quarta-feira, 9 de maio de 2012

Só falta de confiança em Gilmar Mendes explicaria atitude de Gurgel

Deu no Brasil 247, na nota "Caiu a casa de Gurgel":

Em depoimento à CPI do Cachoeira, o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre disse que a decisão de não levar adiante as evidências reunidas na Operação Vegas, em 2009, foi da subprocuradora da República Cláudia Sampaio Marques. Ela é esposa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel... De acordo com o delegado, ela enviou ofício à PF, naquele ano, dizendo não ter identificado indícios na Operação Vegas que justificassem a abertura de investigação. O problema é que boa parte das evidências sobre as relações entre o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que embasam a CPI, saiu dessa operação...

Comento, olhando por outro ângulo possível.

- Gurgel designou alguém de sua absoluta confiança, a própria mulher, que é subprocuradora, para analisar o inquérito, e ela respondeu ao delegado, após um mês, não ter encontrado elementos jurídicos que fundamentassem um pedido de investigação ao Supremo;

- Por outro lado, Gurgel não arquivou o inquérito, como acontece quando não há crimes.

- Em nota recente, ele disse que a decisão foi "estratégia de investigação".

Ligando os pontinhos, há duas conclusões possíveis:

1) Ou o Procurador-geral de fato prevaricou ou, no mínimo, falhou, como a maioria dos parlamentares da CPI suspeitam;

2) Ou ele decidiu não pedir autorização ao STF, pois lá estava na presidência o ministro Gilmar Mendes, cuja proximidade com Demóstenes Torres havia sido explicitada no episódio do grampo sem áudio, pouco tempo antes.

Neste caso, pedir ao STF autorização para investigar Demóstenes levaria a investigação ao conhecimento de Gilmar Mendes.

Um mês antes do relatório da Operação Vegas chegar às mãos de Gurgel, Gilmar Mendes havia batido boca com ele via imprensa, acusando o ministério público de atuação partidarizada (confira aqui).

Gurgel não admitirá que deixou de pedir investigação ao Supremo naquele momento por desconfiar de um ministro do STF. Mas a suspeita de que a motivação possa ter sido esta é bastante razoável. 

O que precisa ficar claro é se houve de fato uma "estratégia de investigação" justificável que melhor atendesse aos interesses republicanos da sociedade brasileira.

terça-feira, 8 de maio de 2012

DEM contrata especialistas norte-americanos para ensinar os candidatos a "tuitar"

 Cerca de 50 pré-candidatos a prefeito do Democratas (DEM) se reunirão em São Paulo nesta quinta-feira, 10, para um curso preparatório sobre como administrar campanhas e se relacionar com a mídia.
O chamariz do seminário, organizado em conjunto pelo DEM e a Fundação Liberdade e Cidadania, vinculada ao partido, são palestras com três especialistas norte-americanos: Lee Brener, diretor político da rede social Myspace, Jim Harff, presidente da empresa de relações públicas Global Communicators, e Gary Nordlinger, presidente da consultoria política Nordlinger Associates. As palestras vão tratar de uso de mídias sociais, relações com a mídia durante a disputa eleitoral e gestão de campanhas em cidades com programas de TV, entre outros temas.
Os principais pré-candidatos do partido estarão presentes no seminário, segundo a assessoria do DEM: ACM Neto, postulante à prefeitura de Salvador, Rodrigo Maia, que disputará a campanha no Rio de Janeiro, e Mendonça Filho, que prepara a campanha no Recife.

estadão.com.br
Mentiras em nome da liberdade de expressão



Mais uma vez o colunista de O Globo, Merval Pereira (na foto de fardão ao lado de tucanos de alta linhagem),  se supera, claro que para baixo. Agora, em comentário sob o título “Pela Liberdade de Expressão”, o jornalista imortal  aborda o tema de forma simplória e tendenciosa.
Ao atacar governos latinoamericanos que julga estarem criando restrições à liberdade de imprensa e de expressão,  Pereira abre as baterias, para variar, contra a Presidenta argentina Cristina Kirchner. 
Aí o colunista de O Globo menciona o que considera “expropriação” da fábrica de papel que estava sob controle do grupo Clarin. Encerra o parágrafo afirmando que a medida faz parte de “uma já longa disputa pelo controle da informação pelo governo de Cristina Kirchner, prosseguindo o projeto que foi iniciado no governo de seu falecido marido Nestor Kirchner”.
Nesta visível demonstração de desacreditar a Presidenta, como se ela não tivesse iniciativa própria, o jornalista imortal omitiu um fato relevante que ajuda a entender melhor o acontecimento.
A fábrica de papel na época da ditadura era de propriedade de empresários que foram reprimidos com extrema violência, um deles assassinado, pelo general Rafael Videla, hoje cumprindo pena de prisão perpétua pelos crimes cometidos neste período, inclusive sumiço de bebês entregues a famílias vinculadas à repressão. A fábrica de papel mudou de proprietário a força e caiu nas mãos do grupo Clarin.
Merval Pereira não mencionou o fato, limitando-se a protestar repetindo os argumentos apresentados pela Sociedade Interamericana de Imprensa e, claro, pelo grupo Clarin.  E quem tiver curiosidade deve consultar a Biblioteca Nacional para verificar qual foi a posição de O Globo sobre a ditadura argentina.
Em relação ao Equador, o perdão de Rafael Correa  de uma multa alta decretada pela Justiça contra o jornal El Universal e um ex-editorialista por difamação ao presidente foi considerado por Pereira, não como um ato de grandeza, mas de fraqueza, para atender à pressão internacional. Pereira culpa Correa por tudo, como se decisão da Justiça dependesse dele, dando a entender que o Poder Judiciário no Equador não é autônomo. 
Em outro trecho, o colunista não faz por menos e sai em defesa incondicional da revista Veja e do chefe de sucursal de  Brasília, Policarpo Junior, envolvido com Carlos Cachoeira de lama.
E, pasmem, Merval Pereira considera ameaça à liberdade de expressão a tentativa de levar a grande imprensa, representada pela revista Veja, à investigaçao na CPI do Cachoeira.
Quer dizer que convocar um jornalista da cúpula de uma revista para esclarecer fatos, inclusive mais de 200 telefonemas trocados com Cachoeira de lama, atenta contra liberdade de expressão?
E parece que o Deputado Miro Teixeira pensa blindar Policarpo Jr, sob a alegação de  preservaçao do sigilo da fonte. Se fizer isso, Teixeira estará se equivocando feio. Fica alinhado com Merval Perera, 
Policarpo é chefe da sucursal e não repórter que teria Cachoeira como fonte. Como bem lembrou recentemente o atual Ministro do Trabalho, Brizola Neto, em sua coluna “Tijolaço”, Policarpo “é alguem, que pelo seu cargo, tem relações diretas com a administração empresarial da revista”.
Tem trechos de papos telefônicos em que Cachoeira de lama falando com Claudio Abreu, um mafioso do time do meliante, fica feliz com matérias da revista Veja, inclusive a que resultou na queda de Luiz Antonio Pagot chefe da diretoria geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), que estava atrapalhando os negócios da construtora Delta. Coincidência?
A Polícia Federal localizou o vínculo ao fazer o grampo, permitido pela Justiça, de Cachoeira de lama. Seria absolutamente normal a convocação de Policarpo, da mesma forma que o dono da publicação, Roberto Civita, em função da gravidade do caso. Nada a ver com algo atentatório à liberdade de expressão.
Como o poder de manipulação da mídia de mercado é forte, amanhã,  se acontecer a convocação de Policarpo pela CPI, protestos vão surgir vindos de diversos lados, não só de Merval Pereira como da Sociedadde Interamericana de Imprensa, por exemplo. Se a CPI for séria mesmo terá de convocar Policarpo e muito mais gente considerada acima de qualquer suspeita, como o governador Sergio Cabral.
No artigo, Merval destila ódio contra a “democratização da comunicação” atribuindo a ideia ao Partido dos Trabalhadores.
Merval desconhece que a democratização dos meios de comunicação é algo em debate há vários anos por inúmeras entidades representativas dos movimentos sociais.
O PT tem todo o direito de apoiar, como outros partidos e parlamentares, como, por exemplo, Brizola Neto, que já se posicionou nesse sentido em sua coluna na internet em várias ocasiões.
Mas se o leitor imagina que as observações do jornalista imortal pararam  por aí em matéria de manilpuação, engana-se  O colunista reviveu, por exemplo, a proposta do Conselho Nacional de Jornalismo, atribuindo a ideia, mais uma vez erradamente, ao governo Lula. A proposta, repudiada antes mesmo de ser debatida,  foi uma iniciativa da diretoria da Federação Nacional de Jornalistas e não do govenro Lula, como “informou” (só pode ser entre aspas mesmo) Merval Pereria.
Não por acaso, na mesma edição de sexta-feira, 4 de maio, o jornal O Globo publicava na página internacional um artiguete, estilo tijolaço, com o título “Cerco”, apresentando o resultado de uma reunião em Santiago do Chile de associações patronais midiáticas de seis países, entre eles o Brasil, representado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ). Foi divulgado então um documento  sobre “o agravamento do cerco à liberdade de imprensa” e assim sucessivamente.
E também, não por acaso, logo abaixo do comentário aparece matéria procedente de Caracas mostrando que “Chávez tem fratura no fêmur, diz jornalista”. A tônica da “notícia” repete a de outros dias com base nas elocubrações do blogueiro venezuelano Nelson Bocaranda, um jornalista vinculado aos movimentos anticastristas de Miami.
Por sinal, Bocaranda de vez em quando “informa”com base no que escreveu Merval Pereira sobre a doença de Chávez e vice-versa. Os dois se entendem muito bem, só falta agora Bocaranda aparecer no Brasil convidado pelo Instituto Millenium e, quem sabe, proferir uma palestra no Clube Militar, como faz de vez em quando Merval Pereira e é  aplaudisíssimo pelos militares da reserva que tinham postos de comando durante a ditadura, alguns deles executores do esquema da repressão.
Por estas e muitas outras, a democratizaçao dos meios de comunicação é uma necessidade, exatamente para que os brasileiros possam ter mais e mais veículos para se informar e formar opinião. Até porque, como o acesso à informação é um direito humano, tudo deve ser feito para o seu aperfeiçoamento, quer queira ou não Merval Pereira e o patronato midiático manipulador.
Na verdade, Pereira mistura propositalmente as bolas. O que ele defende mesmo é a liberdade de empresa e não a de imprensa. Desta forma vai tentando enganar incautos, seguindo a linha de seu jornal e das Organizações com o mesmo nome.
Mário Augusto Jakobskind
No Direto da Redação


Blog do Mello: Polícias Civil do Rio e Federal pedem à Globo fita...

Blog do Mello: Polícias Civil do Rio e Federal pedem à Globo fita...: Lembra aquela reportagem do Fantástico do mês passado em que funcionários e até donos de empresas eram pegos numa pegadinha do repórter qu...

INTELECTUAIS TUCANOS VOAM PARA O LADO DE HADDAD




O apoio de Lula será decisivo para que Haddad supere a sua pouca prática na área de disputa de eleição, e consiga mostrar ao cidadão da Cidade de São Paulo que há vida além da mesmice representada por José Serra

MESMICE E OBTUSIDADE DE JOSÉ SERRA AFASTAM OS QUE PENSAM E PROCURAM O PROGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA.

Algumas cabeças pensantes historicamente ligadas ao PSDB estão manifestando apoio ao candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PT Fernando Haddad. Conforme considerado pelo candidato petista, esse apoio é natural e perfeitamente explicado pelo que o adversário e candidato José Serra representa hoje no cenário politico brasileiro, em especial em São Paulo.

Tirando a bolorenta e acomodada elite paulistana, encrustada nas mansões dos "Jardins", não há quem aguente mais a retórica ultrapassada de Serra, que traz para a atual campanha a mesma postura de um falso moralismo e pseudo competência administrativa que na vida prática não se torna real e nem pode trazer para o cidadão paulista qualquer tipo de benefício.

O modelo tucano de governar, sempre beneficiando os mais ricos e se mantendo longe dos movimentos sociais e dos trabalhadores está exaurido. O problema de Serra não é a questão de sua idade cronológica, e sim de envelhecimento de idéias e de projetos.   

Leia aqui

Manifesto convoca população para protesto em frente à sede da Editora Abril


Pragmatismo Político

Intenção é impedir que Roberto Civita, dono da revista Veja, seja blindado e não compareça à CPI do Cachoeira. São inúmeros os indícios que apontam o envolvimento da publicação da Abril com o bicheiro contravetor.

Roberto Civita Veja CPI Cachoeira
Roberto Cívita. (Foto: Reprodução)
A revista VEJA de Roberto Civita entrou para as páginas policiais. Ontem em horário nobre a TV Record dedicou 15 minutos de seu programa “Domingo Espetacular” para denunciar a relação de Veja com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira.



Centenas de representantes das mídias livres estão se preparando para ir ao Rio de Janeiro, em junho de 2012, para ajudar a fazer a Cúpula dos Povos da Rio+20, evento paralelo à Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável. Trabalharão para difundir a voz dos povos reunidos na Cúpula, que em vez de falar em manejo do meio ambiente pelo poder econômico, falarão em caminhos para a justiça ambiental e social.  Essas mídias terão uma agenda própria dentro da Cúpula, onde se encontrarão para realizar o II Fórum Mundial de Mídia Livre, além de cobrir as atividades e os temas da Rio+20.
O que são as mídias livres?
Comprometidas com a luta pelo conhecimento livre e por alternativas aos modelos de comunicação monopolizados ou controlados pelo poder econômico, as mídias livres são aquelas que servem às comunidades, às lutas sociais, à cultura e à diversidade. Praticam licenças favoráveis ao uso coletivo e não são negócios de corporações. Compartilham e defendem o bem comum e a liberdade de expressão para todo mundo e não apenas para as empresas que dominam o setor.  Entendem a comunicação como um direito humano e, por isso, querem mudar a comunicação no mundo.
Quem é a mídia livre?
São sites ativistas e publicações populares, rádios e tvs comunitárias, pontos de cultura (no Brasil) e muitos coletivos atuantes nas redes sociais. Também são as agências, revistas e emissoras alternativas, sem finalidade de lucro, especializadas ou voltadas a trabalhar com as pautas propostas pelos movimentos sociais, sindicais, acadêmicos ou culturais. Dentro ou fora desses espaços, também são mídia livre as pessoas – jornalistas, comunicadoras(es) e educomunicadoras(es), blogueiras(os), fazedoras(es) de vídeo, oficineiras(os) e desenvolvedores(as) de tecnologias livres que hoje constituem um movimento crescente pelo direito à comunicação.
O II Fórum Mundial de Mídia LivreDepois de três fóruns no Brasil (Rio de Janeiro 2008, Vitória 2009 e Porto Alegre 2012), dois encontros preparatórios no Norte da África (Marrakesh 2011 e Tunis 2012), uma edição mundial (Belém 2009) e uma Assembléia de Convergência no Fórum Social Mundial (Dacar,2011),  a mídia livre vai aos poucos construindo suas agendas, regionais e globais, que terão um avanço importante no Rio de Janeiro, com a segunda edição mundial.
O II Fórum Mundial de Mídia Livre se organizará  através de painéis, desconferências (debates livres), oficinas e plenárias previstos para o Rio de Janeiro. Os formatos estão abertos. Participe!
As atividades serão inscritas e organizadas pelos próprios coletivos e organizações interessadas em promovê-las, dentro de um programa construído coletivamente e orientado por eixos que apontam para a relação entres as mídias livres e o direito à comunicação, as políticas públicas, a apropriação tecnológica e os movimentos sociais.
A agenda global está em processo de construção.
1. O direito à comunicaçãoO direito à comunicação precisa ser garantido e respeitado como um direito humano, mas é constantemente ameaçado ou mesmo negado em muitos lugares do mundo, com emprego de extrema violência. Um dos aspectos desse direito é a liberdade de expressão, hoje assegurada somente para as empresas que controlam grandes cadeias de comunicação e entretenimento, que não querem a sociedade participando da gestão do sistema, e para governos que ainda temem a comunicação livre como ameaça à segurança do país ou à sustentação do poder. O direito a comunicação deve ser conquistado em um sentido integral, para além do acesso à informação manipulada pelo mercado ou grandes poderes, englobando acesso e uso dos meios, democratização da infra-estrutura e produção de conteúdos, e expressão da diversidade artística e cultural e pleno acesso ao conhecimento.
O Fórum Mundial de Mídia Livre terá pautas e debates sobre o direito à comunicação em diferentes contextos,  como a África e o México, por exemplo, onde a violência contra jornalistas e comunicadores(as) tem sido pauta prioritária dos movimentos de comunicação.
2. Políticas públicasA Lei de Medios da Argentina repercutiu com força em processos regionais e preparatórios do FMML, como em Porto Alegre e em Marrakesh, com testemunhos de ativistas e pesquisadores de comunicação daquele país, e deve novamente ser um dos assuntos do II FMML, seja por ter oferecido um modelo de legislação mais democrática que pode inspirar outros países, seja pela forte reação contrária que provocou nas grandes corporaçães do setor da comunicação. Mas não será o único caso de regulação e políticas públicas de interesse das mídias livres.
Ao ser realizado no Brasil, o II FMML deve jogar peso das agendas das mídias livres para a comunicação no país, o que significa que o governo precisa encaminhar as propostas da sociedade civil brasileira para um novo marco regulatório das comunicações, democratizando o setor; que as rádios comunitárias devem ter atendidas sua pauta de reivindicações, com anistia aos radialistas presos e condenados, e que o Congresso precisa votar e aprovar o Marco Civil da Internet, que pode ser modelo para assegurar a neutralidade da rede.  A mídia livre deve jogar peso também na retomada das políticas da área cultural que
tinham os pontos de cultura, as tecnologias livres as filosofias “commons”como carro chefe e hoje estão em claro retrocesso.
Leis, regulações e o papel do Estado na promoção do direito à comunicação já são parte dos debates das mídias livres em diferentes países e devem  movimentar a agenda do II FMML.
3. Apropriação tecnológicaSe antes eram os meios alternativos que buscavam formas colaborativas e compartilhadas de produzir comunicação, hoje são as grandes corporações que dominam o setor e atraem milhões de pessoas para as suas redes sociais. No entanto, o ciclo de expansão dessas redes também tem sido uma fase de coleta, armazenamento e transformação de dados pessoais em subsídios para estratégias de mercado e comportamento, além da padronização do uso da rede em formatos pré-ordenados e possibilidade de supressão de páginas ou ferramentas de acordo com os interesses corporativos.  Soma-se a este controle a movimentação da indústria do direito autoral e das empresas de telecomunicação para aprovar leis que permitam associar vigilância à punição arbitrária de usuários, em favor dos negócios baseados na exploração e uso da rede.
As liberdades e a diversidade da internet dependem da liberdade de acesso, proteção de dados pessoais, abertura de códigos, apropriação de conhecimentos e construção de conexões alternativas, de autogestão das próprias redes. Estes serão debates marcantes do II FMML, mobilizando desenvolvedores e ativistas do software livre, defensores da neutralidade da rede, educomunicadores e oficineiros e movimentos interessados em democratizar o acesso à tecnologia, universalizar a banda larga,  e assegurar a apropriação dos recursos de comunicação, sejam ferramentas de edição de vídeos, transmissão de dados pela rede, seja a própria radiodifusão comunitária.
Desenvolvedores, coletivos e comunidades adeptas das redes livres, abertas e geridas fora dos interesses do mercado, se encontrarão neste eixo para debater um PROTOCOLO para as redes livres, capaz de facilitar sua interconexão sem destruir sua diversidade.
4. Movimentos sociaisAs mídias livres e o exercício da comunicação em rede tem sido fundamentais para facilitar a articulação e dar a devida visibilidade às mobilizações de rua desde a primavera árabe, enfrentando regimes ao Norte da Africa, a ditadura das finanças na Europa, e o próprio sistema capitalista nos Estados e nas ocupações que também ocorrem no Brasil e países da América Latina.
Além dos chamados ativismos globais, os movimentos sociais tem assumido que a comunicação é estratégica para fortalecer suas lutas, impondo a crítica cotidiana da grande mídia e o uso de meios alternativos para falar à sociedade e defender-se da criminalização. Cada vez mais fica claro que o direito de expressar essas vozes contestadoras da população exige o engajamento dos movimentos sociais no movimento por uma outra comunicação.
Este debate, no II FMML, concretiza o fato de que as mídias livres são, de um lado, a comunicação que se ocupa das lutas sociais e, de outro, os movimentos sociais que lutam também pela comunicação.
O II FMML, o FSM e a Cúpula dos PovosO Fórum de Mídia Livre, em seus processos regionais ou internacionais, se insere no processo do Fórum Social Mundial, adotando sua Carta de Princípios e contribuindo com subsídios e práticas para a construção de suas políticas de comunicação.
Na Cúpula dos Povos, as mídias livres utilizarão o conceito de Comunicação Compartilhada, construído no percurso histórico do Fórum Social Mundial, e fundado na idéia de que recursos, espaços e atividades podem ser compartilhados para ações midiáticas comuns de interesse das lutas sociais.
Na Cúpula dos Povos, as mídias livres contribuirão com propostas e debates para fortalecer a agenda dos Bens Comuns, onde comunicação e cultura são grandes bens da humanidade, indissociáveis da Justiça Ambiental e Social, e para inserir o direito e a defesa da comunicação nos documentos, agendas e propostas dos povos representados por seus movimentos sociais no Rio de Janeiro.
***
II Fórum de Mídia Livre
Quando
: 16 e 17 de junho de 2012
Onde: Rio de Janeiro, RJ – Brasil, no contexto da Cúpula dos Povos na Rio+20
Locais das atividades: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, campus da Praia Vermelha), com a programação central, debates, oficinas e plenária
Cúpula dos Povos: 15 a 23 de junho
Aterro do Flamengo: coberturas compartilhadas, Laboratório de Comunicação Compartilhada, Fóruns de Radio e
TV, oficinas, Assembleia de Convergência sobre Mercantilização da Vida e Bens Comuns.
Sites
(*) Divulgação do Fórum Mundial de Mídia Livre
0

Add a comment

A POUCA IMPORTÂNCIA DESTAS ELEIÇÕES





 
Na segunda volta das presidenciais francesas não houve qualquer escolha real para os eleitores. Ambos os candidatos promoveram a brutal agressão imperialista contra a Líbia, ambos apoiam a intervenção descarada no assuntos internos da Síria, ambos são europeístas e atlantistas, ambos defendem a austeridade para os trabalhadores e a bonança para o capital financeiro. Nenhum deles trás nada de novo. 


Na Grécia verificou-se a queda vertiginosa dos partidos que apoiaram o memorando da Troika (Pasok e ND), como era previsível. O Syrisa, que se diz "radical de esquerda", conseguiu ascender graças às suas promessas de que iria renegociar o acordo com a Troika. Mas tais promessas são demagógicas, pois o Syrisa é também um partido europeísta e que defende a todo custo a permanência da Grécia na zona euro. 


É muito discutível a democraticidade destas eleições gregas, sob a ditadura da troika, com a pauperização selvagem do povo grego e com uma lei eleitoral estranhíssima (dá 50 deputados extras ao partido mais votado, sem que eles precisem de votos). Seja como for, o governo que sair destas eleições será necessariamente fraco, o que abre espaço para a verdadeira luta por uma saída real e progressista:   a dos trabalhadores gregos.



Quem foi Osama? Quem é Obama?


por Michel Chossudovsky

Enquanto o presidente e supremo comandante dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama "celebra" o primeiro aniversário da alegada morte de bin Laden, mantém-se inalterada a questão de fundo de QUEM FOI OSAMA BIN LADEN. ( Remarks by President Obama in Address to the Nation from Bagram Air Base, Afghanistan , ver vídeo no fim do artigo)


Cheio de mentiras e invenções, o discurso cuidadosamente elaborado do presidente Obama encerra um mundo de total fantasia, em que os "maus da fita" estão à espreita e "conspiram actos de terrorismo". Entretanto, diz-se que os "jihadistas" estão a ameaçar a civilização ocidental.


Cada uma de todas as afirmações do discurso de 1º de Maio de Obama na base da Força Aérea de Bagram, relativas ao papel da Al Qaeda, é uma invenção: (abaixo damos excertos das Notas de Obama em itálico, os comentários do autor estão indicados entre parênteses rectos [ ]):
Foi aqui, no Afeganistão, que Osama bin Laden instalou um porto seguro para a sua organização terrorista. 
Osama foi recrutado pela CIA , a Al Qaeda foi montada com o apoio da CIA. O porto seguro de Osama foi protegido pelos serviços secretos dos EUA].

Foi para aqui, no Afeganistão, que a al Qaeda trouxe novos recrutas, os treinou e congeminou actos de terrorismo. 
[Os Mujahideen foram recrutados e treinados pela CIA. A Arábia Saudita, aliada da América, financiou as escolas corânicas Wahabbi, Ronald Reagan elogiou os Mujahideen como "Combatentes pela Liberdade". Sem o público americano saber,os EUA divulgaram os ensinamentos da jihad islâmica em manuais "Made in America", elaborados na Universidade de Nebraska ].

Foi aqui, a partir destas fronteiras, que a Al Qaeda lançou os ataques que mataram aproximadamente 3000 homens, mulheres e crianças inocentes. 
[Obama refere-se aos ataques do 11/Set. Até hoje não há provas de que a Al Qaeda tenha estado envolvida nisso. Além disso, como confirmado pela CBS News, a 10 de Setembro de 2001, Osama bin Laden deu entrada num hospital militar paquistanês em Rawalpindi por especial favor do Paquistão, aliado da América . Terá coordenado os ataques de 11/Set a partir da sua cama no hospital?]

E assim faz agora 10 anos, os Estados Unidos e os nossos aliados entraram em guerra para garantir que a al Qaeda nunca mais poderia usar este país para lançar os seus ataques contra nós. 
[Os ataques do 11/Set foram a justificação para a guerra no Afeganistão, com base na "auto defesa". Dizia-se que o Afeganistão abrigava a Al Qaeda e portanto era cúmplice num descarado acto de guerra contra os EUA.

A verdade é que o governo dos talibãs por duas vezes nas semanas que se seguiram ao 11/Ser ofereceram-se (através dos canais diplomáticos) para entregar Osama bin Laden ao sistema judicial dos EU. O presidente George W. Bush recusou a oferta do governo talibã, alegando que a América "não negoceia com terroristas".

A NATO entrou em guerra invocando o Artigo Cinco do Tratado de Washington: um acto de guerra contra um membro da NATO é considerado um acto de guerra contra todos os membros da NATO ao abrigo da doutrina da segurança colectiva].

Apesar do êxito inicial, por uma série de razões, esta guerra demorou mais do que o inicialmente previsto. Em 2002, bin Laden e os seus lugares-tenentes escaparam pela fronteira e estabeleceram um porto seguro no Paquistão. A América passou quase oito anos a travar uma outra guerra no Iraque. E os aliados extremistas da al Qaeda no seio dos talibãs travaram uma brutal insurreição. 
[O paradeiro de Osama bin Laden foi sempre bem conhecido dos serviços secretos dos EUA. O presidente Obama transmite a ilusão de que as forças dos EUA-NATO e os seus operacionais de informações não conseguiam encontrar bin Laden. Nas palavras do antigo secretário da Defesa, Donald Rumsfeld (2002), "é como procurar uma agulha num palheiro".

O presidente Obama também sugere que os operacionais do Al Qaeda, equipados com mísseis Stinger e Kalashnikovs, tinham conseguido superar a máquina militar de muitos milhões de milhões de dólares dos EUA-NATO].

Mas nos últimos três anos, a maré mudou. Quebrámos a dinâmica dos talibãs. Montámos fortes forças de segurança afegãs. Destruímos a liderança da al Qaeda, eliminando 20 dos seus 30 líderes de topo. E há um ano, a partir duma base aqui no Afeganistão, as nossas tropas lançaram a operação que matou Osama bin Laden. 
[Muito se tem escrito sobre esta questão. Não há provas quanto à identidade da pessoa que foi alegadamente morta pelas Forças Especiais SEAL. Nas palavras de Paul Craig Roberts, "A história do governo dos EUA sobre bin Laden foi tão mal cozinhada que não demorou 48 horas a ser alterada profundamente…" ]

A meta que estabeleci – derrotar a al Qaeda e impedir qualquer hipótese de ela se reconstituir – está agora ao nosso alcance. 
[Há muitos indícios de que a Al Qaeda, enquanto "trunfo secreto" patrocinado pelos EUA está "viva e a mexer-se". Desde 11 /Set, a Al Qaeda evoluiu para uma entidade multinacional com "filiais" em diversos lugares quentes geopolíticos por todo o mundo.
Na Líbia e na Síria, brigadas da Al Qaeda são os soldados de infantaria da aliança militar EUA-NATO.

Onde quer que o aparelho militar e de informações dos EUA esteja instalado, a Al Qaeda está presente:

A Al Qaeda no Iraque, a Al Qaeda na Península Arábica (AQAP), o Grupo de Combate Islâmico da Líbia (GCIL), o Al Shaabab (Somália), a Al Qaeda no Magreb Islâmico, o Jaish-e-Mohammed (JEM) (Exército de Maomé) (Paquistão), a organização Jemaah Islamiya (JI) (Indonésia), o Movimento Islâmico do Uzbequistão, etc. (Ver Organizações Terroristas Estrangeiras do Departamento de Estado dos EUA, Conselho de Segurança das Nações Unidas, Lista de indivíduos, grupos, empresas e outras entidades associadas com a Lista de Sanções Al-Qaida ).
Ironicamente, em todos estes países, os serviços de informações dos EUA coordenam abertamente as actividades dos grupos filiados da Al Qaeda. Oficialmente, o contraterrorismo consiste em combater a jihad islâmica. Não oficialmente, por meio de operações secretas, os serviços secretos ocidentais apoiam os seus "trunfos" incluindo entidades terroristas da lista do Departamento de Estado dos EUA .

Além disso, estas diversas organizações terroristas estão hoje a ser usadas em operações militares secretas EUA-NATO contra países soberanos (por ex: Líbia e Síria). Segundo fontes dos serviços de informações israelenses:
"Entretanto, na sede da NATO em Bruxelas e no supremo comando turco estão a ser traçados planos para o seu primeiro passo militar na Síria, que é armar os rebeldes com armas para combater os tanques e os helicópteros com a intenção de dissolver o contestado regime de Assad. Em vez de repetir o modelo líbio de ataques aéreos, os estrategas da NATO estão a pensar mais em termos de injectar grandes quantidades de foguetões anti-tanques e anti-aéreos e metralhadoras pesadas nos centros de protesto para vencer as forças blindadas do governo". (DEBKAfile, NATO vai fornecer aos rebeldes armas anti-tanque, 14/Agosto/2011)]
Reagan conversa com mujahideens.
Ronald Reagan conversa com combatentes Mujahideen pela Liberdade.


Quem é ou era Osama?

Um "trunfo dos serviços secretos", nomeadamente um instrumento da CIA para justificar a "Guerra Global contra o Terrorismo".

Vale a pena recordar que a 14 de Setembro de 2001, tanto a Câmara como o Senado adoptaram a resolução histórica que autorizou o presidente a "perseguir" países que "ajudaram os ataques terroristas [de 11/Set]".
O presidente está autorizado a usar toda a força necessária e adequada contra as nações, organizações, ou pessoas que considerar que planearam, autorizaram, praticaram, ou ajudaram os ataques terroristas que ocorreram a 11 de Setembro de 2011, ou albergaram essas organizações ou pessoas, a fim de impedir quaisquer actos futuros de terrorismo internacional contra os Estados Unidos por essas nações, organizações ou pessoas.
Actualmente, em 2012, há amplos indícios de que:

1) A Al Qaeda não esteve por detrás dos ataques do 11/Set ao World Trade Centro e ao Pentágono.

2) Também há indícios pormenorizados de que organismos do governo dos EU e da NATO continuam a apoiar e a "albergar essas organizações" [a Al Qaeda e suas organizações afiliadas]. Na Líbia, os rebeldes "pró-democracia" foram liderados por brigadas paramilitares da Al Qaeda sob a supervisão das Forças Especiais da NATO. A "Libertação" de Tripoli foi levada a efeito por "antigos" membros do Grupo de Combate Islâmico da Líbia (GCIL). Os jihadistas e a NATO trabalharam de mãos dadas. Essas "antigas" brigadas afiliadas da Al Qaeda constituem a espinha dorsal da rebelião "pró-democracia ".

3) Há indícios crescentes de que as torres do WRC foram deitadas abaixo através de demolição controlada, levantando a hipótese de cumplicidade e encobrimento no seio do governo dos EU, dos serviços secretos e militares. (Ver os escritos de Richard Gage,Undisputed Facts Point to the Controlled Demolition of WTC 7 , Global Research, Março 2008. Ver também o vídeo, Richard Gage Controlled Demolitions Caused the Collapse of the World Trade Center (WTC) buildings on September 11, 2001, Global Research)

Quem é Obama?
BOILERDO


Um mentiroso político e um criminoso de guerra.

Os discursos escritos de Obama são distorções descaradas. As realidades são viradas de pernas para o ar. Os actos de guerra são apregoados como operações de paz…

Ironicamente, o texto da resolução do Congresso de 14 de Setembro de 2001 (ver acima) não exclui acção judicial e investigação criminal dirigida contra patrocinadores dos EUA-NATO de terrorismo internacional, incluindo o presidente Obama, que utilizaram os trágicos acontecimentos do 11/Set como pretexto para travar uma "guerra sem fronteiras" ao abrigo da bandeira humanitária da "Guerra Global contra o Terrorismo". 


O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=30654
Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
0

Add a comment

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Blog do Mello: Por que greve de fome de um dissidente cubano vira...

Blog do Mello: Por que greve de fome de um dissidente cubano vira...: Li no Escrevinhador reportagem de Thassio Borges publicada no Opera Mundi , que informa sobre a greve de fome de pelo menos 1600 palesti...

Por que greve de fome de um dissidente cubano vira notícia e a de pelo menos 1600 palestinos não?




Li no Escrevinhador reportagem de Thassio Borges publicada no Opera Mundi, que informa sobre a greve de fome de pelo menos 1600 palestinos presos em prisões israelenses.


De acordo com a associação de defesa de prisioneiros palestinos Adamir, no entanto, o número de presos que aderiram à greve de fome chega a dois mil.

Já a ONG palestina de direitos humanos Al-Haq corrige esse número para 2,6 mil. De acordo com a porta-voz do serviço penitenciário israelense, Sivan Weizman, mais de 4,6 mil palestinos se encontram detidos nas prisões israelenses.

Entre os presos hospitalizados, está o líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Ahmed Saadat, que tem cerca de 60 anos de idade.

Segundo a Anistia Internacional, Bilal Diab e Zaer Halahle estão sendo submetidos a um tratamento “cruel, desumano e degradante”. De acordo com a organização, os dois correm perigo já que estão há 67 dias em greve de fome.

Diante do tratamento dispensado aos presos palestinos, o líder do movimento islamita Hamas, Khalil Haja, afirmou que a greve de fome “não é um jogo” e que pode provocar mortes. “Se isto acontecer, podem esperar de nós tanto o esperado como o inesperado”, ameaçou.

Pelo menos dez dos 1,6 mil presos palestinos em greve de fome nas prisões israelenses estão hospitalizados, enquanto a Anistia Internacional adverte para o risco de morte de dois deles que estão há 67 dias sem comer e o Hamas ameaça com “o esperado e o inesperado” se algum deles morrer.


Por que, leitor arguto que me lê, minha perspicaz leitora, qualquer greve de fome de um único dissidente cubano (mesmo que seja o pilantra do Valladares - leia abaixo) recebe a atenção indignada da mídia corporativa e os pelos menos 1600 prisioneiros palestinos dos israelenses são brindados com o silêncio retumbante das catacumbas midiáticas?

Reproduzo a seguir o caso do Valladares, que ganhou repercussão mundial, para que se tenha a dimensão do silêncio absurdo da mídia corporativa em relação ao protesto de milhares de palestinos presos por Israel.

O problema de Veja é criminal, não apenas ético

Alguns analistas teimam em analisar o comportamento da Veja - nas relações com Cachoeira – como eticamente condenável.
Há um engano nisso.
Existem problemas éticos quando se engana a fonte, se adulteram suas declarações, desrespeita-se o off etc,
O comportamento da Veja é passível de enquadramento no Código Penal. Está-se falando de suspeita de atividade criminosa, não apenas de mau jornalismo.
Sua atuação se deu na associação com organizações criminosas visando objetivos ilegais, de obstrução da Justiça até conspiração.
É curioso o que a falta de democracia trouxe ao país. Analistas de bom nível tentam minimizar as faltas de Veja sustentando que não houve pagamento em dinheiro ou coisa do gênero. Esquecem-se que, em qualquer país democrático, não há crime mais grave do que a conspiração contra as instituições.
O acordo da revista com o crime organizado trazia ganhos para ambos os lados:
1. O principal produto de uma revista é a denúncia. O conjunto de denúncias e factóides plantados por Cachoeira permitiram à revista a liderança no mercado brasileiro de opinião - influenciando todos os demais veículos -, garantiu vendagem, permitiu intimidar setores recalcitrantes. O poder foi utilizado para tentar esmagar concorrentes da Abril no setor de educação. Principalmente, fê-la conduzir uma conspiração visando constranger Executivo, Legislativo, Supremo e Ministério Público.
2. A parceria com Veja tornou Cachoeira o mais influente contraventor do Brasil moderno, com influência em todos os setores da vida pública.
Há inúmeras suspeitas contra a revista em pelo menos duas associações: com Carlinhos Cachoeira e com Daniel Dantas que necessitam de um inquérito policial para serem apuradas.
Em relação a Dantas:
  1. A matéria sobre as contas falsas de autoridades no exterior, escrita por Márcio Aith.
  2. O dossiê contra o Ministro Edson Vidigal, do STJ. Nele, mencionava-se uma denúncia de uma ONG junto ao CNJ. Constatou-se depois que a denúncia tonava por base a matéria da própria revista, demonstrando total cumplicidade da revista com o esquema Dantas.
  3. A atuação de Diogo Mainardi, levando o tal Relatório italiano ao próprio juiz do caso. Na época, procuradores do MPF em São Paulo explicaram qual seria a estratégia de Dantas (contaminar o inquérito da PF com o princípio do "fruto contaminado") e sustentaram que Mainardi atuava a serviço de Dantas. Atacados virulentamente por Mainardi, recuaram.
  4. A matéria falsa sobre o grampo no Supremo Tribunal Federal.
  5. O “grampo sem áudio”, entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres.
Em relação a Cachoeira:
  1. O episódio do suborno de R$ 3 mil nos Correios, que visou alijar o esquema do deputado Roberto Jefferson e abrir espaço para o esquema do próprio Cachoeira. No capítulo que escrevi sobre o tema mostro que, depois de feito o grampo, Policarpo Jr segurou a notícia por 30 dias. Um inquérito policial poderá revelar o que ocorreu nesse intervalo.
  2. A invasão do Hotel Nahoum com as fotos de Dirceu, clara atividade criminosa.
  3. A construção da imagem do senador Demóstenes Torres, sendo impossível – dadas as relações entre Veja e Cachoeira – que fossem ignoradas as ligações do senador com o bicheiro.
  4. Levantamento de todas as atividades de Demóstenes junto ao setor público, visando beneficiar Cachoeira, tendo como base o ativo de imagem construído por Veja para ele.

Lance de audácia

Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!



 
Coragem a presidente Dilma Rousseff já mostrou que tem. Mexer com a poupança, a mais tradicional e popular aplicação financeira, não é pouca coisa. Ao fazer isso, Dilma passou o recado de que a sua intenção de levar o país a conviver com taxas de juros civilizadas é para valer. E, se conseguir seu objetivo, terá marcado um gol de placa em seu governo.

Mas se engana quem acha que agora tudo serão flores. Embora os juros baixos sejam desejados por 99,9% da população, há os que vão fazer de tudo para sabotar o plano do governo. 
 
Todos sabiam que a poupança era uma trava para que o plano funcionasse e que era preciso fazer algo para impedir uma migração em massa de outras aplicações para ela. Mesmo assim, nem bem a mexida foi anunciada já apareceu gente bombardeando a solução encontrada, como o indefectível deputado Roberto Freire, do PPS, aquele partido que se diz socialista, mas age sempre movido pelo mais profundo sentimento udenista.

Há pouco anos, o então presidente Lula tentou fazer o mesmo que Dilma fez agora. A sua equipe econômica ainda estudava uma maneira de mudar a rentabilidade da poupança quando esse mesmo deputado apareceu no programa gratuito de seu partido na TV para dizer que o governo iria "confiscar" a poupança - uma afirmação mentirosa e irresponsável.
 
Agora, ele tenta a mesma jogada, com o mesmo cinismo da vez anterior.
 
Essa gente não aprende. 
 
Não consegue entender que esse tipo de oposição que vem fazendo não leva a nada, ou pior, leva à sua própria desmoralização.

O exemplo do DEM está aí para todos verem. O partido, nascido na ditadura militar, se empenhou nesses últimos tempos numa campanha furiosa contra todas as iniciativas populares dos governos petistas. Insurgiu-se contra as cotas raciais nas universidades. Perdeu a parada no Supremo Tribunal Federal. Foi contra o ProUni. 
 
Mais uma vez levou de lavada no Supremo. Sem contar que sua grande estrela, o senador Demóstenes Torres, é hoje o maior símbolo que existe do político picareta.

A presidente Dilma está a um passo de se consagrar apenas porque teve a coragem de mexer num vespeiro do qual todos seus antecessores fugiram. Confrontar, como está fazendo, os banqueiros, não é para qualquer um. Para fazer isso ela deve ter entendido que o pleno exercício de seu cargo exige não só atributos administrativos e formação técnica, mas, principalmente, audácia.

É essa qualidade, exatamente, que falta a muitos outros políticos destes tempos, principalmente os tais demistas, os tucanos, todos esses udenistas disfarçados que procuram desesperadamente seu espaço no jogo do poder. Por isso eles nunca ultrapassarão a linha que limita a mediocridade. 
 
Falta-lhes ânimo para ousar, vontade de arriscar, coragem de ir além das banalidades e sensibilidade para entender as necessidades do povo.


Sintonia Fina
- com Crônicas do Motta

Quando as paredes da Veja falam...

Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!



Por Marco Aurélio Mello:

Doze anos atrás, um colega, que - por razões mais do que óbvias - preferiu ficar no anonimato, entregou todo esquema de manipulação da revista Veja já àquela época. O caso teve alguma repercussão na incipiente internet, mas logo, como tudo nesta vida, caiu no esquecimento. É com a memória do brasileiro que a Editora Abril conta mais uma vez para se safar da mais nova safadeza. Se depender da blogosfera progressista e dos sujinhos, acho que muito há a ser lembrado. Para nós, a brincadeira está só começando... Veja a riqueza de detalhes do texto abaixo:


"Talvez o fato de trabalhar para a empresa que se acusa me faça cúmplice. No entanto, algum lampejo de honestidade me ilumina a razão e, por isso, vos narro o que sei. Há anos vivo os melindres da profissão e da filiação ao império Abril. É pena que o colega Mário Sérgio (1) tenha contado tão pouco do que lá se passa. É pena que tenha omitido detalhes importantes das trapaças arquitetadas pelos arrogantes senhores do resumo semanal. A revelação de tais fatos certamente macularia sua já arranhada reputação. Mas se a disputa se dá no campo da falta de ética, é certo que será superado pelos senhores Tales Alvarenga e Eurípedes Alcântara. (2)

De Mário Sérgio Conti tudo se pode dizer. Que é bruto com as mulheres, que fuma demais e que obriga seus subordinados a coletar argumentos para justificar falsidades. Dos outros dois, pode-se esperar ainda empáfia e ignorância. O primeiro é capaz de recorrer ao Dedoc (3) para descobrir se Vinícius de Moraes está vivo ou morto. O segundo, dublê de cientista e Don Juan da casa, é capaz de fundir boi e tomate numa fantástica e exclusiva descoberta. (4) Diagnóstico: a arrogância é tanta que não lhes cabe mais perder tempo com a aquisição de conhecimento.

O garoto de recados da Camorra editorial é o sr. Eduardo Oinegue. (5) Veja bem: Oinegue ao contrário quer dizer Eugênio. O que significaria a eugenia para o império dos Civita? Oinegue foi criado no laboratório da casa. Nunca trabalhou em qualquer outro órgão de imprensa. Saiu diretamente dos bancos escolares para Veja. Mantinha os contatos sujos com Cláudio Humberto (6), no ínicio da década. Hoje, chafurda na lama das matérias plantadas, dos panfletos encomendados pelo governo.

No dia 2 de maio, Alvarenga recebe um telefonema do "chefe supremo". O "filho do pato", alguém diz. Não, a secretária é quem lhe passa a senha. É do "mata-ratos", diz. (7). O diretor de redação está distante da sede naquele momento. O contato, no entanto, é feito rapidamente. Um homem de confiança do presidente Fernando Henrique Cardoso pede uma contrapartida. Afinal, a revista teria "batido" indiretamente no governo ao espicaçar a festa dos 500 anos. Alvarenga defende-se. Segundo ele, a revista "livrou a barra do governo" ao insistir na teoria "Dinamarca". Trata-se da informação de que o governo deu tantas Dinamarcas aos índios e beneficiou um mar de famílias com novas doações de terra. O diretor afirma que o governo saiu "limpinho" da história e que sobrou mesmo só para o "paranaense", numa referência ao ex-ministro Greca. (8)

Do outro lado da linha, o senhor Matarazzo pede novamente uma contrapartida. Alvarenga lembra que já se produz uma matéria sobre o MST, mas que não sabe quando será publicada. "Agora", diz o emissário governista, afirmando que "tudo já está acertado com o dono". Alvarenga ri e pergunta se há qualquer encomenda. "Bota aí esse negócio da Dinamarca. É um país titica, mas dá impressão boa". (9) Alvarenga dialoga com Alcântara e decidem convocar "Oinegue-boy" para executar o serviço sujo.

Começa rapidamente a operação. Durante a semana, Oinegue repreende duramente um repórter que não estaria "cooperando" para rechear o trabalho contra o MST. Discute-se a capa. Dois ou três editores executivos oferecem sugestões. Oinegue fala em "baderna", palavra sempre utilizada para desqualificar adversários de Veja. Os iluminados do semanário não sabem, mas "baderna" era termo freqüentemente utilizado pelo sociólogo Oliveira Viana e pelo pensador católico Jackson Figueiredo, ideólogos do Integralismo, movimento de inspiração nazi-fascista da década de 30. Usavam-no para caracterizar a "anarquia liberal". Decidem que "tática" é palavra importante na chamada "porque lembra futebol e fala fundo ao espírito brasileiro".

Alguém cita uma matéria sobre a Coréia do Norte. Oinegue manda utilizar os termos "Coréia Comunista" e "morta de fome". A revista precisa reforçar subliminarmente a mensagem contra o MST. Escolhe-se uma foto de agricultores para ilustrar a matéria. A legenda é "agricultura fracassada e crianças subnutridas: o país mais isolado". Num telefonema à redação, Alcântara sugere o uso da palavra "fracasso e fracassado". "Dá sempre certo. A Globo não cansa de usar o termo para avacalhar com greves gerais. Desmobiliza os caras e fode tudo".

A baixaria continua. Nova reunião é marcada entre os chefes. Uma repórter participa. A idéia é pintar o "vilão" da história. Não existe fantasma sem cara. Stedile é o preferido. Alguém sugere colocá-lo no "corpo de Guevara", outro sugere o corpo do cangaceiro Corisco. Resolvem, por fim, realizar uma montagem em que o líder do MST aparece com uma pistola na mão. É um suposto James Bond do mal. Alguém alega que "pode dar processo". "O dr. Civita (10) diz que pode mandar bala", afirma Alvarenga. O chefe da arte morre de rir ao ver o resultado. "Ficou bem bandido mesmo". Na página anterior, o compenetrado Fernando Henrique Cardoso aparece em foto de gabinete. Sério, parece zelar pela segurança dos brasileiros.


Pede-se a um repórter que ouça vozes da condenação. "Ouve lá o Celso Bastos. (11) Pra tacar pau na esquerda ele é ótimo, e sempre atende". O clima na redação não é dos melhores. Arranja-se uma foto da Folha Imagem, com um suposto sem-terra chutando uma porta. A matéria vai sendo escrita e reescrita. Há uma frase encomendada, introduzida de última hora: "(Cria-se) assim um mundo em que o MST desempenha o papel do Bem, num cenário maniqueísta em que o governo FHC é o Mal".
 

Dois repórteres são muito elogiados pelo editor executivo pelo empenho. Um deles afirma que o termo "baderna" caiu muito bem na história. É uma pena que não tenha se divertido antes. Baderna é o nome de uma dançarina que despertou paixões em sua passagem pelo Rio, em 1851. Os rapazes da época faziam ruído durante suas apresentações. Baderna, doce baderna. Dizem que era linda.

Notas:

* Esta carta, redigida por um funcionário da Editora Abril que prefere se manter anônimo, por razões óbvias, circulou na Internet no mês de maio de 2000.
1 - Mario Sergio Conti foi diretor de redação da revista Veja entre 1991 e 1997 e é autor de Notícias do Planalto - A imprensa e Fernando Collor, Companhia das Letras, São Paulo, 1999
2 - Tales Alvarenga é o atual diretor de redação de Veja e Eurípedes Alcântara é o seu redator chefe
3 - Departamento de Documentação da Editora Abril
4 - Barriga histórica de Veja, baseada em falsa matéria científica que "demonstrava" a possibilidade de fusão genética de animais com vegetais. A matéria, copiada de uma revista estrangeira, havia sido publicada como brincadeira de 1º de abril.
5 - Eduardo Oinegue é um dos cinco editores executivos de I
6 - Cláudio Humberto Rosa Silva foi o porta-voz do presidente Fernando Collor
7 - Ministro Angelo Andrea Matarazzo, chefe da Secretaria-Geral de Comunicação de Governo da Presidência da República
8 - Ex-ministro do Esporte e Turismo Rafael Valdomiro Greca de Macedo, coordenador dos festejos oficiais dos 500 anos
9 - O trecho publicado, na página 47, ficou assim: "Depois de receber 22 milhões de hectares de terra, área equivalente a cinco Dinamarcas, o MST acrescentou um item novo ao seu tradicional discurso. Agora, a tônica das reivindicações dos sem-terra deixou de ser a distribuição de terras e passou a ser distribuição do dinheiro público - daí a invasão dos prédios do Ministério da Fazenda e da sede do BNDES, no Rio de Janeiro"
10 - Roberto Civita, presidente e editor de Veja
11 - Celso Bastos é professor de Direito Constitucional em São Paulo


Sintonia Fina