quinta-feira, 26 de abril de 2012

Analistas econômicos apontam acertos do governo Dilma

Construção civil é um dos setores mais aquecidos da economia, gerando mais empregos e renda, alavancado pela política expansão do crédito do governo para a aquisição da casa própria
Geração de empregos e consumo são pontos-chave para crescimento
Para ganhadores do Prêmio iG/Insper, País vive bom momento e com juros em queda e inflação sob controle deve retomar trilha de crescimento

A retomada do crescimento da economia com mais fôlego nos próximos meses está diretamente ligada à manutenção do ritmo de geração de empregos e o consumo, segundo a avaliação dos vencedores do Prêmio iG/Insper Negócio do Ano , promovido em parceria pelo portal iG e pelo Instituto de Ensino e Pesquisa – Insper, com o apoio da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC).

Para José Luiz Acar Pedro, presidente do Banco Panamericano e sócio do BTG Pactual , o grande vencedor da edição 2012 do Prêmio Negócio do Ano iG/Insper, o País está no caminho certo e deve encerrar este ano com um crescimento em torno de 4%, acima dos 2,7% registrados em 2011, e com uma taxa de desemprego baixa. “Na nossa avaliação esse cenário é importantíssimo e será o pulmão do crescimento”, diz.

“A taxa de juros caindo e a inflação sob controle e declinando são fatores muito importantes para o crescimento da economia e positivo para todos os setores”, acrescenta o executivo.

André Sá, presidente da Brazil Pharma , companhia que conquistou o Prêmio iG/Insper na categoria "Negócio Mais Ousado do Ano", avalia que o Brasil vive o melhor momento de sua história, com o consumidor em um processo de inserção, podendo ter acesso a novos produtos. “O crescimento da classe média é um movimento muito forte e robusto. Isso anima os empresários e impulsiona a atração de investimentos. Criou-se no Brasil nos últimos anos um ambiente para atrair capital, criar negócios e gerar oportunidades de trabalho”, diz.

Segundo o executivo, o País segue um cenário de crescimento parecido com o vivido pelos Estados Unidos três décadas atrás. “Temos hoje uma classe média forte, empreendedores, riquezas naturais”, diz Sá. “Esse cenário mostra que existem oportunidades para todos e para se construir grandes negócios”, completa.

De acordo com Cristina Betts, vice-presidente de Finanças do Grupo Iguatemi , companhia premiada na categoria "Melhor Retorno ao Acionista", o País vive um momento de crescimento onde o desafio é colocar todos os empreendimentos de infraestrutura de pé o que também é uma meta do grupo, inaugurando novos complexos.

Para Rodrigo Galindo, presidente da Kroton Educacional , companhai premiada na categoria "Negócio mais Ousado", um dos desafios está sendo vencido com a redução da taxa de juros, tornando o capital mais atrativo para investimentos, criando estímulos ao crescimento. “Emprego é um ponto muito relevante para garantir o crescimento e estimular uma melhor capacitação profissional”, diz.

Na visão de Leonardo Bordeaux, superintendente da BR Malls , empresa premiada na categoria "Empresa mais Poderosa em Fusões e Aquisições", as perspectivas são favoráveis para o consumo e o varejo interno continua com um desempenho positivo. “O Brasil segue sendo a bola da vez e isso favorece o nosso segmento”, diz

Ig

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Egito interrompe fornecimento de gás a Israel

BBC

O governo do Egito anunciou na noite de domingo que rompeu um acordo com Israel para fornecimento de gás natural. Israel importa do Egito cerca de 40% do gás natural consumido internamente, e usado para gerar eletricidade.

 O diretor da empresa nacional de gás natural do Egito, Mohamed Shoeb, alega que a decisão não tem nenhum componente político, e que foi tomada porque Israel não pagou pelo gás fornecido nos últimos quatro meses. Israel nega esta versão. O governo israelense diz que a decisão foi tomada porque o Egito não consegue mais garantir o transporte de gás natural ao país, já que o gasoduto usado foi alvo de vários ataques e sabotagens no deserto do Sinai nos últimos meses.

O ministro das Finanças de Israel, Yuvai Steinitz, disse que a medida é "muito preocupante", e contradiz um acordo de paz entre israelenses e egípcios.

A Ampal, a empresa israelense responsável pela importação do gás natural, acusou a medida de "ilegal e de má fé". A companhia pretende dar início a um processo em tribunais internacionais de arbitragem, em busca de compensação financeira.

O Egito foi o primeiro país no Oriente Médio a assinar um tratado de paz com Israel, em 1979. O acordo de fornecimento de gás foi assinado em 2005.

No entanto, muitos egípcios reclamam que o acordo nunca favoreceu o seu país, já que o preço cobrado pelo gás natural seria muito baixo. Israel afirma estar pagando o preço adequado pelo gás.

A região do Sinai tornou-se mais instável desde a derrubada do ex-presidente Hosni Mubarak, no ano passado. Várias tribos beduínas armadas têm assumido o controle de algumas áreas do Sinai e atacado o gasoduto, na tentativa de forçar o rompimento do acordo entre Egito e Israel.

Canadá quer receber 12 mil alunos do Ciência Sem Fronteiras

Governador-geral do país encontra Dilma e promete a brasileiros ensino de línguas e estágios no setor privado

Agência Brasil

 O governo do Canadá anunciou nesta terça-feira que o país receberá 12 mil estudantes brasileiros pelo programa Ciência sem Fronteiras. O país também oferecerá aos estudantes estágios no setor privado, experiência prática em laboratórios e ensino de língua. O anúncio foi feito pelo governador-geral do Canadá, David Johnston, durante reunião com a presidenta Dilma Rousseff.
“A intenção é que os estudantes não só aprendam a teoria, mas coloquem a mão na massa”, disse Johnston.
O governador-geral do Canadá elogiou o Ciência sem Fronteiras e disse que está especialmente empolgado com as conquistas brasileiras na área social.
A presidenta Dilma agradeceu a iniciativa canadense e afirmou que nada pode aproximar mais os dois países do que as relações no campo da educação, ciência e tecnologia e inovação.
“Sem dúvidas a qualidade das instituições acadêmicas do Canadá e as relações com as entidades acadêmicas e os estágios empresariais vão fazer diferença para os estudantes brasileiros no Ciência sem Fronteiras”, disse.
Dilma ainda falou sobre a importância do apoio do Canadá em outro programa brasileiro, batizado de Mulheres Mil, para a capacitação de mulheres,
O programa Ciência sem Fronteiras tem a meta de enviar 100 mil pesquisadores brasileiros para o exterior até 2014. O governo promete custear 75 mil bolsas e espera que a iniciativa privada viabilize outras 25 mil.
Também participaram da reunião entre Dilma e David Johnston os ministros da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, da Educação, Aloizio Mercadante, e o ministro interino de Relações Exteriores, Rui Nogueira.

Aécio Neves, o traficante de influência, tenta se explicar

Aécio Neves, cada vez que se defende da prática de um malfeito, tem logo, na ponta da língua, a justificativa.Foi assim quando foi pego bêbado dirigindo uma Land Rover.E é assim nessa denúncia, já comprovada provada através de grampos, de tráfico de influência para beneficiar Cachoeira.Aécio Neves, nesta matéria publicada no Estadão, diz que foi traído por Demóstenes. Diz Aécio:ele fez uma indicação que cabia ao seu partido e como ela tinha qualificação, encaminhei o pedido à Secretária de Governo.Aécio só não diz que quem ocupou a Secretaria de Governo no seu governo foi atual deputado federal  Danilo de Castro, seu aliado e amigo de primeira hora.Aécio Neves não diz também que Castro mandava(e ainda manda) e desmandava em Minas Gerais.Mas, afinal, quem é Danilo de Castro? Veja aqui.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta terça (24) que se sente "traído" pela iniciativa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) de lhe pedir a nomeação da prima do contraventor Carlinhos Cachoeira em um cargo comissionado. A prima do bicheiro, Mônica Beatriz Silva Vieira, assumiu o cargo de diretora regional da Secretaria de Estado de Assistência Social, em Uberaba, em 25 de maio do ano passado.
Segundo reportagem publicada nesta terça-feira no jornal O Estado de S. Paulo, do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. A informação de que Demóstenes fez o pedido a Aécio, atendendo a uma demanda de Cachoeira, está comprovada pela escuta telefônica da Polícia Federal, na Operação Monte Carlo. Ele lembrou que, na época, comunicou ao presidente do DEM, José Agripino (RN), que aquela demanda estava sendo atendida. Aécio garantiu que não tem nenhum tipo de relação com Cachoeira.
Ele alegou que, há um ano, não tinha motivos para questionar um pedido de Demóstenes, tido então como "um senador acima de qualquer suspeita". "Eu me sinto traído na minha boa fé, mas fiz aquilo que faço quando recebo indicação de partidos aliados", afirmou. "Ele fez uma indicação que cabia ao seu partido e como ela tinha qualificação, encaminhei o pedido à Secretaria de Governo".
Aécio disse lamentar "profundamente" que um senador da República se disponha a defender interesses de um contraventor. "E só ontem ficamos sabendo disso", lembrou. "Nem eu nem ninguém no Brasil sabia há um ano atrás dessas ligações do senador Demóstenes, a imprensa dava a ele a aura de combatente contra a corrupção, o grande legalista e todo mundo está absolutamente decepcionado", justificou.
O senador tucano concordou que o episódio mostra o risco em atender aos pedidos motivados pelo apadrinhamento político. "Acho que essa cautela tem de ter. O governo de Minas Gerais é a referência hoje no que diz respeito à administração de qualidade à meritocracia", destacou. Ainda assim, entende que a indicação política não pode, por si só, ser vista como uma ilegalidade: "O que ninguém pode esperar é ser instrumento para interesse de terceiros, de interesses que eu diria do campo do ilícito e não da política, agora o cuidado com a indicação tem de ter", constatou.
Aécio disse que, nesse caso, fez o que faria "10 outras vezes". "Indiquei à secretaria, o currículo era compatível. O brasileiro não tem bola de cristal para imaginar as ligações do seu Demóstenes", reiterou. "Uma indicação do seu Demóstenes credenciava o indicado, um ano se passou e fomos surpreendidos com a ligação desse senador com a contravenção". No seu entender Demóstenes, "violentou a confiança da Casa". "Há um ano atrás, ninguém poderia imaginar. Eu me sinto traído na confiança. O que fiz foi atender a uma demanda partidária".
Fonte: Agência Estado

terça-feira, 24 de abril de 2012

Supremo vai julgar pedido do DEM de acabar com cotas nas universidades

Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!



Reserva de vagas em instituições de ensino é contestada em ações que tramitam no STF.

O DEM (ex-PFL) se juntou a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino particular, e resolveram bater às portas do Supremo Tribunal Federal, sustentando a inconstitucionalidade dos atos que criaram o ProUni. Levaram para a Corte a discussão da legalidade de ações afirmativas baseadas em critérios de renda e de raça para o acesso ao ensino superior.O partido ja tomou uma  primeira pancada, pelo voto do ministro-relator Carlos Ayres Britto.
 
Agora tem um novo julgamento

Recém-empossado no cargo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto afirmou que o primeiro julgamento de sua gestão vai decidir sobre a constitucionalidade da política de cotas em instituições de ensino no Brasil, contestadas em três ações que tramitam no STF.

A pauta da quarta-feira prevê o julgamento da ação protocolada pelo DEM contra o sistema de cotas da Universidade de Brasília e do recurso que questiona a política adotada pela Universidade do Rio Grande do Sul. Os dois processos são de relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Outra ação que deve ser analisada na próxima semana é a que contesta o sistema de reserva de bolsas de estudo para negros, indígenas, pessoas com deficiência e alunos da rede pública implementado pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) do governo federal.

O sistema de seleção para recebimento do benefício foi atacado pelo DEM e por entidades como a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino.


Sintonia Fina

Lula provoca mais ódio que Vargas

Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!

Saiu hoje na pág. 2 da Folha


A pesquisa ajuda a acalmar a ansiedade e a espantar os fantasmas de Lula, que, nas conversas com aliados, não para de reclamar da imprensa, da oposição e da “elite”. Quanto mais Dilma acerta e cresce, mais ele alimenta a paranoia de que tentam “desconstruir a sua imagem”.


Lula está absolutamente convencido de que foi o melhor presidente da história da humanidade, mas os adversários (entre os quais inclui a imprensa) não reconhecem. Insistem em dizer que o mensalão existiu, que ele impôs ministros que Dilma teve de defenestrar e que seu governo foi marcado por uma alegre convivência com fichas-sujas e oligarcas.


Ele não suporta ver a sua criatura se tornando mais admirada do que o criador. Sente-se injustiçado, senão perseguido, e reage com mágoa e rancor. Seu apoio à CPI é resultado desse sentimento: “doa a quem doer”, ou seja, “doa ou não em Dilma”.


O Datafolha é um bálsamo para as dores de Lula, que agora pode vangloriar-se pela escolha de Dilma como sucessora e continuar sentindo-se o “mais”, o “melhor”, o “mais amado”, o “candidato dos sonhos”.


Bálsamo para Lula, alívio para Dilma, que é cheia de dedos com Lula, ouvindo-o, reverenciando-o, mantendo-o no pedestal.


O resto é questão de tempo: até 2014, o “volta Lula” deve lentamente deslizar para o “fica Dilma”. 

 

Como diz PHA:

Em recente debate na Bienal do Livro “CPI vai desmontar o ‘espetáculo’ da Globo” e  “Costa e a visibilidade do crime organizado” 

– Emir Sader ofereceu uma explicação para ódio contra Lula que habita o coração das Marine Le Pen do Brasil.

Lula desperta mais ódio do que Vargas despertou, disse Sader.
É um ódio de classe, disse Sader.
E por que ?
A elite, por meio de seus funcionários no PiG (**) e no PSDB de São Paulo, não perdoa o fracasso de Fernando Henrique e o sucesso retumbante de Lula.

Era para ser o contrário.

O cheiroso tinha que ser maior que o metalúrgico nordestino, que não tem um dedo e não fala inglês.

E não foi.

Pior: o sucessor de FHC foi Serra, um derrotado.
O de Lula, uma vitoriosa.

(Sader foi entusiasticamente aplaudido !)


Sintonia Fina

Comissão de juristas aprova a criminalização do enriquecimento ilícito


Gazeta do Povo via boletim do NEMS-PR

A comissão de juristas que prepara anteprojeto da reforma do Código Penal no Senado aprovou nesta segunda-feira (23) a criminalização do enriquecimento ilícito.

Significa que devem responder na Justiça os servidores, juízes ou políticos, por exemplo, que não puderem comprovar a origem de valores ou bens, sejam eles móveis ou imóveis. A previsão de pena varia de 1 a 5 anos.

Para o relator da reforma, Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, trata-se de "um momento histórico na luta contra a corrupção no Brasil".

"Criminalizamos a conduta do funcionário público que enriquece sem que saiba como. Aquele que entra pobre e sai rico", afirmou.

Segundo Gonçalves, não há qualquer previsão desta natureza hoje no Código.

"O país está descumprindo tratados internacionais contra corrupção, que determinam a criminalização. Estamos levando essa proposta para o Senado e os representantes do povo vão discuti-la", completou.

O texto prevê ainda que a punição seja aumentada em metade ou dois terços caso a propriedade ou posse seja atribuída a terceiros.

A mudança do anteprojeto de reforma do Código Penal deve ser entregue até o fim de maio para votação do Senado. Em seguida, as modificações serão apreciadas pela Câmara dos Deputados.

Blogueiro assassinado no Maranhão


Foi assassinado há pouco - (por volta de 00 h) - em São Luís, no Maranhão, um dos mais aguerridos e críticos blogueiros políticos do estado, Décio Sá.
Ele estava sozinho no Bar da Marcela - Estrela do Mar, na Av. Litorânea, da capital, onde Fábio Câmara, pré-candidato a vereador iria encontrá-lo. Décio pediu um prato com caranguejo quando foi alvejado por vários disparos – um deles na cabeça – por um motoqueiro que fugiu, sem deixar pistas.

Acredita-se que o crime tenha sido motivado por vingança, pois o jornalista Décio Sá, diariamente vinha denunciando ações fraudulentas de políticos em todo o estado do Maranhão. Em outras palavras, "acerto de contas"...
Décio Sá era repórter do jornal O Estado do Maranhão. No seu blog pessoal, colecionava milhares de acessos e algumas polêmicas pelo estilo crítico dos seus textos e dos assuntos que explorava. Ele dedicava o trabalho a cobrir a política do Maranhão e seu blog era o mais acessado no estado.
Seu site é http://www.blogdodecio.com.br/

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Contraponto 7952 - " Política social do Brasil é modelo diz ministro britânico"



Por Cafu
As políticas sociais do Brasil são um modelo para o mundo e há muito a que se aprender com o Brasil. Quem diz isso é o Ministro do Desenvolvimento Internacional da Grã-Betanha, Andrew Mitchell.
De O Globo
Parceria para acabar com a miséria
ANDREW MITCHELL
Uma em cada cinco pessoas do planeta ainda passa fome e milhões de mulheres morrem durante o parto. Isso é inaceitável. O governo de coalizão do Reino Unido possui um Ministério para o Desenvolvimento Internacional, focado na atenção às populações mais pobres de outros países, o qual tenho a responsabilidade de liderar. Entendemos que, para combater eficazmente problemas sérios como a pobreza e a fome, é preciso trabalhar com novos parceiros e utilizar novas abordagens.
p>Tive a honra de visitar o Brasil na última semana e de conhecer projetos brasileiros que deram certo na atenção a populações pobres. Vi como políticas firmes e a atuação dedicada do setor privado podem criar empregos e gerar renda. E como cidadãos pobres podem usar a criatividade para melhorar suas vidas. Há muito a se aprender com o Brasil. O país reduziu a pobreza cinco vezes mais rápido do que a China e dez vezes mais rápido do que a Índia. Esse é um resultado fantástico. Obviamente, os brasileiros sabem que ainda há muito a se fazer - e o programa da presidente Dilma Rousseff Brasil sem Miséria assume o compromisso de terminar essa tarefa. Acredito, no entanto, que os brasileiros possuem um grande interesse em compartilhar conhecimentos para ajudar a combater a pobreza em outras regiões do mundo.
Em primeiro lugar, estamos todos interconectados atualmente. A recessão global afeta a todos e os motores do crescimento estão espalhados por diversos lugares do mundo. Em segundo, o Brasil ganhará mais respeito esucesso na arena internacional se for reconhecido por sua contribuição para a redução da pobreza global. Em terceiro, o Brasil já mostrou que fazer a diferença não custa tanto. O investimento financeiro em programas como o Fome Zero foi recompensado com economias locais mais fortes e melhores expectativas para os jovens.
Então, por que o Brasil deveria trabalhar com o Reino Unido? Para aliar a abordagem inovadora do país à parceria de muitos anos do Reino Unido com países em desenvolvimento. Por exemplo, desde 2010, trabalhamos em parceria com a Embrapa para adaptar sua experiência em agricultura às necessidades de fazendeiros africanos. Esse "mercado agrícola" já alcança nove países da África e está pronto para ser expandido. E vamos facilitar a adaptação de abordagens brasileiras na agricultura e na segurança alimentar para sete países, incluindo Gana e Moçambique. Além disso, o Reino Unido é aliado do Brasil para levar a experiência do Bolsa Família ao Quênia. O investimento brasileiro já está mudando a vida de milhares de pessoas na África.
Durante minha missão, busquei incentivar um papel ainda mais importante para o Brasil na luta contra a pobreza - além da conquista da paz e da prosperidade. O trabalho de parceria permite que Brasil e Reino Unido estejam na vanguarda de uma nova fase da cooperação para o desenvolvimento. Um mundo sem miséria é possível.

ANDREW MITCHELL é ministro para o Desenvolvimento Internacional da Grã-Bretanha.
Emir Sader*
O que melhor caracteriza o cenário mundial é a recessão no centro do capitalismo e a capacidade de manter níveis de expansão de suas economias, acompanhadas de distribuição de renda, no Sul do mundo. Claro que o crescimento de tres décadas seguidas da economia chinesa é alavanca essencial desse fenômeno. Mas ele é parte integrante do cenário, que revela a reiteração do modelo neoliberal no centro e modalidades de expansão com extensão dos mercados internos de consumo popular no Sul.

Antes do ciclo de crises atual, uma recessão no centro era devastadora para o sistema no seu conjunto, com efeitos ainda mais agudos na periferia, pela dependência da demanda, dos investimentos e dos créditos. Desta vez nossas sociedades sofrem os efeitos dessa retração, baixam seu ritmo de crescimento, mas não entram em recessão. Já existe uma certa multipolaridade econômica no mundo, de forma que o que sucede no centro não se transfere mecanicamente para a periferia.

A América Latina pode assim exibir ao mundo um outro modelo, que não apenas mantem ritmos de desenvolvimento econômico, mas o faz simultaneamente com a distribuição de renda. Tem portanto não apenas uma superioridade econômica, mas política, social e moral. Como uma de suas consequências, enquanto na Europa todos os governos que se submetem a processos eleitorais - de esquerda ou de direita – são derrotados, porque responsabilizados por politicas recessivas e devastadoras socialmente, os governos que colocam o modelo alternativo em prática na América Latina, tem sido eleitos, reeleitos e tem conseguido eleger seus sucessores.

Enquanto na Europa se produz um processo sistemático de empobrecimento da população, aqui tem diminuído sistematicamente a pobreza e a miséria. Os países europeus, que tinham recebido grande quantidade de trabalhadores imigrantes, veem agora uma parte destes retornar a seus países, enquanto nacionais passam a buscar trabalho em outros países e continentes.

A maior disputa política hoje no mundo se dá entre o modelo neoliberal mantido no centro do capitalismo e o modelo latinoamericano.

*Emir Sader. Sociólogo e cientista político.
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Os Ecotópicos, a Governança Global, o Mito e o Terror

"CRUZADOS LUTANDO CONTA AS FORÇAS DO MAL  DO AQUECIMENTO GLOBAL". AQUI
Cruzados Verdes não vêem forma de fazer a sua pequena parte para tornar este mundo complexo um pouco melhor aqui e um pouco mais sensato ali. Uma modesta e constante melhoria incremental não lhes interessa.


Em vez disso, eles anseiam por papéis de destaque no palco do mundo, vestidos em trajes de super-heróis e acompanhados por música portentosa. As visões que possuem enquanto dormem, são de cerimónias televisivas em que são cobertos de medalhas ao pescoço, enquanto que uma platéia de milhares de pessoas aplaude o seu status de salvadores-do-planeta.




Já em 1970, há 42 anos, a superpopulação foi a crise ambiental "du jour". O público foi instado a ter no máximo dois filhos, e o relato dos jornais sobre o discurso proferido pela voz de um activista que virou ecológico, o citou dizendo:


"Não temos muito mais do que uma década à frente. Essa geração será a última com uma chance de fazer algo ... Em 1975 os Estados Unidos exportarão o seu último grão de trigo. E em 1985 ... a poluição do ar vai ser tão ruim ... não haverá suficiente [oxigênio] para respirar e o homem perecerá. 

Artigo integral: Terrorismo Climático

Opinião do Professor Pinto de Sá do IST:

 em muitas civilizações antigas praticavam-se sacrifícios humanos.

Nas civilizações Azteca, Maia e Inca, são bem conhecidos os assassínios rituais (geralmente de crianças) como forma rotineira de influenciar a sorte da vida e em especial o clima, oferecendo aos Deuses. O filme Apocalipto popularizou o conhecimento dessas práticas.
Mas, por toda a Antiguidade desde a Pré-História, praticaram-se sacrifícios humanos: Jeová pediu a Abraão que sacrificasse o próprio filho (tendo depois comutado o pedido no sacrifício de um carneiro), e a lenda diz que Cartago sacrificou todos os primogénitos quando soube que Cipião desembarcara com as suas legiões em África (os romanos, aliás, desprezavam profundamente a prática de sacrifícios humanos destes e outros "bárbaros", como os gauleses).
Nas civilizações que triunfaram, em regra as práticas de sacrifícios humanos acabaram nos primórdios (como no Egipto), mas na Índia regiões houve em que ainda se praticavam no sec. XIX, tal como em África em regiões não islamizadas nem cristianizadas.

Tendo ocorrido de forma tão generalizada em tantas regiões e comunidades humanas que não comunicavam entre si, ocorre pensar que há algo de universal na psicologia humana que promove a prática auto-sacrificial como forma de lidar com fenómenos catastróficos cuja causa se desconhece. Um extraordinário romance que li na adolescência descreve essa psicologia: "A um Deus desconhecido", de Steinbeck.


A personagem central, um farmer da Califórnia, desenvolve uma relação imaginária com os elementos da Natureza com que lida, elegendo uma árvore particular para representante do espírito que vai atribuindo a esses elementos e, no fim, arruinado por uma seca devastadora, abre os pulsos perante a árvore que escolhera como altar, num auto-sacrifício visando o regresso da chuva...


Pessoalmente penso que este tipo de pensamento mágico está muito mais disseminado entre nós do que se pensa, e que pode ser identificado em inúmeros negócios que o exploram como, num exemplo entre tantos outros, os produtos dietéticos (caros e de mau paladar) para quem precisa de emagrecer...

Ora vem isto tudo a propósito de me ocorrer que, também na questão do Aquecimento Global e das medidas auto-punitivas que certas correntes advogam para o "acalmar", se observa o mesmo tipo de pensamento mágico e de irracional sentimento de culpa que Steinbeck narrou no A um Deus desconhecido.
A questão é que, como já em tempos aqui notei a partir dos próprios relatórios do Painel climático Inter-governamental da ONU (IPCC), mesmo admitindo que o Aquecimento Global em curso resulta da emissão de Gases causadores de Efeito de Estufa, a parcela resultante das emissões pela produção mundial de energia eléctrica e pelos transportes rodoviários é de... apenas 20%! Só as emissões pelos incêndios florestais emitem tanto como todas as centrais eléctricas de combustíveis fósseis e todos os automóveis e camiões do mundo juntos!!!... e isto sem falar do mau uso do solo criado pela explosão demográfica!...


Neste contexto, como explicar o afã com que os ecotópicos nos procuram aterrorizar com degelos terminais e cheias apocalípticas, se nós e a Ásia não reduzirmos o consumo de energia e o uso do automóvel, a não ser pelo mesmo tipo de pensamento mágico e invocação auto-sacrifical pré-científicos?


Na verdade, ocorre-me que o verdadeiro terror que se instalou nos centros europeus donde emanam estas directivas não é o das tais cheias e dilúvios, mas sim o da... poluição asiática. Ou melhor: o do fim da Europa como centro do Mundo e o da emergência da Ásia que bem gostariam de ver voltar aos seus antigos consumos...!
E, contra isso, reagem com estes auto-sacrifícios de energia renovável caríssima e, se não reagirmos, em breve a medidas punitivas do uso do automóvel não-eléctrico (portanto, do automovel tout court...). Ideias para que tentaram arrastar o resto do Mundo em Copenhaga mas que, como era evidente aconteceria, a Ásia ignorou soberanamente!


 Entretanto, recordo, tudo isto assenta no pressuposto de que o Aquecimento Global é o produto da emissão de Gases causadores de Efeito de Estufa, portanto de causas antropogénicas. Ora isto está longe de ser matéria científica inquestionável!
 


Sem me querer alongar sobre este tema, diria apenas que um reputadíssimo cientista, o Prof. Jan Veizer, Professor emérito de Geologia da Universidade de Otawa, um eslovaco de origem que fugiu aos 27 anos da Checoslováquia em 1968 e que mais tarde ganhou reputadíssimos prémios internacionais, tem ligado o seu trabalho geológico à estimativa da incidência de raios cósmicos de origem galáctica ao longo da História do planeta, e verificado correlações quase perfeitas entre essa radiação e a variação a longo prazo do clima, assim desafiando a perspectiva limitada do IPCC, que reduz tudo aos Gases de Efeito de Estufa (os quais, a propósito, não conseguem explicar as passadas Idades do Gelo ou o Clima tropical dos pólos no tempo dos dinossauros).
Um resumo em poucas linhas da perspectiva de Jan Veizer pode ser encontrado aqui, e um excelente artigo de 4 páginas seu, de 2009, aqui. Um outro artigo seu de 2005, mais "pesado", mostra como esta teoria pode explicar também as variações de temperatura dos últimos 4 biliões de anos, muito anteriores à própria existência da Humanidade.

Resumidamente: existe uma correlação inquestionável entre a intensidade da radiação cósmica que atinge a Terra e a respectiva temperatura, ao longo dos tempos.

 Os primeiros resultados foram apresentados há poucas semanas, mas, algo inexplicavelmente, ainda não são conhecidos.
De qualquer modo, os cientistas do CLOUD não negam que os Gases de Efeito de Estufa sejam um factor no Aquecimento Global; o que argumentam é que, pelo menos, não são o único factor! A redução da radiação cósmica terá no actual Aquecimento Global entre 45% e toda a responsabilidade, mas isso terá ainda de ser melhor contabilizado!...


Entretanto, os ataques furiosos e muitas vezes ad hominem que se desencadearam contra estes cientistas são de espantar! Ou talvez não...
É que, tal como nas antigas civilizações Maia, Azteca e Inca, ao medo do inexplicável e aos sacrifícios humanos vinha associado poder - o poder dos sacerdotes - assim o mesmo acontece com os líderes ecotópicos!


E, se não é difícil compreender que os sacerdotes Maias não gostariam de ver aparecer alguém a dizer que os sacrifícios humanos que eles executavam eram inúteis e que mais valia fazerem sistemas de irrigação que prevenissem a ocorrência de épocas de mais chuva ou de mais seca, também os novos sacerdotes do Templo climático se encarniçam por todos os meios contra o que possa ameaçar o poder político que conseguiram!


E, ao lado desses sacerdotes, estão todos os interesses instalados, tal como apoiando os sacerdotes Maias estariam os construtores de altares para sacrifícios, os afiadores das facas de execução e os caçadores de vítimas.

 Artigo integral: A ciência não é neutra

 

 

Qual a finalidade?

 Segundo a Forbes:

 Uma Governança Global mais forte é necessária para mitigar o impacto humano sobre o clima da Terra e garantir o desenvolvimento sustentável, de acordo com 32 cientistas, que publicaram um artigo na edição de sexta-feira na revista Science.

  Nesse artigo intitulado"Navegando no Antropoceno: Melhorar a Governança  Mundial com o Sistema Terra", os académicos argumentam que as instituições actuais, incluindo as Nações Unidas, têm-se mostrado insuficientes para as necessidades que a humanidade agora enfrenta.



Os 32 cientistas são membros do Projeto Terra Sistema de Governança Mundial, de modo que seus pontos de vista não são nenhuma surpresa. O projecto é um esforçovelho, para coordenar a pesquisa sobre a governança global, com um interesse declarado na reforma das Nações Unidas, a fim de mitigar os impactos humanos sobre o meio ambiente.

A Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (IPCC), actualmente desempenha o papel mais proeminente na tentativa de forjar acordos internacionais em resposta ao aquecimento global. Acolheu  em 2009  a Conferência de Copenhaga sobre Alterações Climáticas, que produziram o Acordo de Copenhague, um "acordo político voluntário" que tem produzido pouco progresso na questão de parar ou mitigar, as emissões de gases com efeito estufa.

Os 32 cientistas descrevem esforços como este como prova de que as instituições actuais, são incapazes de enfrentar eficazmente o que o jornal descreve como "as actividades humanas estão  a mover os ecossistemas da Terra, para  fora do intervalo de variabilidade natural típico dos últimos 500.000 anos."

Sábado, 14 de Abril de 2012

o porquê de a Islândia não se juntar à União Europeia



a Islândia é uma pequena ilha com 320 mil habitantes, apenas um pouco maior que a Madeira (que tardiamente nos veio brindar com uma dívida encoberta de 5.000 milhões de euros, ou seja, cerca de 20.600 por cada um dos seus 242 mil habitantes). Ao contrário, em 2007 a Islândia tinha um dos maiores produtos internos brutos per capita do mundo! e indicadores de grande prosperidade: o quarto país nos indices de produtividade e forte capacidade de atracção de investimento financeiro. Em 2008 a dívida soberana da país era de 28% do PIB e tinha um superavit orçamental de 6%. Era o Oásis de que falava o Cavaco sem nunca o ter visto... A falência dos três maiores bancos islandeses em 2008 (que tinha sido privatizado cinco anos antes) com dívidas acumuladas iguais a seis vezes o produto interno, provocou um custo imediato superior a 75% do PIB, uma queda de capitalização bolsista de 90%, uma desvalorização de cerca de 50% em relação ao Euro e uma inflação de 14%. O banco Icesave, uma filial online do maior banco islandês, o Landsbanki, devia aos seus depositantes, a maioria especuladores estrangeiros, ingleses e holandeses, o equivalente a 3,9 biliões de euros. Em 2010 cerca de 93% da população disse em referendo que essa divida devia ser repudiada e imediatamente anulada. Como o governo é democrático assim se fez, acrescentando-lhe uma auditoria que acabou por determinar a incriminação dos responsáveis politicos e bancários pelos crimes de especulação e corrupção cometidos. Exemplar. A Islândia voltou a crescer a um ritmo elevado, a sua soberania está preservada



Gostei da parte em que diz:- O povo islandês é astuto e perspicaz, com sabedoria inculcada por séculos de vida em condições difíceis, sabem perfeitamente que não querem abdicar dessa liberdade. 


Leia aqui: Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão

Como a Goldman Sachs capturou a Europa



O golpe da Goldman Sachs que falhou na América está quase a ter êxito na Europa – um salvamento permanente, irrevogável e incontestável para os bancos que é financiado pelos contribuintes.

Em Setembro de 2008 Henry Paulson, antigo presidente da Goldman Sachs, conseguiu extorquir do Congresso um salvamento bancário de US$700 mil milhões. Mas para ter êxito nisso ele precisou cair de joelhos e ameaçar de colapso todo o sistema financeiro global e ainda a imposição de lei marcial. E o salvamento era um caso pontual a ser efectuado só uma vez. O pedido de Paulson de um fundo de salvamento permanente –Troubled Asset Relief Program ou TARP – teve a oposição do Congresso e acabou por ser rejeitado.

Em Dezembro de 2011, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, antigo vice-presidente da Goldman Sachs Europe, conseguiu aprovar um salvamento de 500 mil milhões de euros para bancos europeus sem pedir permissão a ninguém. E em Janeiro de 2012, um programa de financiamento permanente de resgates, chamado Mecanismo de Estabilidade Europeia (MEE), foi aprovado na calada da noite mal sendo mencionado pela imprensa. O MEE impõe uma dívida ilimitada a governos membros da UE, colocando os contribuintes no anzol para seja o que for que venha a ser exigido pelos eurocratas supervisores do MEE.

O golpe dos banqueiros triunfou na Europa aparentemente sem um combate. O MEE é encorajado pelos governos da eurozona, pelos seus credores e igualmente pelo "mercado", porque significa que investidores continuarão a comprar dívida soberana. Tudo é sacrificado aos pedidos dos credores, porque de que outro lugar o dinheiro pode ser obtido para manter a flutuar as dividas paralisantes dos governos da eurozona?

Há uma outra alternativa à escravidão da dívida para com os bancos. Mas, em primeiro lugar, um olhar mais atento ao ventre abominável do MEE e à silenciosa tomada do BCE pelo Goldman.

O lado escuro do MEE

O MEE é um organismo de resgate permanente destinado a substituir tanto o European Financial Stability Facility como o European Financial Stabilization Mechanism, ambos temporários, assim que Estados Membros representando 90% dos compromissos de capital o houverem ratificado, o que se espera acontecer em Julho de 2012. Num vídeo do YouTube de Dezembro de 2011 intitulado "A chocante verdade do iminente colapso da UE" , apresentado originalmente em alemão, faz revelações sobre o MEE que vale a pena aqui citar extensamente. O vídeo afirma:
A UE está a planear um novo tratado chamado Mecanismo Europeu de Estabilidade, ou MEE: um tratado de dívida. ... O stock de capital autorizado será de 700 mil milhões de euros. Pergunta: por que 700 mil milhões? [Provável resposta: ele simplesmente imitou os US$700 mil milhões que o Congresso dos EUA comprou em 2009].

[Artigo 9º] "... Membros do MEE por este instrumento irrevogavelmente e incondicionalmente comprometem-se a pagar a pedido qualquer chamada de capital que se lhes faça ... dentro de sete dias após a recepção do pedido". ... Se o MEE precisar dinheiro, temos sete dias para pagar. ... Mas o que significa "irrevogavelmente e incondicionalmente"? O que acontece se tivermos um novo parlamento que não queira transferir dinheiro para o MEE? ...

[Artigo 10º] "O Conselho de Governadores pode decidir mudar o capital autorizado e emendar o Artigo 8 ... correspondentemente". Pergunta: ... 700 mil milhões é só o começo? O MEE pode aumentar o fundo tanto quanto quiser, em qualquer momento que quiser? E a nós então seria exigido sob o Artigo 9 que pagássemos irrevogavelmente e incondicionalmente?

[Artigo 27, linhas 2-3]: "O MEE, sua propriedade, recursos financeiros e activos ... desfrutará de imunidade em relação a toda forma de processo judicial ..." Pergunta: Então o programa MEE pode processar-nos, mas nós não podemos contestá-lo em tribunal?

[Artigo 27, linha 4]: "A propriedade, recursos financeiros e activos do MEE ... será imune a investigação, requisição, confisco, expropriação ou qualquer outra forma de captura, tomada ou arresto por acção executiva, judicial, administrativa ou legislativa". Pergunta: Isto significa que nem os nossos governos nem os nossos legisladores, nem qualquer das nossas leis democráticas têm qualquer efeito sobre a organização do MEE? Isto é um tratado bastante poderoso!

[Artigo 30]: "Governadores, governadores suplentes, directores, directores suplentes, o director administrativo e os membros da equipe serão imunes a processos legais em relação a actos por eles desempenhados ... e desfrutarão de inviolabilidade em relação aos seus papéis e documentos oficiais". Pergunta: Então alguém envolvido no MEE está fora do anzol? Eles não podem ser responsabilizados por qualquer coisa? ... O tratado estabelece uma nova organização intergovernamental para a qual nos é exigido transferir activos ilimitados dentro de sete dias a simples pedido, a uma organização que pode processar-nos mas é imune a todas as formas de processo e cujos administradores desfrutam da mesma imunidade. Não há revisores independentes e não existem leis a aplicar? Os governos não podem efectuar acções contra ele? Orçamentos nacionais nas mãos de uma única organização inter-governamental não eleita? Será isso o futuro da Europa? Será isso a nova UE – uma Europa destituída de democracias soberanas?
O polvo Goldman captura o BCE

Em Novembro último, sem fanfarras e mal notado pela imprensa, Mario Draghi, o antigo executivo da Goldman, substituiu Jean-Claude Trichet como governador do BCE. Draghi não perdeu tempo a fazer para os bancos o que o BCE se havia recusado a fazer para os seus governos membros – despejar dinheiro sobre eles a taxas muito baratas. O bloguista francês Simon Thorpe informa:
Em 21 de Dezembro, o BCE "emprestou" 489 mil milhões de euros a bancos europeus à taxa extremamente generosa de apenas 1% em três anos. Digo "emprestou", mas na realidade eles apenas puseram as impressoras a funcionar. O BCE não tem esse dinheiro para emprestar. É Quantitative Easing mais uma vez.

O dinheiro foi devorado de forma virtualmente instantânea por um total de 523 bancos. É a loucura completa. O BCE espera que os bancos venham a fazer algo útil com ele – como emprestar o dinheiro aos gregos, os quais estão actualmente a pagar 18% nos mercados de títulos para obterem dinheiro. Mas não há absolutamente nenhumas condições adstritas. Se os bancos decidirem pagar bónus com o dinheiro, tudo bem. Ou podem simplesmente transferir todo o dinheiro para paraísos fiscais.
A juros de 18%, a dívida duplica em apenas quatro anos. É este oneroso fardo de juros, não a própria dívida, que está a paralisar a Grécia e outros países devedores. Thorpe propõe a solução óbvia:
Por que não emprestar o dinheiro directamente para o governo grego? Ou para o governo português, actualmente tendo de contrai empréstimos a 11,9%? Ou ao governo húngaro, actualmente a pagar 8,53%? Ou ao governo irlandês agora a pagar 8,51%? Ou ao governo italiano, o qual está a pagar 7,06%?
A objecção de reserva àquela alternativa é que o Artigo 123 do Tratado de Lisboa impede o BCE de emprestar a governos. Mas Thorpe raciocina:
O meu entendimento é que o Artigo 123 está ali para impedir governos eleitos de abusarem de Bancos Centrais ordenando-lhes que imprimam dinheiro para financiar gastos excessivos. Essa, dizem-nos, é a razão porque o BCE tem de ser independente de governos. OK. Mas o que temos agora é um milhão de vezes pior. O BCE está agora totalmente nas mãos do sector bancário. "Queremos 500 milhões de dinheiro realmente barato!!" dizem eles. OK, não há problema. Mário está aqui para acertar isso. E não é preciso consultar ninguém. No momento em que o BCE fez o anúncio, o dinheiro já havia desaparecido.
Se o BCE estivesse a trabalhar pelo menos sob a supervisão de governos eleitos teríamos alguma influência quando elegemos aqueles governos. Mas o grupo que agora tem as suas mãos encardidas nos instrumentos de poder agora está totalmente fora de controle.

A Goldman Sachs e os tecnocratas financeiros apossaram-se do navio europeu. A democracia saiu pela janela, tudo em nome da manutenção do banco central independente de "abusos" de governos. Mas o governo é o povo – ou deveria ser. Um governo eleito democraticamente representa o povo. Os europeus estão a ser ludibriados para abrir mão da sua querida democracia em favor de um perigoso banco de piratas financeiros, e o resto do mundo não fica muito atrás.

Ao invés de ratificar o draconiano tratado MEE [1] , os europeus seriam mais avisados se revertessem o artigo 123 do tratado de Lisboa. Então o BCE poderia emitir crédito directamente para os seus governos membros. Alternativamente, governos da eurozona poderia restabelecer sua soberania económica pela ressurreição dos seus bancos centrais de propriedade pública e utilizá-los para emitir o crédito do país em benefício do país, efectivamente isento de juro. Isto não é uma ideia nova mas historicamente tem sido utilizada com muito bom efeito, na Austrália por exemplo através do Commonwealth Bank of Australia e no Canadá através do Bank of Canada .

Hoje a emissão de dinheiro e crédito tornou-se direito privado de rentistas vampiros, os quais estão a utilizá-lo para extrair o sangue vital de economias. Este direito precisa ser devolvido a governos soberanos. O crédito deveria ser um serviço público (public utility), distribuído e administrado para o benefício do povo.

[1] O parlamento português ratificou o Tratado do MEE em 13/Abril/2012, com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS.

Brasil precisa reduzir dependência de fertilizantes do exterior, diz Dilma

Presidente Dilma Rousseff participou de cerimônia em Sergipe.
Petrobras arrendou à Vale exploração de potássio para produzir fertilizantes.

Flávio Antunes e Priscilla Mendes Do G1 SE e do G1, em Brasília
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A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia em Rosário do Catete (SE) (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia em
Rosário do Catete (SE) (Foto: Roberto Stuckert Filho
/ Presidência)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (23) que o Brasil precisa reduzir a dependência que a indústria nacional tem em relação aos fertilizantes produzidos no exterior. Segundo ela, com isso o custo da produção brasileira de alimentos poderia ser barateado.
"Um país que tem potássio, que tem tecnologia para transformar carnalita em potássio, não pode depender da forma como dependemos em 90% para o uso do potássio de países do exterior. [Com o projeto] podemos cada vez mais ser mais produtivos e mais competitivos e barateando o custo da nossa produção. Barateando para quem? Para a mesa do povo", afirmou Dilma.
A presidente participou de cerimônia de contrato de arrendamento de reservas de potássio entre a Petrobras e a Vale. A petroleira arrendou à mineradora, por prazo de 30 anos, o direito de explorar potássio em uma região que também possui petróleo. Esse projeto – chamado Carnalita – é um dos principais tocados pela Vale destinado à produção de fertilizantes. Carnalita é um mineral a partir do qual é produzido o potássio, usado em fertilizantes.
"Hoje alimento tem a ver com energia e fertilizante. Nós somos importadores de fertilizantes, somos dependentes de fertilizantes, mas não devíamos ser porque somos um país com recursos naturais diversificados. [...] Esse momento é estratégico para o país porque fertilizante é algo crucial para a nossa segurança alimentar, para a capacidade de abastecer nossa agricultura", completou a presidente.
Segundo Dilma, o projeto Carnalita antecipa "a necessidade de o país ter cada vez mais fontes de fornecimento". "E é verdade que temos um das maiores reservas do mundo no Amazonas, mas também é verdade que essa reserva tem vários desafios tecnológicos, portanto a Carnalita é a demonstração de que estamos dando um passo aqui e agora."
70% dos fertilizantes são importados
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, que discursou no evento antes de Dilma, afirmou que o Brasil importa 70% dos fertilizantes que consome e 90% do potássio.
"A oferta de potássio vem crescendo, mas não consegue acompanhar o ritmo de crescimento do consumo", disse Ferreira. Com o projeto Carnalita, a Vale prevê duplicar a quantidade de potássio produzida no país, passando a 1,2 milhões de toneladas ao ano. Ainda de acordo com Ferreira, o projeto vai criar 4 mil empregos diretos na fase de construção e outros 700 diretos durante a operação.
O governador de Sergipe, Marcelo Déda, ao lado da presidente Dilma Rousseff e do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante cerimônia em Rosário do Catete (SE) (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)O governador de Sergipe, Marcelo Déda, ao lado da presidente Dilma Rousseff e do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante cerimônia em Rosário do Catete (SE) (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, falou antes de Dilma e afirmou que Vale e Petrobras precisam ajudar o governo para o crescimento da produção de fertilizantes no país.
"Nós temos ainda um estoque de terras agricultáveis considerável, mas não podemos avançar nele repentinamente para produzir os grãos. Precisamos aumentar a produtividade, mas sem fertilizantes essa produtividade não se alcançará. Seria, portanto, uma estratégica quimérica, tentativa apenas. Precisamos que a Vale se junte a Petrobras, ao governo brasileiro como um todo [...], para que este objetivo seja alcançado e alcançado o mais depressa possível."
Segundo o governador de Sergipe, Marco Déda, o projeto vai “alavancar” a indústria de Sergipe. "Sergipe é hoje um pólo de fertilizantes. É a alavancagem que esse projeto vai trazer na indústria de Sergipe consolidando o estado como produtor de fertilizantes no momento em que agricultura brasileira assume liderança internacional."

De Lula a Dilma, os mesmos 5% do contra

publicada segunda-feira, 23/04/2012 às 12:05 e atualizada segunda-feira, 23/04/2012 às 12:13


Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho
O número que mais me chamou a atenção no Datafolha divulgado domingo, em que Dilma bate mais um recorde de aprovação e Lula aparece como o favorito para as eleições de 2014, foi o índice de “ruim e péssimo” registrado pela pesquisa: 5%.
Pode chover ou fazer sol, a bolsa e o dólar subirem ou caírem, a economia ir bem ou mal, o país melhorar ou piorar, que este contingente de insatisfeitos com o governo não muda de tamanho.
Dentro da margem de erro, um ponto a mais ou a menos, a turma do contra permanece imutável há anos. Podem até mudar seus integrantes, mas o contingente é o mesmo.
Desde o segundo mandato de Lula, me chama a atenção a permanência deste índice de 5% de “ruim e péssimo”, ou seja dos que desaprovam o governo.
Na primeira vez em que escrevi sobre este assunto, já faz algum tempo, por mera curiosidade jornalística, sugeri que se fizesse uma pesquisa sobre o perfil destes insatisfeitos, saber as razões deles, entender o pensamento de quem acha tudo ruim ou péssimo.
Para quê… Por ignorância ou má-fé, ou as duas coisas juntas, alguns blogueiros neuróticos anônimos me acusaram de estar chamando a a polícia para identificar os que eram contra o governo e apresentá-los à execração pública como os nazistas fizeram com os judeus.
Confundiram, propositadamente, investigação científica, como fazem as pesquisas de opinião, com investigação policial para “perseguir e banir” os que não apoiavam o governo.
Açulados por estes blogueiros, muitos seguidores das seitas internéticas invadiram o Balaio repetindo as mesmas sandices.
A pesquisa até hoje não foi feita por nenhum instituto, mas estou desconfiado de que há uma relação direta entre estes 5% e as pessoas que se informam apenas pelo que lêem nos principais jornais e nas maiores revistas do país.

Fiz umas contas e cheguei à conclusão de que o contingente é mais ou menos o mesmo. Os 5% do contra representam uns 10 milhões de brasileiros. Dez milhões é aproximadamente o total de exemplares destes jornais e revistas que circulam durante toda uma semana.
Como a imprensa não fala da imprensa, e parece haver um pacto entre os donos da grande mídia reunidos no Instituto Millenium, raramente um veículo critica ou sequer cita o outro.
O silêncio foi quebrado esta semana pela revista “Época”, que citou nominalmente a sua concorrente “Veja”, em meio à matéria “”Fui afastado pela negociata de uma enpreiteira e um contraventor”, uma entrevista com o ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, demitido durante a crise que levou à demissão do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no ano passado.
Trecho da reportagem de Murilo Ramos:
“O afastamento de Pagot, bombardeado por acusações de cobrar propinas, foi comemorado pela turma de Cachoeira. Quase dois meses depois de ter ouvido de Cachoeira que a imprensa recebera material contra a diretoria do Dnit, Abreu (diretor da empreteira Delta) telefonou para o bicheiro. Em tom de galhofa, diz durante a conversa que a presidente Dilma Rousseff ordenara ao então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, a afastar todos os citados em reportagem publicada pela revista Veja. Naquele momento, Abreu e Cachoeira dividiram elogios entre eles e enalteceram a força de sua associação”.
Associação para quê? Entre outras coisas, certamente, para plantar notícias na imprensa. De fato, foi uma reportagem da revista “Veja” que detonou a cúpula do Ministério dos Transportes.
Em sua defesa prévia, a maior revista semanal do país, também na última dição, publica uma espécie de “vacina” sobre as denúncias de Pagot. No meio da matéria “O primeiro round”, que trata da CPI do Cachoeira, a revista escreve:
“Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão. Estranha linha de defedsa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010″.
Como escrevi aqui na segunda-feira passada, a imprensa está se empenhando em transformar a CPI do Cachoeira na CPI da Delta, trocando o protagonismo de Demóstenes Torres e seu amigo Cachoeira por Fernando Cavendish, dono da Delta.
Alguns leitores discordaram da minha análise e sugeriram que a CPI do Cachoeira, já chamada “do submundo” ou de “todo mundo”, seja também transformada na CPI da Mídia, o distinto quarto poder que pode condenar livremente todos os outros e se acha inimputável como os índios e as crianças.
Afinal, se a presidente da Associação Nacional dos Jornais, Judith Pinto, já afirmou publicamente que a imprensa foi obrigada a assumir o papel de oposição ao governo em razão da fragilidade dos partidos, seria bom investigar se, além de divulgar fatos, a imprensa não estaria também criando os próprios fatos, em defesa de interesses políticos e econômicos de uns em detrimento de outros.
Concordo neste ponto com os colunistas da chamada grande imprensa: agora tem que investigar todo mundo, inclusive os bravos homens do “jornalismo investigativo” e seus honoráveis veículos.

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