sexta-feira, 18 de maio de 2012

O corte no discurso de Dilma
Enviado por luisnassif
Por Alfredo Machado
A emissora dos Marinho, ao mostrar ontem o discurso de Dilma Rousseff, fez a gentileza de cortar a imagem no momento em que a presidenta começou a se referir à diferença do país em relação aos países desenvolvidos. No “Nós temos de ter muito orgulho...” veio a vergonhosa tesourada enquanto os dois jornalistas se entreolhavam, como a dizer, o que é que é isto?
Por lá, é impossível admitir de público que TODOS os seus jornalistas e “especialistas” em economia, sem exceção, erraram ou foram obrigados a errar ao contestar o prognóstico de DRousseff e do BC de Tombini sobre a crise da eurozona, na ocasião em que foi anunciado o primeiro corte preventivo da taxa Selic.
Mais adiante veio a descarada torcida por Nicolas Sarkozy, e assim permanece a emissora, ao impor aos telespectadores matérias completamente dissociadas da realidade sobre aquela região, sendo a Grécia a atual bola da vez – é um tal de “tem que sair do grupo para o mundo voltar e ficar cor de rosa” que impressiona pelo pouco caso com a inteligência das pessoas.  
A grosseria explícita de ontem deve fazer parte do tal do compromisso da emissora com isto, aquilo e aquilo outro.

“A classe dominante nunca será capaz de resolver a crise. Ela é a crise!”
Imagem Activa
Eu nunca tinha ouvido falar em Rob Riemen, um holandês que pensa, fala e escreve coisas que nos faz pensar e repensar. Por exemplo:
A atual classe dominante nunca será capaz de resolver a crise, porque ela é a crise! E não falo apenas da classe política, mas da educacional, da que controla a mídia, da financeira, etc. Não vão resolver a crise porque a sua mentalidade é extremamente limitada e controlada por uma única coisa: os seus interesses.
E ele continua:
Os políticos existem para servir os seus interesses, não o país. Na educação, a mesma coisa: quem controla as universidades está ali para favorecer empresas e o Estado. Se algo não é bom para a economia, porquê investir dinheiro?
E arremata:
No geral, a mídia já não é o espelho da sociedade nem informa de fato as pessoas do que está se passando, existe sim para vender e vender e vender.
Se quiser saber e ler mais sobre o Rob Riemen dá uma passeada pelos sites de busca. Mas continuaremos de vez em quando colocando aqui no Sr.Com o que formos garimpando.
Leis X Justiça
O Brasil está indo bem. Como nunca esteve antes, mas tem umas tribos que não querem que isso aconteça. Uma delas é todo o sistema judiciário. Parece que eles estão em outro país ou em outro tempo.
As leis são armas para evitar que se faça justiça? É o que podemos constatar diariamente. Principalmente quando o criminoso roubou bastante, tanto que pode pagar R$ 15.000.000,00 para um advogado que já foi ministro da justiça! Isso não pode ser chamado de justiça, trata-se de uma hipocrisia coletiva que conta com o apoio das empresas de mídia e políticos parceiros, omissos ou covardes. Todos juntos fazem parte de uma grande quadrilha com as bênçãos do judiciário.
Os seres que habitam o judiciário são impermeáveis a qualquer julgamento que se faça deles. Eles se auto inocentam com suas leis.
A coisa ficou tão sem vergonha que se você encontrar um desses canalhas num aeroporto e jogar seu cafezinho na cara dele, não haverá nenhuma reação física (eles são impermeáveis e covardes). Você será processado e condenado rapidamente.
Se fosse ao contrario, se ele tivesse jogado café no seu rosto, seria considerado uma reação natural, humana, de quem se sente uma autoridade ofendida “moralmente”. Como se eles tivessem moral.
Tudo que envolve leis no Brasil, forma uma instituição totalmente desmoralizada quando deveria ser a base de uma república séria e justa. Tornou-se o problema, a causa de não haver Justiça neste pais nos tornou o paraíso da impunidade (dos ricos).
Quando já está na boca do povo que um bom advogado não é aquele que conhece leis, é aquele que conhece o juiz, a coisa fica pior ainda.
E quando se tem mais medo dos advogados do que dos infratores... chega-se a conclusão que será preciso chamar esses seres as falas e mandá-los as favas.
Toda essa alcatéia recebe salários altíssimos, pagos sabe por quem?
Se eu disser aqui o que nos resta fazer eu serei o bandido e preso por estar agindo contra as instituições nacionais.
Imagem Activa
Mas, como disse o Solda: tantas vezes vai o jarro em água dura até que um dia a casa caiu... pode ser que aconteça algum fato novo, uma escorregada na hora errada, e os 190 milhões de brasileiros vão ter uma Justiça com J maiúsculo. Não essa palhaçada cheia de togas e capinhas do Zorro, do Mandrake ou do Drácula.
Na frente do espelho.
Estava me preparando para fazer a barba quando me chamou a atenção um senhor, mais velho do que eu me sinto, que me olhava ali do espelho com a mesma expressão. Todos os movimentos que eu fazia ele repetia com perfeição. Parecia um robô.

Imagem Activa
Claro que essa não era a primeira vez que o encontrava nos espelhos, mas foi a primeira vez que comecei a pensar nesse cidadão com mais atenção.
Tenho que reconhecer que devo muito a ele. É com suas pernas, suas mãos, seus olhos, seus ouvidos, sua boca que eu ando, digito os textos deste blog, que eu vejo, ouço, falo.
Mas ele também me dá bastante trabalho. Gasto um bom dinheiro comprando coisas que ele precisa, tipo roupas, comida, desodorante, remédios etc. etc. etc. Para isso eu preciso ganhar dinheiro e, como nunca ganhei na Mega Sena, tenho que trabalhar usando minha inteligência e os meus conhecimentos!
Eu é que tenho que lembrar e decidir tudo por ele, como tomar banho, fazer a barba, que roupa por.
Sei tudo sobre esse cara. Sei que ele vai morrer e seu corpo é biodegradável!
Sei tudo sobre ele e não sei nada sobre mim. Afinal, será que sou apenas um parasita habitando esse corpo? Onde eu me localizo nele? E depois?
E isso também acontece com os seres mais ricos e famosos do planetinha...
Z.J.O.



Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade. 
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio. 
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza. 
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância. 
Solidão é muito mais do que isto. 
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma....  

Francisco  Buarque  de  Holanda

Porque Civita reassumiu o cargo de editor de Veja

Só hoje me alertaram para um detalhe significativo na última edição de Veja. Em meio a páginas de puro pânico, há um boxe com um artigo de Roberto Civita, apresentando-se como Editor da Veja.
Por que isso, se tempos atrás ele se afastou de tudo, inclusive da direção editorial, delegando ao sucessor Fábio Barbosa? E no final de uma semana em que houve fortes rumores de pedido de demissão de Barbosa?
Simples de entender:
Ao passar o cargo de diretor editorial a Barbosa, Roberto Civita enredou-o em uma armadilha. Agravando a situação da revista - na CPMI ou na Justiça - o responsável legal passaria a ser o novo presidente.
Aparentemente, Barbosa deu-se conta disso nos últimos dias. Percebendo, ameaçou pedir demissão, o que jogaria a Veja no inferno.
Aparentemente, a solução negociada foi o tal registro de Civita nas páginas da revista, apresentando-se como seu editor.
Tudo tem seu preço. Até então Civita aparecia meramente como presidente do Conselho de Administração da Abril. Com a pequena nota, a CPMI encontrou elementos para futuramente convocá-lo.
Luis Nassif

CPI do Cachoeira: Oposição quis bagunçar a fila da guilhotina, para tirar Perillo do 1º lugar

Dê 50 coisas para uma pessoa fazer ao mesmo tempo, e ela não conseguirá fazer nenhuma. Dê uma coisa de cada vez, e ela conseguirá fazer as 50 coisas, uma a uma, ao longo do tempo.
Aponte para tudo quanto é lado, que não se chega a lugar nenhum.

A CPI tem 180 dias e a oposição, com ajuda dos amigos da revista Veja, Miro Teireixa (PDT-RJ), Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), querem impedir o começo pelo início.
Querem relaxar na investigação do núcleo duro da organização de Cachoeira, para desviar o foco na direção lateral do esquema, sem destrinchá-lo.
O motivo é criar confusão, bagunçando a ordem da investigação, para tirar seu governador tucano Marconi Perillo (GO), do primeiro lugar na fila de candidatos à guilhotina.
Com a ajuda da velha imprensa, pretendem nivelar outros governadores a Marconi para, com isso, salvá-lo em um grande acordão final. É a estratégia de jogar fermento para fazer a massa da pizza crescer. É o mesmo que fizeram na CPI do Banestado para que a Privataria Tucana não ficasse conhecida já em 2004.
O relator Odair Cunha, a duras penas, conseguiu manter o caminho até agora, para não perder o rumo. A CPI quebrou 33 sigilos bancários de pessoas físicas e empresas do núcleo duro de Carlinhos Cachoeira. É material de sobra para fazer um trabalho sério neste início, para seguir o caminho do dinheiro sujo da organização criminosa.
Seguindo o dinheiro, chegará a outros nomes, outras empresas, outros políticos mais discretos no telefone, e , supostamente, ao envolvimento da matriz da Delta.
Por isso não cabe falar em investigação seletiva, cabe falar em começar pelo começo, e não perder o rumo.
Que sentido tem desviar, agora no início, o foco do núcleo duro da organização de Cachoeira, para a atuação da empreiteira Delta em 23 estados? Que sentido tem quebrar centenas de sigilos bancários "no chute", sem ter a rota do dinheiro sujo?
Alguém acha que a matriz da Delta (como qualquer outra grande empreiteira), uma S/A com faturamento de bilhões em obras públicas, vidraça para TCU, Ministério Público, Polícia Federal, etc, passará por suas contas bancárias oficiais, por sua contabilidade, um cheque a alguma autoridade escrito "referente à propina da obra tal"?
É óbvio que grandes empreiteiras que fazem maracutaias usam redes de empresas, disfarçadas de fornecedores ou prestadores de serviços. Ou seja, usam gente como Cláudio Abreu para negociar com Cachoeira, e as negociatas não aparecerem nas contas da matriz. Pois a Operação Monte Carlo já localizou esse foco, e a oposição na CPI quer fugir dele, andando em círculo?

quinta-feira, 17 de maio de 2012




Por jucapastori
Da Agência Câmara

Projeto cria empresa pública para construir submarino nuclear

A Câmara analisa o Projeto de Lei 3538/12, do Executivo, que cria a empresa pública Amazônia Azul Tecnologias e Defesa S.A. (Amazul) para fomentar e desenvolver o setor nuclear brasileiro, especialmente na parte relativa à construção do submarino nuclear.
A nova empresa será vinculada ao Ministério da Defesa e é originária da divisão parcial da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron). Essa divisão, no entanto, precisa ser homologada pelo Conselho de Administração da Emgepron, depois de ouvido o seu Conselho Fiscal.
“A criação de uma nova empresa por cisão é a melhor alternativa para gerenciamento dos recursos humanos e a consequente retenção de conhecimento no setor, o que irá proporcionar o desenvolvimento de projetos e a construção dos meios navais necessários para que o Comando da Marinha possa melhor desempenhar sua missão constitucional”, argumentou o Poder Executivo em exposição de motivos assinada pelos ministros Celso Amorim (Defesa), Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento).
O quadro de pessoal da Amazul será composto por empregados da Emgepron vinculados ao Programa Nucelar da Marinha (PNM) e transferidos para a Amazul, nos cargos para os quais fizeram concurso público; profissionais captados no mercado de trabalho, submetidos ao regime celetista, cujo ingresso se dará, obrigatoriamente, por meio de aprovação prévia em concurso público; e militares da Marinha e servidores públicos civis postos à sua disposição.

A Amazul também fica autorizada a patrocinar entidade fechada de previdência complementar, inclusive aderindo a alguma entidade já existente.

Segundo a proposta, a Amazul terá sede e foro na cidade de São Paulo (SP), e prazo de duração indeterminado, podendo estabelecer escritórios, dependências e filiais em outras unidades da federação e no exterior.

AtribuiçõesEntre as competências da nova empresa estão:
- implementar ações necessárias à promoção, ao desenvolvimento, à absorção, à transferência e à manutenção de tecnologias relacionadas às atividades nucleares da Marinha, ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e ao Programa Nuclear Brasileiro;
- colaborar no planejamento e na fabricação de submarinos, com a prestação de serviços de seus quadros técnicos;
- fomentar a implantação de novas indústrias do setor nuclear e prestar a assistência técnica necessária;
- estimular e apoiar técnica e financeiramente as atividades de pesquisa e desenvolvimento do setor nuclear, inclusive pela prestação de serviços;
- captar, em fontes internas ou externas, recursos a serem aplicados na execução de programas aprovados pelo comando da Marinha;
- promover a capacitação do pessoal necessário ao desenvolvimento de projetos de submarinos, articulando-se com instituições de ensino e pesquisa do país e do exterior; e
- elaborar estudos e trabalhos de engenharia, realizar projetos de desenvolvimento tecnológico, construir protótipos e outras tarefas relacionadas ao desenvolvimento de projetos de submarinos.

O governo pede urgência na aprovação do texto para garantir um quadro de pessoal qualificado. “Com o mercado altamente aquecido e a crescente procura por profissionais altamente qualificados, aumenta substancialmente a probabilidade de se perder empregados vitais para o prosseguimento do Programa Nuclear Brasileiro, em especial nas atividades estratégicas ligadas ao enriquecimento de urânio e às tecnologias de projeto e construção de reatores”.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e está sendo analisado por comissão especial.

Íntegra da proposta:

ÉPOCA MOSTRA NOVAS LIGAÇÕES DE CACHOEIRA E RICHA

.

Como sempre, o trololó do culpado começa assim: "não conheço, nem nunca estive com Carlinhos Cachoeira".

Dias depois o óbvio. Pipocam gravações que desmentem tudo. É de se imaginar por que o político não arranja de cara, uma desculpa mais convincente já que sabe que depois da fumaça, vem o fogo.

No Paraná não foi diferente. Primeiro o Governador tucano Beto Richa nunca tinha ouvido falar do cara, agora as gravações divulgadas a conta-gotas pela polícia dão mostra que parece que não era bem assim.

Veja, pra um cara dizer que o Governador é "da família" e que adora o objeto da contravenção (o jogo), pra dizer que eles, os bandidos, é que nomearam o secretário de segurança do Estado, difícil falar que não tem nada a ver, que o cara tá falando de alegre ao telefone. Quando você quer acusar alguém, pode usar desse expediente. Mas como os cidadãos não sabiam que estavam sendo grampeados, obviamente, não dá pra usar essa desculpa.

Assim, pra você saber a quantas anda o mis en scéne do chamado* playboy paranaense, dê uma lida nesta reportagem da revista Época (insuspeita, já que é da Globo). Lá aparecem as ligações mais que comprometedoras do Cachoeira com um Estado que baniu o jogo na administração de Roberto Requião mas que ficou na mira dos espertinhos. Quando mudasse o governo, disse Cachoeira em ligação outra interceptada, montariam campana, como de fato, ao que tudo indica, fizeram. Parece que a coisa só não progrediu porque não deu tempo.

Esperar uma explicação boa do Governador tucano é besteira. Ele já demonstrou que se acha o halls preto depois da escovação dos dentes. Assim, não tem a obrigação de contar para o trouxa que paga os impostos que ele utiliza, sobre nada do que faz com nosso dinheiro.

Se você é eleitor do Paraná, anote no caderninho que vai levar para as urnas municipais e depois para as estaduais. Vá contando e vendo se esse blog está exagerando ou não quando fala sobre o que ele faz ou sobre quem ele apóia.

* O termo playboy para Beto Richa foi cunhado nas últimas eleições estaduais pelo então adversário Osmar Dias, irmão do tucano Alvaro Dias. Pegou.


Clique aqui para relembrar o caixa dois tucano, flagrado em vídeo.
Clique aqui para ver a mais nova reportagem da Record, mostrando os crimes da Veja.
Clique aqui para ver como é quando o bem vence o mal.
Clique aqui para ver o que faz uma revista criminosa, quando entra em desespero.
Clique aqui para ler sobre os filisteus no templo que está ruindo.

Fatores externos afetam política fiscal.Juros jogam dívida pública para R$ 1,836 tri em março


Juros jogam dívida pública para R$ 1,836 tri em março
Monitor Mercantil, 23/04/2012

A incorporação de juros e a alta do dólar fizeram a Dívida Pública Federal (DPF) aumentar quase R$ 20 bilhões em abril, mais 1,08% em relação ao R$ 1,836 trilhão de março. Segundo o Tesouro Nacional, a DPF encerrou mês passado em R$ 1,855 trilhão.
Dércio Munhoz, professor da UnB
Chamando a atenção para o crescimento da dívida acima da inflação, o economista Dércio Munhoz, da Universidade de Brasília (UnB), reclama da influência de fatores alheios à execução fiscal sobre a dívida. Munhoz, que já presidiu o Conselho Federal de Economia (Cofecon), defende que se trabalhe com a dívida bruta e não a líquida, como faz o governo.
"Se o salto do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no BNDES aumenta, a dívida líquida cai. É um critério subjetivo. O saldo deveria ser de R$ 2,5 trilhões, que é o montante bruto, deduzido dos títulos em poder do Banco Central (BC), de cerca de R$ 500 bilhões", calcula.

Brasil: tendências a re-industrialização e desnacionalização - mudanças aos trabalhadores

artigo revisado - publicado originalmente em 29 de junho de 2009 - passados 3 anos cada vez mais atual

Brasil: tendências a re-industrialização e desnacionalização - mudanças aos trabalhadores
por Almir Cezar Filho 

Há uma transformação em curso na economia brasileira, com uma respectiva recomposição na classe operária, com previsíveis e interessantes impactos na luta de classe futuros. Teremos transformações importantes na dinâmica econômica e na dinâmica social do país, por um lado, mais suscetível as crises mundiais, porém, embora mais dependente, uma economia com papel mais importante na economia mundial e, por outro, aponta que no Brasil em breve a classe operária voltará a ser protagonista das grandes mobilizações dos trabalhadores. Teremos um novo movimento operário surgindo, mais fortalecido do ponto de vista objetivo, inclusive para enfrentar os ataques da burguesia em caso de crises.

Vejam os dados da PIA 2009 divulgados pelo IBGE - obviamente os dados captam a realidade pré-crise, mas essa nova situação não pode ter revestido tal cenário - que apontam a ampliam do número de empresas atuando justamente nos segmentos econômicos industriais, e particularmente nos setores que constituem os pesos pesados da classe trabalhadora. Setores esses que haviam encolhidos nos anos 90.

Há um processo de re-industrialização da economia brasileira, mas essa re-industrialização se dá através de um maior peso do capital estrangeiro sobre o montante de capital, um processo que não só apesar da crise, mas talvez acelerado por ela, à medida que provavelmente passado o susto inicial, as transnacionais estão buscando refúgio no Brasil.

Investigar “outro lado” na ditadura: seria igualar nazistas à Resistência Francesa



No Brasil, tentariam igualar Aubrac a nazistas?

por Rodrigo Vianna

Raymond Aubrac morreu no mês passado. Tinha 97 anos, viúvo. Na França, era tratado como herói. Lutou de armas na mão contra os nazistas e contra os franceses colaboracionistas, que aceitaram manter um regime fantoche em apoio a Hitler.

Aubrac e a mulher, morta há uma década, foram líderes da Resistência Francesa. Se morassem no Brasil, parte dos comentaristas e colunistas da direita brazuca certamente diriam que eles tinham sido ”terroristas”. Sim, Aubrac lançou bombas, deu tiros. Foi preso, escapou milagrosamente dos nazistas. Tinha inimigos. E lutou. E não deixou de lutar. Depois da Guerra, tornou-se amigo de Ho-Chi-Min. E na última campanha eleitoral, declarou apoio a Hollande, do Partido Socialista. Ele tinha um lado.

Um homem precisa ser “neutro” pra lutar por Justiça? Tolice. Mais que tolice. Argumento falacioso a proteger criminosos de guerra. Seja na Europa ou na América do Sul. Aqui, às vezes cola. Lá, não cola…

No Brasil, Aubrac e a mulher talvez fossem chamados de “petralhas”. Mais que isso. Talvez aparecesse um ex-ministro tucano dizendo que “os dois lados” precisam ser investigados. Sim! Não é justo julgar (ou relatar os crimes, que seja) apenas dos pobres nazistas. E as “vítimas inocentes” do “outro lado”? Essa Resistência Francesa era “criminosa”…

Aubrac seria exercrado, ofendido. Pela internet, circulariam e-mails idiotas chamando o sujeito de “terrorista”, talvez achassem uma foto dele com fuzil pra dizer: olha só, o “outro lado” era adepto da força bruta, não era bonzinho, também precisa ser investigado…

Isso me lembra o título daquele livro: “Falta Alguém em Nuremberg!” Sim, para a direita brasileira (e os apavorados que se acham de esquerda e têm medo de enfrentá-la) seria preciso enviar a Resistência Francesa a julgamento! Afinal, a Resistência pegou em armas, cometeu “crimes”.

No Brasil, por hora, nem se fala em julgamento. Mas numa simples Comissão a relatar os crimes cometidos por agentes do Estado. Crimes contra a Humanidade. Não se fala em execrar soldados, sargentos ou oficiais que, eventualmente, tenham matado guerrilheiros em combate. Da mesma forma, nunca ninguém se atreveu a “condenar” soldados alemães que lutaram nas trincheiras ou nas ruas.

O que se pretende é relatar crimes de tortura, desaparecimento, assassinatos cometidos a sangue frio… Ah, mas estávamos numa “guerra”, dizem militares brasileiros (secundados por civis perversos, e até por gente de boa fé mas desinformada) que atacam a Comissão. Há controvérsias se aquilo que ocorreu no Brasil foi uma “guerra”…

De todo jeito, na Europa houve “guerra”. Pra valer. Nem por isso, crimes contra a Humanidade deixaram de ser julgados. Nazistas e seus colaboradores que torturaram, assassinaram e incineraram gente indefesa foram a julgamento. A Resistência Francesa não foi a julgamento. Nem irá.

O resto é invenção do conservadorismo mais matreiro do mundo, porque dissimulado: o conservadorismo brasileiro. Nesse debate sobre a Comissão da Verdade, é preciso derrotá-lo. Com inteligência, moderação. Mas com firmeza.

Copiado do Blog Escrevinhador

Revanche da democracia

Revanche, sim 

A tradição de conciliar é uma força contraditória do Brasil. Ora, nos faz avançar, porque a conciliação é mesmo o melhor caminho. Ora, é um âncora que nos prende ao atraso, porque conciliar também pode ser congelar problemas que merecem enfrentamento.

Na virada dos anos 70 para os 80, a ditadura militar de 1964 começou a cair de madura. Já havia falido a eficiência econômica do regime, hoje apontada como uma suposta virtude daqueles tempos. A Lei da Anistia de 1979 e o governo Figueiredo foram os últimos suspiros de uma ditadura que estava morrendo.

Para tentar ver com equilíbrio aquele período, invoca-se frequentemente o mito da competência tecnocrática do regime dos generais. Mas o fato é que os militares foram incompetentes na política e na economia.

Será que a nossa infraestrutura não teria prosperado muito mais com democracia? As tais obras faraônicas aconteceram pelos méritos do regime? Itaipu só foi construída por causa da ditadura? Ou muitas dessas obras foram projetos mal pensados e mal executados, como a Transamazônica e o acordo nuclear com a Alemanha?

Difícil enxergar algo de bom naqueles tempos, com exceção das músicas do Chico e da voz da Elis. A gente deve lembrar que uma geração inteira de líderes jovens foi morta, presa e torturada. E muitos que não aderiram à luta armada tiveram o mesmo destino. O Brasil perdeu talentos. Deixou de avançar porque a democracia foi interrompida. Não havia risco de golpe de esquerda nem de ditadura comunista. O país piorou com o golpe.

Hoje é um dia histórico. Vinte e sete anos após o fim oficial da ditadura, foi instalada a Comissão da Verdade. Antes tarde do que nunca.

Invocando nossa tradição conciliatória, setores da sociedade querem que os dois lados sejam investigados, referindo-se aos agentes da ditadura e aos militantes de organizações de esquerda.

Como já registrado neste espaço em colunas anteriores, não dá para tratar os dois lados com igualdade. Os militantes de esquerda, sejam os que pegaram em armas, sejam os que optaram pela resistência pacífica, já foram perseguidos, presos, torturados, mortos e exilados. Isso não aconteceu com os agentes do Estado que, ilegalmente, investigaram, prenderam, torturaram e mataram. O foco deve ser a ditadura.

Pela lei que a criou, a Comissão da Verdade não terá poder de punição. Poderá investigar para relatar o que aconteceu. Eventuais punições dependerão de outras leis e de outras interpretações da Justiça --algo que parece, hoje, bem distante da realidade.

Portanto, não existe hipótese de revanchismo. Mas há, sim, a oportunidade para uma revanche da democracia. Como disse a presidenta Dilma Rousseff, "merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia".

Essas famílias, presidente, merecem a verdade. Mas também a merecem todos os brasileiros, sobretudo os mais jovens. Para que nunca mais algo assim aconteça no Brasil.


Leia mais em: O Esquerdopata
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Mayara Petruso é condenada por racismo



A estudante Mayara Penteado Petruso foi condenada a 1 ano, 5 meses e 15 dias de prisão pelo crime de racismo contra os nordestinos.

A ofensa foi cometida pelo Twitter no dia 31 de outubro de 2010, logo após a vitória eleitoral da petista Dilma Rousseff sobre o tucano José Serra.

"Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a Sp: mate um nordestino afogado!", escreveu a estudante pela rede social.

A pena contra ela foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa. A decisão foi tomada pela juíza da 9ª Vara Federal Criminal em São Paulo, Mônica Aparecida Bonavina Camargo.

Em sua defesa, Mayara admitiu a publicação da mensagem e disse que foi motivada pelo resultado das eleições presidenciais.

Ela afirmou que não tinha a intenção de ofender (?), que não é preconceituosa (??) e que não esperava tamanha repercussão. De acordo com o processo, Mayara disse estar envergonhada e arrependida.

A reportagem ligou para o advogado dela, mas não foi atendida.

Estudante de Direito, Mayara perdeu o emprego em um escritório de advocacia após o episódio. Ela também teve que mudar de cidade e abandonar a faculdade.

"O que se pode perceber é que a acusada não tinha previsão quanto à repercussão que sua mensagem poderia ter. Todavia, tal fato não exclui o dolo", afirma a juíza na decisão.

A juíza estabeleceu a pena abaixo do mínimo legal já que Mayara sofreu consequências com a infração. "Foram situações extremamente difíceis e graves para uma jovem" (tadinha...), diz Bonavina Camargo.


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Justiça rápida

Charge do Bira

Sábias palavras...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

TUDO EM CIMA: Regulação da mídia: dez fatos que a "grande" impre...

TUDO EM CIMA: Regulação da mídia: dez fatos que a "grande" impre...: As entidades que reúnem as grandes empresas de comunicação no Brasil usam e abusam da palavra "censura" para demonizar o debate sobre a regu...

Regulação da mídia: dez fatos que a "grande" imprensa esconde da sociedade

As entidades que reúnem as grandes empresas de comunicação no Brasil usam e abusam da palavra "censura" para demonizar o debate sobre a regulação da mídia. No entanto, são os seus veículos que praticam diariamente a censura escondendo da população as práticas de regulação adotadas há anos em países apontados como modelos de democracia. Conheça dez dessas regras que não são mencionadas pelos veículos da chamada "grande" imprensa brasileira.

- por Marco Aurélio Weissheimer, na Carta Maior

O debate sobre regulação do setor de comunicação social no Brasil, ou regulação da mídia, como preferem alguns, está povoado por fantasmas, gosta de dizer o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Franklin Martins. O fantasma da censura é o frequentador mais habitual, assombrando os setores da sociedade que defendem a regulamentação do setor, conforme foi estabelecido pela Constituição de 1988.

Regulamentar para quê? – indagam os que enxergam na proposta uma tentativa disfarçada de censura. A mera pergunta já é reveladora da natureza do problema. Como assim, para quê? Por que a comunicação deveria ser um território livre de regras e normas, como acontece com as demais atividades humanas? Por que a palavra “regulação” causa tanta reação entre os empresários brasileiros do setor?

O que pouca gente sabe, em boa parte por responsabilidade dos próprios meios de comunicação que não costumam divulgar esse tema, é que a existência de regras e normas no setor da comunicação é uma prática comum naqueles países apontados por esses empresários como modelos de democracia a serem seguidos.

O seminário internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias, realizado em Brasília, em novembro de 2010, reuniu representantes das agências reguladoras desses países que relataram diversos casos que, no Brasil, seriam certamente objeto de uma veemente nota da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) denunciando a tentativa de implantar a censura e o totalitarismo no Brasil.

Ao esconder a existências dessas regras e o modo funcionamento da mídia em outros países, essas entidades empresariais é que estão praticando censura e manifestando a visão autoritária que tem sobre o tema. O acesso à informação de qualidade é um direito. Aqui estão dez regras adotadas em outros países que os barões da mídia brasileira escondem da população:

1. A lei inglesa prevê um padrão ético nas transmissões de rádio e TV, que é controlado a partir de uma mescla da atuação da autorregulação dos meios de comunicação ao lado da ação do órgão regulador, o Officee of communications (Ofcom). A Ofcom não monitora o trabalho dos profissionais de mídia, porém, atua se houver queixas contra determinada cobertura ou programa de entretenimento. A agência colhe a íntegra da transmissão e verifica se houve algum problema com relação ao enfoque ou se um dos lados da notícia não recebeu tratamento igual. Após a análise do material, a Ofcom pode punir a emissora com a obrigação de transmitir um direito de resposta, fazer um pedido formal de desculpas no ar ou multa.

2. O representante da Ofcom contou o seguinte exemplo de atuação da agência: o caso de um programa de auditório com sorteios de prêmios para quem telefonasse à emissora. Uma investigação descobriu que o premiado já estava escolhido e muitos ligavam sem chance alguma de vencer. Além disso, as ligações eram cobradas de forma abusiva. A emissora foi investigada, multada e esse tipo de programação foi reduzida de forma geral em todas as outras TVs.

3. Na Espanha, de 1978 até 2010, foram aprovadas várias leis para regular o setor audiovisual, de acordo com as necessidades que surgiam. Entre elas, a titularidade (pública ou privada); área de cobertura (se em todo o Estado espanhol ou nas comunidades autônomas, no âmbito local ou municipa); em função dos meios, das infraestruturas (cabo, o satélite, e as ondas hertzianas); ou pela tecnologia (analógica ou digital).

4. Zelar para o pluralismo das expressões. Esta é uma das mais importantes funções do Conselho Superior para o Audiovisual (CSA) na França. O órgão é especializado no acompanhamento do conteúdo das emissões televisivas e radiofônicas, mesmo as que se utilizam de plataformas digitais. Uma das missões suplementares e mais importantes do CSA é zelar para que haja sempre uma pluralidade de discursos presentes no audiovisual francês. Para isso, o conselho conta com uma equipe de cerca de 300 pessoas, com diversos perfis, para acompanhar, analisar e propor ações, quando constatada alguma irregularidade.

5. A equipe do CSA acompanha cada um dos canais de televisão e rádio para ver se existe um equilíbrio de posições entre diferentes partidos políticos. Um dos princípios dessa ação é observar se há igualdade de oportunidades de exposição de posições tanto por parte do grupo político majoritário quanto por parte da oposição.

6. A CSA é responsável também pelo cumprimento das leis que tornam obrigatórias a difusão de, pelo menos, 40% de filmes de origem francesa e 50% de origem européia; zelar pela proteção da infância e quantidade máxima de inserção de publicidade e distribuição de concessões para emissoras de rádio e TV.

7. A regulação das comunicações em Portugal conta com duas agências: a Entidade reguladora para Comunicação Social (ERC) – cuida da qualidade do conteúdo – e a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), que distribui o espectro de rádio entre as emissoras de radiodifussão e as empresas de telecomunicações. “A Anacom defende os interesses das pessoas como consumidoras e como cidadãos.

8. Uma das funções da ERC é fazer regulamentos e diretivas, por meio de consultas públicas com a sociedade e o setor. Medidas impositivas, como obrigar que 25% das canções nas rádios sejam portuguesas, só podem ser tomadas por lei. Outra função é servir de ouvidoria da imprensa, a partir da queixa gratuita apresentada por meio de um formulário no site da entidade. As reclamações podem ser feitas por pessoas ou por meio de representações coletivas.

9. A União Européia tem, desde março passado, novas regras para regulamentar o conteúdo audiovisual transmitido também pelos chamados sistemas não lineares, como a Internet e os aparelhos de telecomunicação móvel (aqueles em que o usuário demanda e escolhe o que quer assistir). Segundo as novas regras, esses produtos também estão sujeitos a limites quantitativos e qualitativos para os conteúdos veiculados. Antes, apenas meios lineares, como a televisão tradicional e o rádio, tinham sua utilização definida por lei.

10. Uma das regras mais importantes adotadas recentemente pela União Europeia é a que coloca um limite de 12 minutos ou 20% de publicidade para cada hora de transmissão. Além disso, as publicidades da indústria do tabaco e farmacêutica foram totalmente banidas. A da indústria do álcool são extremamente restritas e existe, ainda, a previsão de direitos de resposta e regras de acessibilidade.

Todas essas informações estão disponíveis ao público na página do Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias. Note-se que a relação não menciona nenhuma das regras adotadas recentemente na Argentina, que vem sendo demonizadas nos editoriais da imprensa brasileira. A omissão é proposital. As regras adotadas acima são tão ou mais "duras" que as argentinas, mas sobre elas reina o silêncio, pois vêm de países apontados como "exemplos a serem seguidos" Dificilmente, você ouvirá falar dessas regras em algum dos veículos da chamada grande imprensa brasileira. É ela, na verdade, quem pratica censura em larga escala hoje no Brasil.

Memórias de um alienado: Eu também já fui papagaio da direita...

Quem visita meu blog e lê meus textos com certeza deve pensar que sou socialista desde o meu nascimento e fui criado por pais radicais de esquerda, que fizeram treinamento de guerrilha em Cuba e lutaram contra a ditadura militar...

Nada mais longe da verdade. Muito pelo contrário.

Nasci em uma típica família de classe média baixa, mas que sonhava pertencer à elite mundial. Daí que, durante toda minha infância e juventude, morei em casas (alugadas) em bairros semi-nobres a preços absurdos, enquanto era transportado numa Brasília amarela e via meus pais desesperados tentando cobrir o rombo no cheque especial todo santo mês.

Mas, como que para provar nossa posição entre a elite, eramos sócios do segundo clube no nível hierárquico sócio-econômico da cidade, o Tênis Clube de Campinas. Sim, porque o número 1 na escala social era a Sociedade Hípica, cuja maioria dos sócios podres de ricos também freqüentava o Tênis, embora o contrário não acontecesse (exceto quando éramos convidados para algum casamento realizado no gigantesco salão de festas daquele clube - não por acaso adaptado em uma Casa Grande de algum antigo barão do café).

Sempre fui cercado por parentes e amigos que, mesmo sendo honestos e trabalhadores, não tinham a visão crítica necessária para compreender como as coisas funcionavam. Meus familiares limitavam-se a repetir o que ouviam, liam e viam na mídia, especialmente na rede Globo, nas revistonas e nos jornalões (que apoiaram o golpe militar, embora hoje finjam que não). Assim, tinham medo de comunistas, pois diziam que comiam criancinhas e dividiam a casa das pessoas ao meio (o fato de não termos imóvel próprio não parecia contradizer esse receio), achavam que Che Guevara era um “baderneiro profissional” (ser pago para fazer baderna, isso é que é profissão!), acreditavam que o Brasil tinha tantos problemas “porque pobre não gosta de trabalhar” (usar o salário mensal só para pagar contas e cobrir o rombo no cheque especial, imaginavam, não era coisa de pobre) e por aí vai.

Nem preciso dizer que, obviamente, eu também repetia tudo isso e acreditava no que estava falando, mesmo sem ter o menor embasamento teórico ou prático para tanto. Minha vida escolar foi uma piada. Estudei em colégio particular (de freiras!) do maternal ao ensino médio. Para se ter uma idéia do desastre que isso significa, nasci em 1971 e cheguei até o final da minha fase educacional básica sem nem saber que vivíamos sob um regime ditatorial ilegal e imoral.

Enquanto eu brincava no clube despreocupado, assistia à televisão ou passava a manhã inteira decorando datas e fórmulas matemáticas de maneira acrítica e alienante, centenas de brasileiros e vizinhos de continente eram torturados e mortos simplesmente por se opor àqueles regimes de direita. No máximo, eu ouvia algo como “Bem feito pra esses baderneiros, quem mandou serem do contra?” quando alguém tocava no assunto.

Se vocês acham que estou mentindo, relaciono abaixo fatos que marcaram essa fase lamentável da minha existência:

1) Vi o filme “Comando para Matar”, aquele em que o Arnoldão detona sozinho um exército inteiro de cucarachas sul americanos, nada menos do que seis vezes nos cinemas (e contava para todo mundo orgulhoso!);

2) Iniciava comentários com as frases “Eu vi na Veja” ou “Assisti na Globo”;

3) Ridicularizava quem dizia que existia racismo no Brasil, mesmo não tendo nenhum amigo ou conhecido negro, exceto a empregada que a gente desprezava, e repetindo “piadas” do tipo “sabe qual a diferença entre um negro e uma latinha de (censurado)?”;

4) Sentia prazer em irritar petistas, repetindo jargões que são usados até hoje (“Lula é vagabundo, ex-presidiário, arrancou o dedo para não precisar mais trabalhar”, “Sindicalista só sabe fazer baderna”, “Petista é tudo igual", "Se gosta tanto de Cuba, por que não vai prar lá plantar cana??”). Isso mesmo sem conhecer absolutamente nada de política, sociologia ou história;

5) Acreditava que o Stallone, o Arnoldão e o Chuck Norris lutavam pela liberdade, pela democracia e pela justiça para nos salvar dos vilões comunistas (eu tinha até pôster deles no meu quarto) e que os Bandeirantes foram corajosos desbravadores dos sertões brasileiros;

6) Vivia falando mal do Brasil e do “povo” brasileiro (do qual eu não fazia parte, é claro, afinal meus bisavôs eram europeus) e começava a concluir esse tipo de argumentação com a frase “Ah, mas lá nos Estados Unidos...”;

7) Passava a tarde inteira e o domingo inteiro na frente da TV, assistindo qualquer porcaria, e só ia dormir depois de ver o Fantástico, sempre deprimido por lembrar que no outro dia voltavam as aulas e eu não havia feito a lição de casa nem decorado a matéria para as provas;

8) Cantava a música “Vamos Construir Juntos!” (que eu sei de cor até hoje!) e colecionava o álbum de figurinhas do “Paulistinha”, que faziam parte do marketing institucional do governo ditatorial para nos convencer que o Brasil era "o país do futuro";

9) Assistia às novelas da rede Globo, embora ficasse falando mal delas (porque naquela época, macho que era macho não via novela, a não ser para reclamar);

10) Ficava realmente preocupado com a situação da Ponte Preta no campeonato paulista;

11) Comemorava toda vez que um novo McDonald’s era inaugurado no Brasil, pois era sinal de que o país estava progredindo (sim, eu também acreditei na ladainha sobre as maravilhas da "globalização neoliberal");

12) Queria ser astronauta da NASA quando crescesse (mas, desisti depois que me falaram que eles têm que ser bons em matemática);

13) Proferia afirmações como "não voto em partidos, mas em pessoas" (isso porque eu nem podia votar!), pois tinha aprendido que partidos eram coisas ruins e inúteis (assim, quando algum político de direita caia em desgraça, era culpa só dele, não do partido), especialmente aqueles que defendiam ideologias de esquerda;

14) Ideologia também era outro palavrão, coisa de baderneiro profissional, por isso eu também dizia, todo faceiro: "Não existe esse negócio de esquerda e direita, isso é coisa de gente revoltada que não gosta de trabalhar e só sabe ser do contra!".

Isso só para ficar no básico. Tenho certeza que você já testemunhou alguém falando ou fazendo coisas parecidas, certo?

Sinceramente, eu era um caso quase sem salvação. Mas a sorte sorriu para mim. Não fosse por alguns fatos que aconteceram em minha vida e serviram para abrir meus olhos, fatalmente eu seria hoje aquele mesmo adolescente alienado, ignorante e raivoso. Só que pesando 50 quilos a mais, com barba na cara e com um daqueles adesivos nojentos quatro-dedos dizendo "Fora Lula!" colado no vidro do carro (cuja prestação pagarei até 2010) .

Abordarei essa “transformação” em meu próximo texto sobre o assunto.

Leiam aqui a PARTE 2 das minhas "Memórias de Um Alienado".

TUDO EM CIMA: Memórias de um alienado: Eu também já fui papagaio...

TUDO EM CIMA: Memórias de um alienado: Eu também já fui papagaio...: Quem visita meu blog e lê meus textos com certeza deve pensar que sou socialista desde o meu nascimento e fui criado por pais radicais de es...

Emoção marca a posse dos integrantes da Comissão da Verdade

Com uma solenidade marcada pela emoção, a presidente Dilma Roussef empossou os sete membros da Comissão da Verdade, nesta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto. Em companhia dos quatro ex-presidentes do período democrático, Dilma falou sobre o compromisso do país com a verdade da história, com o acesso da história verdadeira às novas gerações e principalmente com a consolidação da democracia no país, para que nunca mais fatos como esses voltem a acontecer.


A presidente Dilma chorou ao encerrar seu discurso, quando fez o convite a todos os brasileiros, para que acreditemos que o Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade da sua história.

“A ignorância não pacifica, mantém latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda a apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade aqueles que perderam amigos e parentes e continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”, disse a Presidente Dilma, arrancando aplausos demorados da plateia, enquanto se recompunha das lágrimas.

E, ainda com a voz embargada, ela concluiu dizendo que “Se existem filhos sem pais, pais sem túmulos e túmulos sem corpos, nunca pode existir uma história sem voz e quem dá voz a história são homens e mulheres livres, que não tem medo de escrevê-la. Galileu Galilei dizia que a verdade é filha do tempo e não da autoridade , eu acrescentaria a força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazê-la à luz. Hoje esse tempo chegou”, afirmou a Presidente.

Após a assinatura da posse de todos os sete membros, o locutor declarou oficialmente instalada a Comissão da Verdade. O público aplaudiu de pé. Os integrantes são José Carlos Dias, Gilson Dipp, Rosa Maria Cardoso da Cunha, Claudio Fonteles, Paulo Sérgio Pinheiro, Maria Rita Kehl e José Paulo Cavalcanti Filho.

Força do “Nunca Mais”

José Carlos Dias, que falou em nome da Comissão da Verdade, admitiu que “a Comissão da Verdade no Brasil se instalou depois de muitos anos, mas a democracia que hoje desfrutamos foi resultado da eleição de três perseguidos políticos – um sociólogo, um operário e uma estudante”, citando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef e ignorando os outros dois ex-presidente presentes – José Sarney e Fernando Collor.

“Comprometemos perante a história que o nosso trabalho terá a força do Nunca Mais”, disse Dias, ao encerrar sua fala, em que destacou a importância de todo o trabalho já realizado pelos militantes de direitos humanos e familiares de vítimas da ditadura para o trabalho da Comissão, a começar pelo livro Tortura Nunca Mais.

“Muitos outros trabalhos elaborados vão contribuir para o desenvolvimento da nossa missão”, disse, acrescentando que “a Comissão de Anistia, sem caráter de revanchismo ou apedrejamento, deve revelar a história, com os olhos projetados para o futuro, na esperança que a democracia brasileira jamais volte a ser violentada”.

Ele disse ainda que a Comissão da Verdade deve desvendar os dados de cruezas e brutalidades tal como se deram - as mortes, torturas e desaparecimentos, na maioria de jovens que como a Senhora Presidente, que contestaram a ditadura. “E que não se justifica os atos praticados pelos dirigentes estatais, por que o poder do Estado só deve se estabelecer na forma do direito”, explicou.

Contribuição de todos

A Presidente Dilma, ao contrário de José Carlos Dias, fez questão de destacar a contribuições de todos os ex-presidentes, citando inclusive Tancredo Neves e Itamar Franco. E iniciou sua fala, citando o Senhor Diretas: Ulisses Guimarães, que dizia “a verdade não desaparece quando é eliminada a opinião dos que divergem”.

“Nas sombras fomos privados da verdade, mas não é justo que vivamos apartados dela a luz do dia. Na democracia, a verdade, a memória e a história devem vir à superfície e se tornem conhecida sobretudo pelas novas gerações”, afirmou a Presidente.

E continuou: “A nação vem trilhando o caminho da democracia , mas tem encontro marcado consigo mesmo. Essa é uma iniciativa do estado Brasileiro e não de governo. Por isso, me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam nesses 28 benditos anos de regime democrático”. Nesse momento, a Presidente foi interrompida pelos aplausos, como ocorreu muitas outras vezes durante o seu discurso.

“Cada um de nós aqui presente é igualmente responsável por esse momento histórico de celebração. Cada um de nós deu a sua contribuição para esse marco civilizatório à Comissão da Verdade. Esse é o ponto culminante iniciado nas luta do povo brasileiro, pela liberdade, pela anistia, eleições diretas, constituinte, estabilidade econômica e crescimento com inclusão social. Construído passo a passo por cada um dos governos eleitos após a redemocratização”, analisou.

Sem ódios ou revanchismo

A Presidente Dilma disser ainda que “escolhi um grupo plural de cidadãs, sensatos e ponderados, preocupados com a justiça e o equilíbrio e capazes de entender a dimensão do trabalho que vão executar, sem interferências do governo, mas com todo o apoio que necessitarem”.

“Da mesma maneira que enalteço e homenageio todos os que lutaram bravamente contra os atos de truculência do Estado, reconheço pactos políticos que nos levaram a redemocratização”, afirmou a Presidente Dilma, em seu discurso, onde destacou ainda que “não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de rescrever a história de modo diferente, mas conhecê-la sem ocultamentos, sem camuflagens, sem veto e sem proibições”.

Américo Inacalcaterra, representante regional do Alto Comissionado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), foi o primeiro a falar na solenidade. Ele ofereceu apoio para o trabalho da Comissão da Verdade e lembrou que esse trabalho vai ajudar na reconciliação do Brasil com o seu passado e consolidar a democracia no país.

Sintonia fina
- com Márcia Xavier

Impeachment contra Roberto Gurgel?


O cerco a Gurgel 
Por Diogo Costa, no Luis Nassif Online 

Não há estratégia nenhuma na omissão do Prevaricador Geral da República. Há apenas a desídia no cumprimento de suas funções. Gurgel mentiu e prevaricou. Sentou em cima da Operação Vegas e não solicitou uma diligência sequer, não arquivou (a pedido da polícia federal) e, pior ainda, fez tudo isso sem nenhuma motivação formal, sem nenhum despacho oficial que justificasse seus atos! A Operação Monte Carlo surgiu através de um pedido do ministério público de Goiás, logo, não tem absolutamente nada a ver com essa tal de "estratégia" do sr. Gurgel. Se dependêssemos do Prevaricador Geral da República, a Operação Vegas estaria sumariamente arquivada e a Operação Monte Carlo nunca, jamais teria sequer existido...

Não adianta dourar a pílula... E que estória é essa de que a CPMI não pode convocar o Roberto Gurgel? Que coisa mais ridícula. A CPMI tem poderes para convocar qualquer cidadão brasileiro a participar de suas investigações. Ninguém está acima da lei e tampouco pode se excusar de comparecer na CPMI. Se Gurgel não estivesse sob fortíssima suspeição de inépcia ou acumpliciamento com o crime organizado, a CPMI nem estaria cogitando de convocá-lo...

Que palhaçada é essa de misturar o "mensalão" com as investigações em curso na CPMI? Isso só interessa ao Prevaricador Geral da República, à mídia venal e à oposição fracassada e sem rumo. Qualquer ser humano com mais de dois neurônios sabe que o processo do "mensalão" já terminou há muito tempo. As alegações finais do MPF sobre esse processo foram entregues ao STF no dia 07 de julho de 2011. Há mais de 10 meses que é impossível modificar, suprimir, acrescentar ou alterar qualquer parte do processo do "mensalão". Os autos do processo estão prontos e acabados. Todos os réus entregaram também as suas respectivas alegações finais ao STF. Os ministros do STF já leram e releram esse processo mais de uma vez. Todos já formaram as suas convicções, a maioria já tem até o seu voto preparado para a maioria dos réus... Então, repito, que palhaçada é essa de imaginar que a convocação do Prevaricador Geral da República irá influenciar nos rumos do julgamento do "mensalão"? Só a mídia venal e os néscios veem essa inexistente e falaciosa conexão.

A CPMI receberá as explicações por escrito do sr. Gurgel. Em sendo precárias, tem o dever de convocá-lo para depor na Comissão. Permanecendo a precariedade legal das informações, caracterizar-se-á o crime de prevaricação e aí, não restará ao senado outra alternativa que não seja abrir um processo de impeachment contra Roberto Gurgel.


Leia mais em: O Esquerdopata
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E LULA engoliu a oposição...

A política brasileira produziu um fenômeno único na América Latina e talvez no mundo: o carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua administração, que gozam de 84% de popularidade depois de seis anos de governo, engoliram a oposição. E não o fizeram com métodos antidemocráticos, mas sim apropriando-se de suas bandeiras. Já se sabia que Lula é um gênio político, que soube vencer as reticências no núcleo do seu próprio partido, o Partido dos Trabalhadores. De fato, dispõe-se a eleger uma mulher, a ministra Dilma Rousseff, como sua sucessora na candidatura à Presidência em 2010, apesar de ela nunca ter disputado eleições e não ser um personagem excessivamente grato ao PT. Mas o que ninguém jamais imaginou é que ele seria capaz de eliminar democraticamente a oposição. Tanto a de direita como a de esquerda.

Como conseguiu? Com uma política que, pouco a pouco, foi escavando o chão sob os pés dos seus opositores.

Cortou as asas da direita mediante uma política macroeconômica neoliberal que está lhe proporcionando bons resultados nestes momentos de crise financeira mundial graças às reservas acumuladas.

Ao mesmo tempo, pôs rédea curta nas pretensões de alguns dos movimentos sociais mais radicais, como o dos Sem Terra (MST), cujas ações têm criticado tachando-as de ilegais e instando-os a respeitar a lei em vigor.

E manteve uma política de meio ambiente das mais conservadoras, algo que agrada aos latifundiários e aos grandes exportadores, que formam o núcleo mais direitista do Congresso.

Também freou as esquerdas. Conseguiu fazer calar a esquerda minoritária com uma política voltada para os estratos mais pobres do país, o que fez com que seis milhões de famílias passassem às fileiras da classe média baixa, abandonando seu estado de miséria atávica.

Abriu o crédito aos pobres, que agora, com pouco dinheiro, podem abrir uma conta no banco e ter um cartão de crédito - o que os converte em partícipes da roda da economia nacional.

Para a outra esquerda, a moderada, também tornou as coisas difíceis. Hoje em dia, para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a agremiação oposicionista com maiores possibilidades de ganhar as próximas eleições porque conta com dois grandes candidatos (os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves), é mais difícil fazer oposição. Os dois aspirantes do PSDB sabem que não poderão ser eleitos contra Lula. Por isso, só falam, como acaba de fazer Aécio Neves, de uma era "pós-Lula", com um projeto de nação que aporte algo novo ao projeto do presidente, que já goza do consenso da grande maioria do país.

Desde o primeiro dia de sua chegada ao poder, Lula tem mantido Henrique Meirelles, do PSDB, como presidente do Banco Central. Conservou e ampliou o projeto social "Bolsa Escola", criado pelo PSDB, batizando-o como "Bolsa Família". Esse plano ajuda hoje 12 milhões de famílias e nenhum partido da oposição se atreveria a criticá-lo. Desde seu primeiro mandato, Lula não só demonstra ter sabido congregar apoios de 12 partidos ao seu governo, como até o momento logrou manter amizade com os candidatos opositores Serra e Neves.
Ambos, além disso, desfrutam de boas relações com o PT, e inclusive não descartam governar junto ao partido de Lula se chegarem ao poder.

Mas não há realmente espaço para a oposição no Brasil? Porque, se assim fosse, haveria quem considerasse isso um grave obstáculo para uma autêntica democracia. Poderia haver, segundo vários analistas políticos, como Merval Pereira, mas o problema está no fato de que a oposição se assustou com a popularidade de Lula. Há até políticos opositores, sobre tudo dos governos locais, que buscam uma foto junto a Lula para ganhar pontos com seu eleitorado.

Se a oposição desejasse, dizem os especialistas, poderia exigir de Lula que levasse a cabo as grandes reformas de que este país ainda necessita para decolar na cena mundial, como a reforma política (é possível governar com 30 partidos no Congresso?); a fiscal (Brasil é um dos países com maior carga tributária: roça os 40%); a de Segurança Social (Lula só a realizou em parte e, apesar de um escândalo de subornos a deputados para que votassem a favor, ficou pequena); a agrária (não saiu do papel); a da educação (no Brasil ainda não é obrigatório o ensino secundário e a qualidade deste é considerada como das piores no mundo); e, por último, a penitenciária (os suicídios dos presos aumentaram no ano passado em cerca de 40%).
Artigo publicado no jornal El Pais
JUAN ARIAS é jornalista.
© El País.