiados, sejam vistos como fundamentais e estratégicos para o desenvolvimento de uma política pública, porque eles geram empregos, fixam as pessoas no campo, produzem alimentos de qualidade, estimulam comércios locais e processos complementares de produção. É uma alternativa a um modelo que pensa só em grande escala, que pensa em termos de mercado, a plantar soja aqui para os animais lá na China comerem. É outra lógica, e é uma lógica de sustentabilidade, de valorização e de humanização. Estaremos o tempo inteiro defendendo essas alternativas na Cúpula dos Povos, em contraposição aquilo que está sendo defendido pelas grandes empresas e corporações.

Um dos pontos da agenda da Rio + 20 é a questão da governança global dentro desse rearranjo de sustentabilidade e desenvolvimento. O que está inserido aí? Quem vai gerir essa nova engrenagem, e para quem?

Essa é a grande questão. Hoje, da maneira como a coisa está colocada, quem vai gerir isso é fundamentalmente o Banco Mundial, que é uma instituição constituída para aprofundar e construir resposta a esse modelo que a gente vive hoje, que é um modelo que já se provou incapaz de dar solução inclusiva, afirmando o direito de todos e todas a uma vida digna.

Então são instituições financeiras e comerciais - OMC (Organização Mundial do Comércio), Banco Mundial e G-20, como uma instância política que vem formulando também sobre tudo isso, - que não correspondem à necessidade de democratização e participação para a construção de soluções que sejam de fato soluções que beneficiem à totalidade da população e a preservação do planeta. Assim, o que está hoje como cenário de governança global e quem está gerindo essas propostas são aqueles que vêm produzindo esse modelo que está falido.

O que nós queremos é pensar outras alternativas, outra arquitetura internacional que seja feita de forma democrática e reconhecendo a diversidade, as responsabilidades comuns porém diferenciadas dos países na produção deste modelo predador.

Os estados nacionais chegarão a assinar a transferência do poder de gestão ambiental para instituições como G-20 e Banco Mundial? Em quanto essa transferência é reversível? Qual o espaço de manobra para iniciativas como a Cúpula dos Povos interferirem nesse processo?

Eu estou acompanhando o processo oficial da ONU pela Cúpula dos Povos e o que eu estou vendo é um processo de aceleração de uma privatização de todas as definições que produziriam essa transição de um modelo predador para um modelo sustentável. Os estados estão se desobrigando e as grandes corporações se aproximando para serem as responsáveis e promotoras desses novos acordos...

...com documentos oficiais assinados?

Isso está lá no documento (N.R.: Documento oficial da ONU sendo rascunhado em Nova York para a Rio + 20). O documento fala claramente no preâmbulo e no primeiro capítulo sobre economia verde que o principal aliado para a transição de modelo sustentável é o setor privado. E todos os setores organizados dentro do setor privado já estão diretamente participando com propostas, inclusive no desenvolvimento daquilo que eles estão chamando de metas de desenvolvimento sustentável.

Outro detalhe que é fundamental é que nesse documento, que é um documento que tenta articular o pilar social, o pilar econômico e ambiental, ou seja, são três dimensões importantes de estarem aí articuladas, eles estão querendo retirar tudo aquilo que se refere e se afirma pelos parâmetros dos direitos humanos dentro dos direitos econômicos, sociais e culturais, que foram tratados em convenções que todos os países, exceto os Estados Unidos, firmaram.

Esses direitos obrigam os estados nacionais a serem os efetivadores das ações, portanto eles têm que garantir o máximo de recursos disponíveis, de forma progressiva e sem discriminação, para a efetivação desses direitos. No momento em que você tira esses direitos, você diz assim, “muito bem. Vamos universalizar a energia, vamos universalizar acesso a água e tal”. Quem é que vai fazer isso? Os governos não estão presentes, estão em crise, não têm dinheiro. É o setor privado.

Seria uma privatização dos órgãos internacionais de regulação e gestão?


Quando eles colocam uma proposta de que o setor privado é prioridade e de que os direitos serão retirados, você está dando chance e abrindo as portas para que as soluções sejam dadas “business as usual”, quer dizer, dentro dos padrões de negócios que são usados comumente e que já ganharam os governos, compraram os governos e agora estão comprando as Nações Unidas.

Isso, nós da Cúpula dos Povos somos absolutamente contra. Nossa vida não está à venda. Nossa natureza não está à venda. O raciocínio não pode ser esse, o raciocínio tem que ser “os estados têm obrigações, e eles têm que ser mediadores e têm que responder aos interesses públicos dentro de processos democráticos de participação em que todos e todas sejam beneficiados”.

Não é isso que eles estão fazendo. Por exemplo, existe uma proposta de um rascunho dentro das negociações para a Rio + 20 que está definindo quais serão essas tais metas de desenvolvimento sustentável que vão substituir as tais metas do milênio, que já foram uma redução de toda uma série de debates no campo dos direitos.

Então eles estão dizendo assim; “ah, em 2030 nós vamos dobrar o uso de energia renovável”. É tudo sempre em 2030! Ora, o uso de energia renovável no mundo não chega a 4% da energia utilizada por todas as populações do planeta. Dobrar significa 8%. É nada do ponto de vista de soluções concretas, rápidas, de redução do padrão de uso energético da matriz energética baseada em recursos naturais.

Os prazos são menores?

Nós estamos esgotados! A solução tem que ser aqui e agora, “era para ontem”, não é em 2030 você chegar a 50% de um percentual que é insignificante em relação ao tamanho do problema. Essas coisas todas estão lá nos documentos, estão em jogo e estão muito evidenciadas.

Há espaço para sermos otimistas sobre essa irreversibilidade da privatização dos recursos naturais? Só como exemplo, há dez anos a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) era dada como certa e hoje está morta e enterrada. Essa “economia verde” emplaca 2022?

Olha, eu acho o seguinte. Vamos ser otimistas. A gente tem que ter a utopia e tem que sonhar, mas o otimismo para mim está ligado a uma luta consciente, concreta e pragmática que a gente tem que fazer hoje e agora na nossa vida. A gente tem que se informar e a gente tem que mobilizar.

A Rio+20 vai ser um momento fundamental de mobilizar a população, de vir às ruas, de expressar posições às coisas que estão acontecendo, como por exemplo a privatização das Nações Unidas. Ou, por exemplo, não reconhecer a importância de uma outra institucionalidade internacional que de fato lide com esses três pilares, e que o econômico se submeta às necessidades e a dignidade de vida das populações.

O otimismo vem da minha esperança que a população mundial e a população do Rio de Janeiro, a população do Brasil, acorde para a importância de olhar para esse evento que parece ser mais um “eventozinho no Rio”, mas que não é, é um dos eventos mais importantes que definirão, e aí vem um outro otimismo, que eu acho que é aonde a gente pode influenciar a partir da nossa mobilização, a agenda futura dos próximos dez anos.

Quer dizer, como é que a gente vai, primeiro, impedir que esse acordo entre governos e setor privado se realize. E como é que a gente vai dizer “não, não, não. Reconhecemos a necessidade de um setor produtivo, mas que setor produtivo nós queremos? Que estado nós queremos?”. Como nós vamos nos mover para de fato fazer uma agenda futura que responda aos direitos, necessidades, qualidade de vida, e justiça ambiental, social e econômica que as populações têm?

Porque, veja bem, fazer mensuração de mudanças dos estados, dos países, caminhando para um modelo de desenvolvimento sustentável, tudo bem, todo mundo é favorável a isso. Só que, por favor, quem foi responsável historicamente pelo padrão desagregador, predador, que tem no mundo, não fomos nós. Participamos, proporcionalmente, com parcelas ínfimas se você comparar com o que é os EUA do ponto de vista de consumo de energia no mundo e na emissão de gases de efeito estufa etc.

Então, se a gente não fizer uma “metas de desenvolvimento sustentável” que seja para os países ricos, porque eles têm que mudar o padrão de produção e consumo, e obviamente nós também, com responsabilidades diferenciadas, não começaremos a avançar.

Há caminhos para se chegar a essa proposta de responsabilidades diferenciadas?

Aí o Princípio do Rio (documento aprovado na conferência ambiental das Nações Unidas em 1992 listando 27 princípios que reforçam a soberania dos estados nacionais na gestão dos recursos naturais dentro de uma conjuntura preservacionista, inclusiva e democrática), que foi um princípio aprovado na Rio 92, é fundamental, é estrutural, é um eixo que orienta o quê deve ser esse documento. Se esse documento retira isso, por exemplo, você vai estar destruindo a possibilidade de uma agenda que vai mudar efetivamente o padrão de produção e consumo.

O meu olhar positivo e otimista é que a gente consiga influenciar essa agenda, porque nós não vamos resolver isso aqui e agora no Rio de Janeiro, mas sim determinar um processo global, porque aí sim, essas coisas vão mudar, essas coisas vão vir à tona, a consciência pública vai emergir e buscar um novo caminho planetário para os nossos desafios do momento.
FONTE: IHU

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mídia fala em “pizza” porque CPI contrariou oposição


A partir de agora, mais do que nunca, o cidadão que quiser saber a quantas anda a CPMI do Cachoeira terá que se manter cético sobre a guerra de versões que se instalará. Nesse processo, devido à aliança entre a oposição e setores da imprensa, ficará mais difícil saber o que está acontecendo, mas não será impossível.
Há duas versões que a mídia demo-tucana está espalhando que pretendem jogar areia nos olhos da opinião pública. Uma delas é sobre o volume de ligações telefônicas entre o diretor da revista Veja Policarpo Júnior, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e sua quadrilha. Os interessados em distorcer essa questão – leia-se a própria Veja – dizem, agora, que das 200 ligações do jornalista com o contraventor só teriam aparecido duas.
O jornalista Luis Nassif já tinha explicado essa questão em post, mas, em minha opinião, não foi suficiente explícito, haja vista que tenho recebido muitas consultas de leitores sobre essa questão.
Detalhe: a informação de Nassif me foi confirmada ontem (quinta-feira) (17) e passo a detalhá-la.
A informação sobre “200 ligações” entre Policarpo e Cachoeira – fora outras que o jornalista manteve diretamente com a quadrilha – é oriunda da Polícia Federal. Os grampos telefônicos captados foram armazenados em um sistema chamado “Guardião”. Esse sistema permite que pessoas autorizadas localizem conversas entre os diversos envolvidos no caso.
Como explicou Nassif e me confirmou a fonte com a qual conversei, se você faz uma busca no sistema Guardião pedindo um índice das conversas de Policarpo com Carlinhos Cachoeira, por exemplo, o número de resultados ultrapassa 200, sem falar nas ligações entre o jornalista e o resto da quadrilha.
Como o foco das Operações Monte Carlo e Vegas não era o jornalista da Veja, e até devido ao vespeiro que é mexer com a imprensa, a PF não transcreveu e separou as ligações envolvendo a Veja. Além disso, há uma forte pressão da oposição e da imprensa sobre setores da PF ligados a esse grupo político.
Aí chegamos às notícias da grande mídia sobre um “acordão” para transformar a CPMI em “pizza”. Os jornais trazem hoje (sexta-feira) (18), nas primeiras páginas, alusões a isso. Ontem (quinta-feira) (17), portais e sites na internet disseram a mesma coisa. Mas que “acordão” é esse? É para poupar a Veja? É para a Comissão não investigar mais nada?
A mídia e a oposição espalham a versão da Pizza porque a CPMI não irá convocar agora os governadores acusados de envolvimento com o esquema Cachoeira e porque restringiu ao Centro-Oeste as investigações sobre a Delta, que as mesmas mídia e a oposição querem que avancem até o Rio de Janeiro, obviamente que passando longe de São Paulo, onde a revista IstoÉ mostrou, recentemente, que estão os maiores negócios da empreiteira.
Aqui mesmo, no blog, vários leitores caíram nessa conversa. O mesmo aconteceu nas redes sociais Twitter e Facebook. Tem gente caindo como patinho em uma versão do interesse da Veja, da Folha, do Estadão, do Globo, do PSDB, do DEM e do PPS.
O PT e a base aliada não vão aceitar convocar Agnelo Queiróz e Sérgio Cabral simplesmente porque não há nada nas gravações da PF contra eles. O único governador realmente envolvido com o esquema Cachoeira é Marconi Perillo. E como os aliados governistas apostam que isso ficará claro ao se aprofundarem nas escutas da PF, as convocações ficaram em suspenso.
O mesmo se dá a respeito da convocação do jornalista Policarpo Júnior. O senador Fernando Collor havia feito um pedido de envio das gravações armazenadas no sistema Guardião que envolvam exclusivamente a Veja e seu jornalista. O relator Odair Cunha inclinou-se por esse requerimento, mas, diante da argumentação da senadora do DEM Katia Abreu de que a PF enviou o lote inteiro de gravações da Operação Monte Carlo, Cunha aceitou barrar o requerimento de Collor.
Não acredite então, leitor, nessa conversa sobre “pizza” e “acordão”. A leitura dos grandes jornais e portais de internet está direcionada para confundir o público e gerar desânimo entre aqueles que querem ver esclarecidas as relações da Veja e de outros veículos com o crime organizado, sem falar no governo paralelo que Cachoeira instalou em Goiás.
A dinâmica da CPMI fará brotarem todas essas questões. É questão de tempo. A mídia joga com a ansiedade das pessoas e tenta criar um fato consumado. A investigação mal começou. Não se deixe enganar. A maioria do PT e dos seus aliados vai, sim, investigar a mídia. E Parcela relevante do PMDB está indignada com a tentativa de envolver o governador Sergio Cabral.
A blogosfera irá informá-lo melhor, leitor. Neste momento, aliás, nem é preciso, pois a própria Veja soltou nota que termina assim: “As tentativas de intimidação [da “imprensa livre”] não devem cessar com a primeira derrota de Collor e do PT na CPI”.  Essa parte é verdade. A investigação contra a Veja vai realmente ocorrer.

O retorno de Lucy Sky e a torpeza de Reinaldo Azevedo


Posted by on 17/05/12 • Categorized as Crônica

Episódio que começou no último fim de semana teve o condão de revelar a natureza maligna daquele que já se tornou o símbolo da podridão que impera na comunicação deste país. Reinaldo Azevedo, da Veja,  reúne todos os comportamentos reprováveis e chocantes de uma imprensa decadente e a cada dia mais desacreditada.
No último sábado (12 de maio), a revista Veja publicou uma reportagem tão mentirosa que não resiste a qualquer análise aprofundada. Em matéria com chamada na capa da revista, intitulada “As táticas de guerrilha para manipular as redes sociais”, Veja tenta explicar ao seu público os constantes protestos de que tem sido alvo no Twitter.
A “tese” que fundamentou a matéria acusou o Partido dos Trabalhadores e seu presidente, Rui Falcão, de terem usado cerca de 100 perfis no Twitter – que seriam militantes petistas ou perfis falsos usados para fazer “bombar” hashtags (expressões-chave precedidas pelo símbolo cerquilha) como #VejaBandida, #VejaVaiPraCPI, #VejaCensuraInternet ou #VejaMente – a fim de “difamar” a revista.
Veja, leitor, o que disse a matéria da Veja sobre o público que tuitou
Uma amostragem de 5.200 tuítes recolhidos durante um dos tuitaços recentes revelou que 50% das mensagens partiram de apenas 100 perfis – entre eles robôs e peões, que ajudam a fazer número, mas não têm convicções.
O blog de Luis Nassif desmontou a farsa sobre o baixo número de pessoas que teria conseguido, segundo a Veja, “fraudar as regras do Twitter” – rede social que, note-se, jamais endossou a acusação da revista ou tomou qualquer das medidas que costuma tomar contra fraudes.
Para desmontar a farsa de Veja, reproduzo, abaixo, post do blog de Nassif
—–
A briga de Veja com os fatos e as #hashtags
Enviado por luisnassif, ter, 15/05/2012 – 10:26
Por Stanley Burburinho
Veja diz no texto: “Uma amostragem de 5.200 tuítes recolhidos durante um dos tuitaços recentes revelou que 50% das mensagens partiram de apenas 100 perfis – entre eles robôs e peões, que ajudam a fazer número, mas não têm convicções.
Ela diz que são só 100 pessoas e os demais são robôs. Impossível o site que te enviei antes, não contabiliza robôs nem spams.
Só ontem tivemos mais de 1.300 perfis que mencionaram quase 6.000 vezes a tag #VejaCensuraInternet.
Com as tags VejaBandida, VejaComMedo e VejaTemMedo foi muito mais gente. Veja neste link:  is.gd/PAHLy7 que mostra a briga entre hashtags que a tag VejaCensuraInternet teve 2.184 perfis tuitando e JN 755.

—–
Na mesma matéria, Veja ainda tentou ludibriar seu público a fim de tentar fazê-lo acreditar que não há um volume crescente e diversificado de cidadãos questionando os métodos e as relações incestuosas da revista com o crime organizado, como está sendo flagrantemente denunciado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Carlinhos Cachoeira.
No trecho abaixo, a matéria da edição desta semana da revista Veja acusa um perfil específico na internet de ser um “robô” criado para retransmitir mensagens de dentro do quartel-general “petralha”:
– Análise aprofundada desses episódios – e em especial daquele identificado pelo marcador #vejabandida – mostra que dois artifícios fraudulentos foram usados para fingir que houve adesão enorme ao movimento. Um robô, que opera sob o perfil “@Lucy_in_sky_”, foi programado para identificar mensagens de outros usuários que contivessem os termos-chave dos tuitaços, replicando-as em seguida.
Guarde bem este trecho da matéria da Veja, leitor, porque irá precisar lembrar dele mais adiante. Note bem: Veja diz que o perfil @Lucy_in_Sky é um “robô”. Está escrito com todas as letras, certo?
Vamos em frente.
Na segunda-feira, um tuiteiro que, como Lucy Sky (o nome que emoldura o endereço do Twitter @Lucy_in_Sky_), freqüenta incógnito aquela rede social exatamente como grande parte dos leitores do blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo, com a diferença de que se opõe ao que faz a revista, teve a idéia de fazer contato com “Lucy” e pedir para que se pronunciasse sobre a matéria que a acusa de ser um “robô”. Confira, aqui, a entrevista.
Todavia, Veja tem um esquadrão que atua no Twitter para defendê-la. São algumas dezenas de simpatizantes que fustigam os críticos da revista. Eu mesmo fui ameaçado de espancamento por um militante “vejista” que aparece em fotos com Reinaldo Azevedo e alguns militares, mas isso é outra história que será contada no futuro, quando as investigações chegarem a termo.
O fato é que a carioca de 59 anos que responde pelo perfil @Lucy_in_Sky_ me procurou por conta de matéria que fiz e que disse que ela, o PT e o presidente do partido tinham direito de ir à Justiça buscar reparação das acusações que sofreram de Veja. Relatou-me que não estava agüentando a pressão não só dos militantes “vejistas”, mas também as dos seus contrários, que a estariam pressionando para se envolver na briga entre “vejistas” e “antivejistas”.
Veja abaixo, leitor, o diálogo que tive com essa senhora.

Foi aí, então, que entrou em campo o funcionário da Veja designado para atacar todo aquele que enfrente ou denuncie as fraudes que a revista pratica cotidianamente. Reinaldo Azevedo não hesitou em se aproveitar da decisão de Lucy Sky de trancar seu perfil no Twitter para usar a decisão de uma mulher assustada com o próprio envolvimento em uma guerra política desse porte e sua exposição (de seu perfil) na maior revista semanal do país para reafirmar o que não ousara dizer quando ela dera a entrevista.
Veja o título que Azevedo deu ao post:
– FRAUDE NA REDE – Perfil usado como robô pelos petralhas para difamar a VEJA e que até concedeu “entrevista” desaparece do Twitter
No texto, entre outras distorções dos fatos, Azevedo afirma o seguinte:
– Fui acessar o tal perfil [de Lucy Sky] agora há pouco só por curiosidade. “Vamos ver o que andam dizendo… Vamos ver se aquela pacata dona de casa, que se dedica com tanto afinco a difamar uma publicação, continua lá, firme!, na sua militância doméstica” (…) Aquela alma sensível caiu fora! Não está mais no Twitter. Vai ver a alma transmigrou!
Em post subseqüente, ainda preocupado com a afirmação absurda que Veja fez sobre a senhora carioca de 59 anos, Azevedo ainda tentou desdizer o que a revista dissera (lembre-se do trecho acima que pedi para não esquecer):
– A reportagem [de Veja acusando as redes sociais] nem chegou a afirmar que o perfil não existia; sustentou que foi usado por um robô, o que é coisa diferente
Vamos rever – em benefício dos que têm memória mais fraca – se é isso mesmo. Veja trecho do trecho da matéria de Veja que Azevedo agora renega.
– Um robô, que opera sob o perfil “@Lucy_in_sky_” (…)
Como se vê, Azevedo confia na burrice e na falta de memória de seu público, assim como a revista, pois disse, sim, que quem usa o perfil @Lucy_in_Sky_ é um robô. Ou seja, não existia uma senhora carioca de 59 anos.
Diante do uso torpe e covarde da sensibilidade de Lucy Sky, amigos vieram reclamar da sugestão que fiz a ela de encerrar sua conta no Twitter. Uma pessoa chegou a ser descortês comigo naquela rede social dizendo que dei “um palpite infeliz” àquela senhora ao aconselhá-la dessa forma e, assim, permitir a Azevedo explorar o fato.
Digo e repito: no dia em que eu tiver que usar uma senhora pacata e assustada na luta contra esse império do mal que Veja simboliza, terei descido ao nível de Reinaldo Azevedo. Eu nem pretendia contestá-lo para não expor ainda mais a sensível “Lucy”.
Todavia, na manhã desta quinta-feira o destino e a consciência dessa senhora mostraram aquilo que sempre sempre digo, que “A Verdade é uma força da natureza como o vento ou a chuva” e que, portanto, não pode ser contida. Lucy Sky reativou seu perfil no Twitter e me enviou a mensagem que reproduzo abaixo.

Claro que Azevedo virá dizer que “outro petralha” reativou o perfil de Lucy Sky, mas ele irá correr novo risco. Primeiro, porque só o usuário original de @Lucy_in_Sky_ poderia reativar o perfil. Segundo, porque, se Lucy decidisse, poderia até processar os que acusam seu perfil de ser uma fraude pedindo à Justiça quebra de seu sigilo telemático para mostrar que ela é ela mesma.
Não acredito que fará isso. Mas Veja poderia fazê-lo, poderia tentar provar na Justiça que o PT e Rui Falcão criaram os perfis falsos para atacá-la. Será que fará? Pelo que me disse o próprio presidente do PT, o partido iria adorar que Veja fizesse isso. E eu também. E vocês?

Do Blog da Cidadania.

O terrorismo made in USA

Por Rui Paz, no sítio da Fundação Maurício Grabois:

A 7 de maio o governo de Obama anunciou que os EUA tinham conseguido evitar um atentado à bomba contra um avião de passageiros. No dia seguinte, Hillary Clinton acusava os "terroristas" de utilizarem "métodos perversos e terríveis" e de procurarem "matar pessoas inocentes". Mas poucas horas depois, descobre-se que o "terrível" plano da matança dos inocentes tinha partido da própria CIA e deveria ser executado por um seu colaborador. 

Não é a primeira vez que Washington afirma ter feito despoletar actos de terrorismo cujos autores e executantes mantêm ligações aos serviços secretos norte-americanos. Desde que o presidente Jimmy Carter assinou a 3 de Julho de 1979 a diretiva do apoio secreto aos mudjaedines no Afeganistão (Brezinski) que o governo norte-americano e os seus aliados sauditas passaram a trabalhar com grupos terroristas, como o de Bin Laden. 

No futuro, uma das maiores dificuldades dos historiadores na análise dos acontecimentos das últimas quatro décadas será saber qual o contributo de Washington para a criação e disseminação do fenómeno do terrorismo internacional. Como acabámos de ver mais uma vez nas terríveis explosões de 10 de Maio em Damasco, que mataram dezenas de sírios, estes actos de terrorismo coincidem com a estratégia intervencionista do imperialismo na região. 

Qual o papel dos membros ou colaboradores infiltrados da CIA e de outros serviços secretos aliados das potências ocidentais nestes massacres terroristas? Até que ponto determinadas organizações já sob o controlo parcial ou total do imperialismo intervêm ativamente no acicatar dos conflitos étnicos e religiosos, entre xiitas e sunitas, com o objectivo de estabelecer o caos, dividir para reinar ou enfraquecer regimes e governos que não se rendem aos interesses ocidentais? 

Não esqueçamos a recente mentira do FBI sobre uma tentativa de atentado dos serviços secretos iranianos contra o embaixador da Arábia Saudita em Washington que conduziu ao envio de notas do Departamento de Estado para as embaixadas do mundo inteiro. Serviços secretos e governo norte-americano trabalham visivelmente em conjunto para ludibriar a opinião pública.

No relatório final da comissão do 11 de Setembro de 2001, a componente terrorista dos Balcãs é referida só algumas vezes num total de 567 páginas, apesar de ter desempenhado um papel muito importante nos atentados de Nova Iorque. Segundo o autor de «como o Djihad chegou à Europa», Jürgen Elsässer, a razao é simples: «os amigos de Bin Laden nos Balcãs estavam na lista de pagamentos da CIA». 

Face à rapidez com que determinadas forças e grupos terroristas passam de aliados a inimigos dos Estados Unidos e da NATO, e vice-versa, o assassínio de Bin Laden e de outros elementos oficialmente apresentados como adversários presumíveis ou declarados dos EUA, destina-se de facto a «combater o terrorismo» como é afirmado oficialmente pelo governo norte-americano ou a apagar ligações e rastos de colaboração entre o Pentágono, a CIA e determinados grupos bombistas cujos interesses coincidiram ou coincidem com os de Washington?

É absolutamente necessário que uma instituição como a ONU se pronuncie contra os assassínios sem julgamento por um Estado que se diz de «direito». De outro modo corre-se o risco de ver a barbárie institucionalizar-se com a cumplicidade e cobertura de uma organização internacional que segundo a sua Carta deveria preservar as normas do direito internacional e as conquistas civilizacionais.

* Fonte: Avante!

A verdade dos fatos para iluminar o breu dos crimes da ditadura

A verdade dos fatos para iluminar o breu dos crimes da ditadura

“O problema da pobreza rural está no latifúndio e não nos pobres”

“O problema da pobreza rural está no latifúndio e não nos pobres”
Governador de GO é sócio em avião de R$ 4 mi, diz Cachoeira
20 de abril de 2012 08h23 atualizado às 08h25
Reportagem publicada nesta sexta-feira no jornal Folha de S.Paulo revela um diálogo gravado pela Polícia Federal em que o empresário Carlinhos Cachoeira diz que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), é dono de um avião Cessna, avaliado em R$ 4 milhões, em sociedade com dois empresários. Na gravação, de abril de 2011, Cachoeira fala para o ex-vereador Wladimir Garcez, que segundo a PF é seu "assessor direto", que Perillo é dono de metade do avião. A sociedade seria entre o governador, Rossine Aires Guimarães, que também seria sócio do bicheiro, e Hélder Rodrigues Zebral, ex-dono da churrascaria Porcão, em Brasília.
"Aquele cara do Porcão, o Hélder, esse cara, ele é sócio do Marconi num um avião aí com o Rossine viu... Ele é um Cessna, 2010, pagou R$ 4 milhões, um trem assim. E Marconi tem 50%, o Rossi 25% e o esse Hélder, do Porcão, tem 25%. Tá voando com eles ai", diz o contraventor na gravação. Na conversa, Cachoeira ainda se mostra preocupado com a atuação de Zebral. "Rapaz, esse cara (Zebral) tá com parceria com todo mundo. Nós estamos levando bola nas costas em tudo, viu?" Ao jornal, Perillo disse que nunca teve aeronave nenhuma nem sociedade com Guimarães ou Zebral.
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     Palestinos pedem que o mundo "pague dívida histórica"
    15 de maio de 2012 08h00 atualizado às 14h05

    Palestino com o rosto coberto faz gesto obsceno para soldados israelenses durante confronto em frente à prisão de Ofer. Foto: AFP Palestino com o rosto coberto faz gesto obsceno para soldados israelenses durante confronto em frente à prisão de Ofer
    Foto: AFP
    O chefe negociador palestino, Saeb Erekat, pediu nesta terça-feira que a comunidade internacional "pague sua dívida histórica com o povo palestino" pelo dia do Nakba (catástrofe), o exílio e a usurpação de suas terras que os palestinos lembram hoje com passeatas e manifestações.
    "Há 64 anos, a vibrante sociedade e a rica cultura de uma nação foi forçada ao exílio e à expulsão em massa. Um país foi riscado do mapa. Hoje, a comunidade internacional tem a responsabilidade moral de reparar o que aconteceu", ressaltou Erekat em comunicado.
    A forma de corrigir esta injustiça é "pôr fim à impunidade de Israel e tornar efetivas as legítimas aspirações do povo palestino de autodeterminação, independência e retorno", acrescentou Erekat, um dos principais assessores do presidente Mahmoud Abbas e membro do Comitê Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
    O Nakba, que representou a fuga ou expulsão de seus lares no atual território de Israel de 750 mil palestinos entre 1947 e 1949, é uma "sombria ocasião que a comunidade internacional deve usar para corrigir a injustiça histórica que caiu sobre o povo palestino", continuou o dirigente palestino.
    Desde então, Israel ignorou dezenas de resoluções da ONU, o que representou uma "burla do sistema internacional e uma ameaça à paz internacional", sentenciou Erekat.
    Nesta terça-feira, manifestações em Israel e nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Gaza marcaram a data. Na cidade cisjordaniana de Ramallah, os palestinos foram convocados para uma concentrarão na Praça do Mártir Yasser Arafat às 5h de Brasília.
    Protestos e choques entre palestinos e israelenses irromperam em Qalandia, na direção de Jerusalém, onde a manifestação costuma terminar em frente a um posto de controle militar.
    Neste ano, também foram registrados conflitos em frente à prisão de Ofer, em solidariedade aos reclusos palestinos, que ontem alcançaram um acordo com Israel para pôr fim a uma greve de fome iniciada em 17 de abril por cerca de dois mil deles.

    ANAIS POLÍTICOS: AZEVEDO: SABUJO CHORÃO

    ANAIS POLÍTICOS: AZEVEDO: SABUJO CHORÃO: . Como já dito trilhões de vezes aqui neste mesmo espaço, a democracia é uma coisa curiosa. Na mão de uma certa classe de pessoas, ela serv...

    A construção da nacionalidade, por José Murilo de Carvalho

    Da Época

    José Murilo de Carvalho: “Dilma precisa injetar república no Brasil”

    O historiador e membro da ABL afirma que a presidente tem a chance de melhorar a democracia brasileira e, para isso, precisa do apoio da opinião pública

    MAURÍCIO MEIRELES 
    VISÃO HISTÓRICA José Murilo de Carvalho, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a presidente Dilma realiza avanços em áreas negligenciadas por Lula (Foto: Carolina Vianna/ÉPOCA)
    O livro A construção nacional: 1830-1889, organizado por José Murilo de Carvalho, ocupou a mesa de cabeceira da presidente Dilma Rousseff até o mês passado. Imortal da Academia Brasileira de Letras, o historiador de 72 anos diz que a presidente precisa avançar a partir das conquistas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva nas políticas sociais. Em outras palavras, a presidente precisa combater a corrupção, luta que, segundo ele, ganha força com seus altos índices de aprovação. A construção nacional cobre os acontecimentos desde a abdicação de Dom Pedro I até a Proclamação da República. “Estamos num círculo virtuoso. Podemos corrigir os grandes erros do passado com reformas importantes”, disse Carvalho a ÉPOCA. A seguir, trechos da entrevista.
    ÉPOCA – A presidente Dilma Rousseff conseguiu índices de aprovação inéditos, se comparados ao primeiro ano de mandato de outros presidentes. A que o senhor atribui esses números?
    José Murilo de Carvalho –
     Creio que ninguém previu esse desempenho da presidente, certamente devido a ela e não ao ex-presidente, seu patrono, ou a alguma boa notícia na área econômica. Minha aposta é que a boa avaliação se deva a sua postura em relação ao que ela mesma chamou de malfeitos dos políticos. A grande rejeição de tais práticas pelo público e o reconhecimento do esforço da presidente para contê-las podem estar na raiz da popularidade. O apoio popular confere à presidente autoridade para continuar a exigir práticas mais republicanas, entendidas como o bom governo. É possível que a tão falada nova classe C já esteja engrossando as fileiras dos que cobram mais compostura na política.

    ÉPOCA – Pode-se dizer então que a presidente Dilma acertou o tom ao abraçar como promessa o combate à corrupção?
    Carvalho – 
    Acredito que ela seja sincera. A única questão é saber aliar isso à habilidade política, para não atrapalhar seu governo. Disseram que Lula a apoia nessa postura, mas ele tem uma orientação um pouco diferente. Lula quer democracia. O desafio da presidente é injetar república no Brasil que ela herdou, sem inviabilizar as reformas e enfrentando posturas nem sempre republicanas no Congresso.
    ÉPOCA – Há riscos para a governabilidade?
    Carvalho –
     No Brasil, o presidente é muito forte, tem a caneta nas mãos. Não vejo uma nuvem escura para a governabilidade. Só que fica claro que coisas importantes não são decididas. Nem a Copa se consegue decidir, isso é um problema sério. Falta habilidade de articulação política. Eu diria que é um ponto fraco dela. Mas entendo que seja difícil conseguir governar sob a fome de empregos que os partidos têm.
    ÉPOCA – Quando a presidente diz que não tolerará a corrupção, o senhor não vê isso como uma crítica ao governo anterior, tolerante com os malfeitos?
    Carvalho –
     Essa é uma pergunta muito maldosa, você está querendo me jogar contra Lula (risos). Claro que há aí uma indicação de uma visão um tanto permissiva da política. Mas posso imaginar perfeitamente Lula argumentando que estava interessado na política social: “Se para fazer isso eu tenho de ter uma atitude que pode parecer tolerante com a corrupção, eu lamento; minha prioridade é outra”. Eu diria que há uma ênfase que pode ser um pouco distinta. É uma questão de método de trabalho e estratégia política. Lula teve êxito na política social. Dilma, ao alterar a tática, provavelmente com o apoio de Lula, tentará fazer as reformas estruturais. A agenda de Lula já é uma conquista. É preciso ir adiante.
    "Lula teve êxito na política social. Dilma, ao alterar a tática, tentará fazer as reformas. A agenda de Lula já é uma conquista. É preciso ir adiante."
    ÉPOCA – Muitos cientistas políticos dizem que a corrupção é um “efeito colateral” do sistema representativo. O senhor concorda?
    Carvalho –
     Se você diz nesses termos, pode parecer que a democracia é uma coisa ruim. E isso está absolutamente errado. Mas é claro que há uma alteração dos valores. Não é uma crítica à democracia, mas uma constatação. Até porque parte desse aumento de representatividade aconteceu no meio de uma ditadura militar. Quem não se comportasse era cassado. Nosso desafio é conciliar essa abertura com os valores republicanos. É preciso introduzir república na democracia, e a opinião pública precisa fazer pressão para isso.
    ÉPOCA – Como o senhor acha que a CPI do Cachoeira afeta a relação do governo com sua base aliada?
    Carvalho –
     É um caso complexo, uma vez que o escândalo atinge pessoas da base aliada e da oposição. Se é verdade, como se veiculou, que o presidente Lula apoiou a CPI para abafar o julgamento do mensalão, foi uma jogada arriscada, sobretudo porque ele não tem mais nas mãos as rédeas do poder. Os danos que a CPI pode causar tanto à oposição como à base poderão levar a negociações de bastidores no sentido de transformá-la na tradicional pizza. Somente a vigilância da imprensa e das redes sociais poderá nos livrar desse cardápio.
    ÉPOCA – Por falar em ideais republicanos, em seu livro Dom Pedro II é tratado como um grande estadista, uma reserva moral da sociedade. Houve uma degradação dos valores da República?
    Carvalho –
     Se definirmos a República como o bom governo, a preocupação com o bem público, ele era republicano – mesmo sendo um monarca. Não falo de república como um sistema de governo, mas de valores, e esses valores ele tinha. Todos os nomeados para cargos públicos ele apresentava a seus ministros. Claro, havia uma elite política muito pequena, umas 500 pessoas, o que permitia esse tipo de consulta. A República Velha, de 1889 a 1930, continuou essa tradição. 1930 foi uma ruptura e, ironicamente, justamente quando o sistema político começou a ser aberto para mais pessoas. Com mais gente, entram também mais interesses. Democracia é isso. Até 1945, com a queda da ditadura de Getúlio Vargas, só 5% da população votava. Era uma república sem povo. Com a reabertura, a coisa começou a deslanchar, e tudo foi interrompido em 1964, porque o sistema não aguentou. Começou a haver mais greves, foi uma invasão de participação. No fim dos anos 1980, chegamos a quase 80% da população votando. Mesmo nos governos militares, 50 milhões de brasileiros começaram a votar. Imagine o que é começar a votar num período em que o Congresso está castrado. O perfil dos candidatos mudou. Antes, era preciso pertencer a uma elite. Depois, o zé das couves passou a se candidatar para vereador. É uma enxurrada de gente motivada por interesses pessoais.
    ÉPOCA – O governo do PT marcou a chegada de sindicalistas a altos cargos em estatais. Que mudanças isso trouxe para o país?
    Carvalho –
     Os sindicatos já tinham proximidade com o governo Vargas e também com o governo João Goulart. Quem está no sindicato é uma mão de obra formalizada. É até positivo eles terem representatividade, mas há um mundo de brasileiros informais não representado por eles. É preciso ter cuidado com uma visão negativa em relação a essas pessoas. Elas representam bastante gente e interesses legítimos. O que cheira a corporativismo não me agrada. Em alguns casos até houve o que se chama de aparelhamento. Mas antes, também, se botavam os amigos. Agora se botam os amigos do sindicato. Claro que isso deve ser criticado, porque pode resultar em queda da eficiência. Algumas estatais viraram fonte de dinheiro e poder para alguns. Mas é preciso ficar claro: não há nenhum problema em si em botar um operário no comando de uma empresa. Dilma já começou a botar um freio aí. Ela constrói em cima do que Lula fez, numa dimensão negligenciada por ele. Estamos num círculo virtuoso da história. Podemos corrigir os grandes erros do passado com reformas importantes.

    Hora da freada de arrumação na CPMI de Cachoeira

    Autor: 
    A CPMI fez bem em não convocar Policarpo Jr para depor. E a sessão de ontem deveria servir de lição para os próximos passos.
    Nos últimos anos a perda de legitimidade da velha mídia – encabeçada pela Veja – se deveu à sua arrogância e absoluto desprezo pelas instituições e pelos preceitos legais. Foi isso que a levou à aliança com o crime organizado, à disseminação da intolerância, aos ataques desmedidos à reputação de quem atravessasse seu caminho. E são esses procedimentos que estão na raiz do profundo processo de descrédito que atinge a revista.
    O que de pior poderia acontecer para todos os que querem uma mídia limpa seria a repetição dos mesmos métodos pela CPMI. Só faltava, a esta altura do campeonato, atitudes que possam ser utilizadas para vitimizar a revista ou legitimar seu álibi de que defende o país contra manobras autoritárias da esquerda.
    Em que pese o clima passional e de acerto de contas que cerca toda CPMI, não se pode fugir das boas técnicas de investigação nem recorrer a qualquer método que possa ser utilizado para comprometer a credibilidade das investigações.
    Por exemplo, há suspeitas fundadas de que a revista participava de um conluio criminoso com Carlinhos Cachoeira. Se há suspeitas, mesmo baseadas em indícios veementes, investigue-se antes. E existem todas as condições na própria análise do material a ser fornecido pela Polícia Federal – as 47 gravações de conversas diretas de Cachoeira e Policarpo e as infindáveis de Policarpo com outros membros da quadrilha.
    Ouvidas as conversas, haverá um trabalho de relacioná-las com matérias da própria revista e com os ganhos diretos e indiretos das duas organizões: Cachoeira e Abril. Não há lógica em produzir um escândalo por dia, mas a necessidade de construir diligentemente todas as amarras que comprovem os procedimentos criminosos da revista.
    Deve-se escutar, analisar e divulgar, sem pressa, sem arrogância. Se, de fato, mostrarem provas contundentes de envolvimento criminoso, que se convoque Policarpo e Roberto Civita. Mas sem colocar o carro antes dos bois. E por dois motivos: para impedir que o sentimento de vingança se sobreponha ao da justiça; e para ouvir Policarpo apenas quando se dispuser de elementos consistentes para um bom interrogatório.
    Quando o senador Pedro Taques passa a engrossar a tal Bancada da Veja há alguma coisa de errado – e não propriamente com ele. Miro Teixeira e Álvaro Dias dependem umbilicalmente da aliança com a mídia para sua própria sobrevivência. Taques tem uma biografia impecável e é fundamentalmente um legalista.
    A CPMI deveria amainar o espírito de vingança e ensinar à própria Veja como utilizar técnicas de investigação correta e consistentes, com direito ao contraditório e sem ceder ao clamor das ruas.
    A punição de Veja ocorrerá seguindo todos os procedimentos legais e analisando-se seu papel com um senso de justiça que sempre faltou à ela própria. Baixe-se a fervura e que os parlamentares comportem-se com a dignidade que sempre faltou à revista.

    O choro dos empresários


    Nesses 25 anos de trabalho na edição de textos ligados, de uma forma ou outra, à economia, se teve algo que aprendi foi que o empresário brasileiro é o maior chorão que existe. Os negócios nunca vão bem para ele.
    Há poucos meses o dólar estava cotado há menos de R$ 1,70 e o discurso que eles faziam era que isso não podia continuar, sob o risco de o pais entrar num processo irreversível de - ô palavra feia! - desindustralização, com as inevitáveis consequências que o fato acarretaria - queda vertiginosa nas exportações, desemprego em massa, mais inflação e, possivelmente, recessão. O fim dos tempos.
    Hoje, com o dólar a R$ 2,00, tudo indicava que os nossos patrióticos líderes empresariais estivessem sorrindo à toa. Afinal, com a moeda brasileira mais fraca, podem lucrar mais nas vendas ao exterior, feita em dólares. Que nada. A choradeira continua. A cotação, dizem, ainda não é suficiente para que seus negócios se tornem competitivos e não há nada que indique que ela vai continuar assim por muito tempo. Além disso, alertam, secundados por uma plêiade de - ô palavra que não diz nada! - analistas, há o risco de a inflação voltar com tudo. O fim dos tempos.
    Há também o caso dos juros. A vida toda ouvi esse pessoal que diz entender de economia - sou apenas um jornalista, aviso, nada sei sobre os mistérios de uma "ciência" cujas teorias se contradizem a todo instante - que o problema do Brasil era a taxa de juros alta, a maior do mundo, que aqui era o paraíso dos especuladores, que apenas o sistema financeiro se beneficiava dessa situação, que era impossível nós  chegarmos a fazer parte do time principal se continuássemos nesse caminho.
    Pois bem, o governo tem feito o possível para que os juros caiam a um nível civilizado, para que o chamado "setor produtivo" - nós blogueiros, evidentemente estamos fora dele - saia investindo mundos e fundos, exerça todo o seu potencial, se aproveite das benesses do capitalismo, crie empregos e faça a roda da economia girar como nunca.
    O que vemos, porém, é, de um lado, o dos banqueiros e aliados, grande parte da imprensa incluída, críticas e mais críticas em relação ao processo, notícias e mais notícias dando conta das dificuldades de baixar o juro bancário, de as empresas emprestarem, de qualquer um de nós, cidadãos comuns, sairmos dos bancos com um crédito pessoal sem a sensação de que estamos caminhando para o precipício.
    Do outro lado, o principal beneficiado pela queda dos juros, o setor industrial, está mudo, caladinho, como se nada estivesse acontecendo no país, fingindo que nada mudou, que tudo o que se faz hoje no vasto campo da macroeconomia não é com ele, não é para que produza mais, venda mais, contrate mais funcionários. Em vez de se juntar ao governo numa ampla campanha para que o país enterre de vez a cultura dos juros altos, as principais lideranças empresariais optam pelo elogio envergonhado, ou então pelo silêncio puro e simples.
    Ah, mas o governo fez pouco, é preciso cuidar ainda da redução do "custo Brasil", tem de diminuir os impostos, simplificar a burocracia, investir na infraestrutura, cuidar das estradas, dos aeroportos, dos portos, do transporte público, da educação, da saúde, do ambiente, da energia elétrica, da habitação, de tudo, enfim, dizem esses Viscondes de Mauá contemporâneos, homens de visão extraordinária e  notável brasilidade.
    Por essas e por outras, não tenho dúvida nenhuma de que se não fosse por eles o Brasil não seria hoje tudo o que é.

    CRÔNICAS DO MOTTA: O Brasil e a África

    CRÔNICAS DO MOTTA: O Brasil e a África: As mudanças empreendidas pelo ex-presidente Lula na diplomacia brasileira, com foco nos países do Hemisfério Sul e abertura de mais canai...
    Ser populista é ofensa. E ser vulgarista?

    Ser populista é ofensa. E ser vulgarista?
    Existe uma enorme diferença entre o popular e o vulgar. Chico Buarque, por exemplo, é um cara popular. É simpático, é super talentoso e tem cultura. Muito mais do que qualquer pedante desses “doutores em vinho”. Ou daqueles “especialistas” que criticam o Brasil por estar indo na contra-mão dos velhos e decadentes países europeus. Muita pose e uma argumentação tremendamente vulgar.
    Na maioria das vezes quando vemos num noticiário de TV ou numa reunião de diretoria, alguém com um grande controle facial, com olhares críticos e esnobes... Pode apostar: ele não passa de um vulgar jogando truco.

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    E isso, as pessoas não analisam, mas sentem.
    A mídia comercial e provinciana, “acusa” o Lula de ser popular e, conseqüentemente, populista. Queriam que ele fosse impopular como são os candidatos do seu partido? E não falam que ele é popular como conseqüência do seu governo. 85% de aprovação depois de dois governos não é pouco não.
    Os vulgares fazem muita pose, gestuais aristocráticos, mas não passam disso. São vazios. Falta uma coisa que valorizo muito em pouquíssimos políticos que sabem conquistar simpatizantes, militantes e votos. Essa coisa chamo de “fio terra”. Isso não se aprende em escola, é na vida de verdade.
    Outros chamam de carisma. Acho que as duas hipóteses estão certas.
    Diálogo entre Colbert e Mazarino
    DURANTE O REINADO DE LUíS XIV- EM 1661
    Imagem Activa
    Colbert foi ministro de Estado e da economia do rei Luiz XIV.
    Mazarino era cardeal e estadista italiano que serviu como primeiro ministro na França. Notável coleccionador de arte e jóias, particularmente diamantes, deixou por herança os "diamantes Mazarino" para Luís XIV em 1661, alguns dos quais permanecem na coleção do museu do Louvre em Paris.
    O diálogo:
    Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar (o contribuinte) já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
    Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se...  Todos os Estados o fazem!
    Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criamos todos os impostos imagináveis?
    Mazarino: Criam-se outros.
    Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
    Mazarino: Sim, é impossível.
    Colbert: E então os ricos?
    Mazarino: Sobre os ricos também não. Eles deixariam de gastar. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
    Colbert: Então como havemos de fazer?
    Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável.