quarta-feira, 30 de maio de 2012

Reservas cambiais para construir BRASIL NOVO

Conselho Editorial Sul-Americano em 25/05/2012





Evidentemente, se a política econômica dilmista continuar agressiva, apenas, para sustentar medidas capazes de incrementar o consumo, sem cuidar dos investimentos que garantirão a oferta e a demanda, de modo a equilibrar o processo de desenvolvimento, sem pressões inflacionárias insuportáveis, o resultado será a crise, porque a estratégia se esgotará com a limitação inevitável do endividamento das famílias em meio aos juros altos no crediário, que não vão cair para patamares civilizados tão cedo. E diante da crise, os juros subirão, porque eles sempre sobem nas crises. O fato novo tem que ser criado pela decisão soberana e corajosa de utilizar as vantagens financeiras comparativas disponíveis, expressas nas reservas cambiais, cujo montante, na casa dos 400 bilhões, permite seja utilizada parte significativa – a metade, por exemplo – para ser jogada nos investimentos. Que outra fonte de dinheiro haveria para tocar a modernização das grandes cidades, a fim de melhorar a qualidade de vida das populações, e as obras de infraestrutura para dotar a economia de poder de competição internacional, se os investidores internacionais, em face da bancarrota capitalista global, estão fugindo para se acomodarem nos títulos dos governos ricos candidatos a se empobrecerem, recebendo juro zero ou negativo pelas suas aplicações? O Brasil tem tudo: mercado interno em ascensão por conta das políticas distribuiivas; base industrial e classes empresarial e trabalhadora diligentes; matérias primas baratas para serem utilizadas, internamente etc. Além disso, pode virar – já virou – atrativo à mão de obra especializada internacional, que se encontra deempregada no primeiro mundo, caminhando para virar terceiro, no ambiente de dsaceleração econômica deflacionária. E o mais importante: se no mundo desenvolvido, tudo já está feito, em matéria de infraestrutura, por aqui, no Brasil e na Améria do Sul, tudo está por fazer -duplicação, triplicação das estradas, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, redes de esgotos, metrôs etc. A Brasília subterrânea está ai para ser construida, enquando Agnelo fica fazendo obra de beira!. Se tem dinheiro sobrando, por que vacilar? Qual o maior risco: mater as reservas candidatas a se desvalorizarem, ou aplicar parte delas para render no desenvolvimento, que gera emprego, renda, produção, consumo, arrecadação e mais investimentos?

A colonização mental


brasileira, imposta…


Por que não utilizar 150 bilhões das reservas cambiais em dólares que não rendem nada para o povo a fim de dar o pontapé inicial para construção do BRASIL NOVO, construindo a infraestrutura e reformando geral as cidades brasileiras onde está o grosso da população melhorando, substancialmente, a sua qualidade de vida?


O País tem disponível quase 400 bilhões de dólares guardados no Banco Central, quantia candidata a se desvalorizar, rapidamente, no compasso da crise mundial, que, segundo Cristhine Largadé, diretora presidente do Fundo Monetário Internacional, será muito mais severa do que a grande depresssão de 1929?


Quem garante que esses 400 bilhões de dólares, aproximadamente, renderão alguma coisa para a sociedade, no ambiente de crise monetária, cujas consequências, como tem demonstrado, largamente, a história são as de levarem as moedas a perderem, fortemente, poder de compra?


Se todos forem buscar nos bancos os recursos depositados, quanto valerão essas quantias que superam, exponencialmente, os valores do PIB global, visto que a lucratividade que estava dinamizando a reprodução capitalista ampliada era fruto de pura especulação, que foi para os ares?


pela elite nacional eternamente


subordinada ao


Os próprios bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa, com suas politicas de expansão monetária, para tentar sustentar a demanda decaída, enquanto jogam os juros para baixo, de modo a evitar valorização das dívidas públicas, que detonariam hiperinflação exponencial, estão acelerando o calote monetário global, em escala acelerada.


Se os europeus decidirem pela criação dos Eurobonus, a fim de que o BC da Europa jogue mais moeda em circulação, para renegociar a dívida dos governos, liberando-os, relativamente, para tocar o desenvolvimento, realizando tarefa que hoje está por conta dos banqueiros, responsáveis por exigirem juros que os governantes não podem pagar, o resultado, evidentemente, será novas ondas inflacionárias, traduzidas em desvalorizações monetárias.


Ou seja, o destino das reservas cambiais dos países, antes acumuladas como proteção aos riscos, é o de perderem valor, configurando o perigo de se ter guardado uma riqueza que irá se esfumaçar.


Não é à tona que a China utiliza, nesse momento, as suas reservas para estocar matérias primas, comprar ativos reais pelo resto do mundo, ao mesmo tempo que já obtém, do governo americano, autorização para comprar os títulos do governo dos Estados Unidos diretamente do tesouro, sem passar por Wall Street.


É o preço cobrado pelos chineses, para continuarem financiando Tio Sam, sem pagar juro nenhum, da mesma forma que não recebem juro nenhum por suas aplicações, razão pela qual tentam sair desse dinheiro quente para outras alternativas, a fim de fugirem dos prejuízos etc.


capital estrangeiro,


contribuiu para criar nos 


Por que, então, os brasileiros terão que fazer o contrário dos chineses, suportando um excesso de reservas cujo destino, anunciam analistas conceituados, é a desvalorização inescapável, visto que não haverá como superar os deficits americanos, pesados aos ombros do governo, que não o suportam?


Se a presidenta Dilma Rousseff saisse do acanhamento em que se encontra relativamente aos investimentos e partisse para lançar licittações internacionais, destinadas aos projetos de modernização dos centro urbanos, na construção de metrôs – em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasilia, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza etc – , jogando, nesse projeto, a metade das reservas internacionais disponíveis no BC, não haveria multiplicação desse dinheiro, com o objetivo de contratar o setor privado, nacional e internacional, alavancando obras, produção, renda, consumo, arrecadação e novos investimentos?


As grandes construtoras de infraestrutura urbana na Europa e nos Estados Unidos estão paradas, demitindo pessoal, sem expectativas de lucros, diante da desaceleração econômica global, prontas para o chamamento de licitações internacionais que fossem alavancadas pelo Governo Dilma, tendo como suporte, evidentemente, não , apenas, as reservas monetárias, mas todas as fontes de riqueza nacionais, como a oferta de matérias primas.


O que está fazendo o Ministério do Planejamento que não propõe algo ousado?


Ficam os economistas aí falando que as reservas é uma garantia contra fuga de capitais.


Ter medo disso, com 400 bilhões no cofre?


brasileiros a falta de


confiança necessária e


Para onde os capitais fugirão, se a crise estourar: para os Estados Unidos? Para a Europa? Para o Japão?


Vão fazer o que lá, se não tem demanda por conta da falta de oferta que foi derrubada pela bancarrota financeira, responsável por jogar a economia no chão, inviabilizando a reprodução ampliada de capital na especulação, onde estava sendo produzida, keynesianamente, renda para o consumo, se o juro por lá está na casa dos zero ou negativo?


O fato é que os capitais não têm mais para onde fugir, se os tesouros dos países ricos deixaram de ser a última segurança, para se transformarem na boca do inferno onde o capital volátil pega fogo e desaparece.


Se Dilma Roussef ficasse com 200 bilhões de dólares de reservas do total de quase 400 bilhões de dólares acumulados, somados às riquezas potenciais brasileiras, das quais as manufaturas globais dependem, ainda, disporia de segurança máxima contra os especuladores, porque teria o que os neoliberais da Era FHC não tiveram, ou seja, o mercado interno consumidor, abastecido por melhor distribuição da renda.


Então, por que esse medo todo?


É bom lembrar que o ex-presidente Sarney governou o Brasil dispondo, APENAS, de 4 bilhões de dólares de reservas e, ainda, assim, não morreu, embora tenha passado dificuldades enormes, porque o PMDB, esse partido chupim, puxou  o tapete dele – ah, Ulisses Guimarães! – , negando-lhe apoio politico para enfrentar os banqueiros internacionais.


suficiente em si


mesmo para vencer os


Isso jamais aconteceria com Dilma, que tem 400 bilhões de dólares, aproximadamente, no cofre, para gastar, se quiser, acelerando o desenvolvimento sustentável, puxando, com isso a demanda global, que está parada, atraindo, para a America do Sul, os capitais desesperançados por falta de demanda e oferta nos países ricos, candidatos a ficarem pobres, se tudo continuar como está, ou seja, com os ricos divididos entre si pela ganância.


A base política dilmista no Congresso não faria com ela o que o deputado Ulisses Guimaraes fez com Sarney, razão pela qual, em sua biografia política, o parlamentar do Maranhão descascou o Sr. Diretas, com muita razão.


O momento é outro.


Da mesma forma, dificilmente, ocorreria um overshotting contra o real, como aconteceu no final do Governo FHC, porque, ao contrário da orientação entreguista fernandina, expressa nos juros básicos na casa dos 35% ao ano, os juros, na Era Dilma, estão cadentes, por força das novas circunstâncias internacionais, que transformaram os juros em inimigos dos governos ricos, superendividados, predispostos, portanto, ao calotes.


FHC, para sustentar o real, tomou dinheiro emprestado demais a juro alto selic, que chegou aos 45% ao ano, principal motor da fuga, pois, a partir de determinado momento, os próprios banqueiros internacinais passaram a desconfiar do milagre, que, quando é demais, o santo desconfia.


os obstáculos como


se fossem insuperáveis. FALSO.


Por isso, fugiram, e a inflação, no final da Era FHC, voltou a explodir, levando os tucanos a afirmarem que a volta da pressão inflacionária decorria da desconfiança do mercado internacional diante da possibilidade de Lula chegar à Presidência da República.


Mentira: farsa tucana!


Sob Dilma, a inflação está sob controle, há dinheiro sobrando, faltando, apenas, MAIS CORAGEM!


Se JK, em 1956, com todas as limitações técnicas então existente, construiu Brasília em cinco anos, detonando uma era desenvolvimentista, não seria mais fácil, hoje, com o desenvolvimento científico e tecnológico muitas vezes mais avançado, produzir um BRASIL NOVO, também, em cinco anos, ou menos?


JK mandou  o FMI tomar banho na soda e tocou o barco, tomando dinheiro emprestado.


Dilma, agora, não precisaria de pedir dinheiro, como fez JK,  porque a grana está guardada, reservada, para apodrecer, se não for utilizada, no compasso da crise monetária global, que destroi as moedas especulativas.


O dinheiro compra tudo!


Falta mão de obra especializada?


Traz os todos especialistas internacionais que estão desempregados no primeiro mundo para trabalhar no Brasil!


É desse pessoal que o país precisa, para se transformar em professores das novas gerações etc.


Medo de que , PÔ!

Ourobrás e Ferrobrás, novas estatais, urgente: lastro forte para real virar moeda internacional

Conselho Editorial Sul-Americano em 24/05/2012

VAMOS SEGUIR O POETA: QUEM SABE FAZ A HORA , NÃO ESPERA ACONTECER. A nova moeda internacional se alastra por todo o território nacional como garantia do Brasil para conferir ao real poder de troca global em escala crescente no compasso da crise mundial em que os países ricos se empobrecem relativamente aos emergentes. A terra de Tiradentes dispõe, AGORA, do poder de dar o grande passo quantitativo e qualitativo dialético: de emergente para ser potência mundial. Todos dependem das matérias primas disponíveis em território brasileiro e sulamericano, indispensáveis à manufatura global. Esta tem seus preços em queda dada a abundância da oferta; aquelas , por serem escassas, têm seus preços valorizados. Inverte-se, portanto, a correlação de forças globais. Quem determina a deterioração dos termos de troca, no mundo em que as matérias primas se valorizam e as manufaturas se desvalorizam? As moedas dos ricos que antes impunham senhoriagem sobre as dos países pobres e emergentes se tornam candidatas às perigosas desvalorizações porque não dispõem de lastro real, seguro. Por essa razão, os investidores procuram outros ativos que estão aonde, mesmo? No Brasil e na América do Sul. Trata-se, portanto, de necessidade urgente e inadiável de ação política soberana dos governos sulamericanos no sentido de protegerem seus ativos, para, com eles, exercerem o poder da senhoriagem, agora, de forma invertida. Criar as empresas estatais para administrar as reservas minerais representa construção de poder logístico e estratégico. Não dá para depender, apenas, dos empresários que exploram essas riquezas em parcerias com os sócios estrangeiros, sem compromissos com a nacionalidade, senão com os seus interesses voltados para o lucro etc. O novo jogo de forças exige novas políticas. O que são a China, a Europa e os Estados Unidos sem as ofertas das matérias primas sulamericas? Por que, então, acumular reservas em moedas desvalorizadas, em vez de apostar nas moedas valorizadas disponíveis? A presidenta Dilma Rousseff tem diante de si a oportunidade histórica de se tornar a principal líder política mundial, criando as estatais que servirão de alavanca para transformar o real na moeda de troca internacional mais cobiçada no século 21. Essa é a receita para garantir economia sustentável com distribuição da renda, investimentos e controle da inflação. Que digam os impérios em todos os tempos. É isso aí. O resto é neoliberalismo fracassado.

Diante da crise internacional

em que os ricos…

No novo mundo em que a moeda fictícia especulativa estourou a banca e jogou a economia mundial na bancarrota total, o lastro real que configura a riqueza não é mais papel emitido pelos governos, atualmente, no calor do novo crash global, falidos e desesperados, sem crédito capaz de dar segurança ao mercado financeiro, cuja disposição, ao contrário, é a de fugir deles, buscando novos ativos para sua segurança.

Onde estão esses ativos?

Claro, nas mercadorias que valorizam no compasso da demanda e da oferta delas, expressando nova correlação de forças.

Quem tem essas moedas fortes, expressão real da riqueza?

A América do Sul, especialmente, o Brasil.

Por que o governo brasileiro, em vez de continuar acumulando dólares para dispor de reservas suficientes em casos de corridas bancárias, não troca esse dinheiro volátil, incerto, candidato à desvalorização inevitável, por ouro, comprando, por meio da Caixa Econômica Federal, esse mineral, que, ainda, continua sendo grande segurança, muito mais do que papel que está perdendo valor?

perdem poder porque suas

moedas perdem valor…

Chegou a hora de a Presidenta Dilma Rousseff encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei que cria a Eurobrás e a Ferrobrás, para o governo dispor do controle efetivo dessas duas riquezas escassas que, na crise de realização das moedas fictícias, têm seus preços elevados e garantidos, porque eles são, efetivamente, os ativos reais, para os quais correm os detentores de moedas-papel cujo destino é incerto.

Incerto, por que?

Primeiro, porque há excesso, muito excesso de oferta monetária, despejada pelos governos dos países ricos, pelos seus bancos centrais, da Europa e dos Estados Unidos, para tentar amenizar os efeitos da bancarrota econômica.

Segundo, porque, excessivamente, endividados, esses governos jogam as taxas de juros no chão, para que suas dívidas internas não explodam, completamente, levando-os à hiperinflação exponencial.

Promovem desvalorização monetária para que haja, nos concorrentes, valorização monetária, de modo a transferir para os outros os seus próprios problemas.

a nova riqueza é a que dipõem

os países emergentes da…..

Os ricos, na crise, viraram expordadores de inflação.

Diante da eutanásia do rentista, em que o mundo do capital volátil, fictício, deixa de se realizar na especulação, porque as moedas se desvalorizam rapidamente, sem poder dispor do juro compensatório, os detentores desses ativos buscam, desesperdamente, desová-los para os trouxas.

Diante da oferta de mercadorias manufaturadas, industriais, superior à demanda, afetada pela escassez decrédito ao consumo, detonado pelas crises fiscais baixadas pelos governos sob pressão dos credores, o que passa a valorizar, relativamente, mais?

Evidentemente, não é mais a moeda, mas as mercadorias.

O Brasil e a América do Sul se transformam nos novos ricos do mundo em razão da nova correlação de forças que determina inversão da deterioração nos termos de troca.

América do Sul: alimentos, energia,

petróleo, gás, água, minérios, nióbio…

Antes, eram os detentores de moeda forte que impunham essa deterioração em favor deles.

Compravam com moeda forte mercadorias primárias desvalorizadas a preço baixo, impondo senhoriagem.

Acabou esse tempo com a implosão da economia monetária detonada pela especulação.

A deterioração dos termos de troca se expressa, agora, por parte de quem possui as novas moedas traduzidas em mercadorias das quais a manufatura global depende, como o ser humano depende do oxigênio para sobreviver.

As chamadas commodities, minerios, energia, alimentos, petróleo, terras raras, nióbio, água etc são as novas moedas, que dispõem de oferta farta no Brasil e na América do Sul.

ouro, regime adequado de chuvas,

configurando esse contexto…

Por isso, mais do que nunca, os governos sulamericanos precisam controlar o fluxo dessa riqueza, de forma soberana, tendo o Estado como o diriginte dos seus destinos.

Se são essas mercadorias os ativos que valorizam em relação às manufaturas que se desvalorizam pela concorrência global acirrada, por que deixar o mercado controlar, se diante da bancarrota global essa proposta soa esquizofrênica e suicida?

A criação da Ourobrás e da Ferrobrás se impõe, nesse momento, como imperativo categórico.

Ao lado da Petrobrás, da Eletrobrás, da Nuclebrás, o Governo Dilma Rousseff precisa dispor, igualmente, da Ourobrás e da Ferrobrás.

Concentrar o poder de controle sobre essas riquezas, de modo a garantir ao Estado a sua produção e distribuição, bem como a realização do seu preço, de forma soberana, representa a construção do patamar a partir do qual será alavancado o real como moeda internacional, forte.

na verdadeira moeda da qual

todos os produtores de manufatura …

O papo neoliberal não tem lugar diante das emergências impostas pela crise sobre a qual não se tem controle.

Como acreditar no mercado que é pura ficção como ficção é a moeda papel emitida sem lastro?

Diante do real ancorado no ouro, no petróleo, no ferro, no nióbio, nos alimentos, no poder energético, na oferta de água etc, que poder terão o euro, o dólar, o yuan e o ien?

Trão que se renderem, reverenciadamente, ao real, claro.

Controlar o crédito e as riquezas minerais, é isso aí.

dependem, determinando, dessa forma,

a valorização relativa delas…

O que garante  o lastro do euro, nesse momento?

Nada.

A garantia era o o consumo, mas os credores agiotas, dominando os estados europeus, impuseram aos governos políticas que destruiram a sua força.

Se derrubaram o consumo e sabendo que é o consumo que gera a arrecadação necessária para sustentar o estado do bem estar social, ancorado na moeda fictícia emitida sem lastro, onde ficou a energia, a pujança e o poder da moeda européia?

E o mesmo não se poderia dizer do dólar?

em relação ao ativo dos ricos

expresso em moeda desvalorizada…

Era a economia de guerra que dava o poder imperial o ar de sua grande graça.

Com o governo americano excessivamente endividado, sem bala para tocar novas guerras, o que fazer senão o que se propôs na reunião dos G-8 , em Chicago, semana passada, isto é, desmobilizar as ocupações guerreiras no Afeganistão etc.

Se os Estados Unidos não podem bancar novas guerras, muito menos a Europa.

As políticas de expansão monetária patrocinadas pelo Banco Central dos Estados Unidos contribuem, por acaso, para fortalecer a moeda americana?

De jeito nenhum.

Trata-se de papel que está queimando nas mãos dos seus detentores.

da qual todos fogem

por não representarem…

Correr prá onde: para o juro zero ou negativo, isto é, para o calote?

Diante do juro zero ou negativo imposto por Washington, o que fazer com o dólar, senão tentar, com ele, comprar ativos reais que se valorizam na crise?

O tesouro americano , excessivamente, endividado não pode, diante da oferta excessiva das verdinhas, enxugá-las, elevando a dívida pública.

O mercado financeiro, altamente, desconfiado da saúde das finanças públicas americanas, não mostraria nenhum interesse em comprar os títulos, mesmo porque já estão abarrotados deles.

A crise européia, que se aprofunda sem controle, significa garantia ou insegurança para esse excesso de moeda em circulação, a configura o entardecer geral do modelo monetário ancorado em dívida pública que não se rola porque não se pode mais conviver com juro positivo?

nenhuma garantia, salvo

temores gerais…

Se fossem outros os tempos, como, por exemplo, década de 1980, o que fariam os Estados Unidos diante do perigo da desvalorização do dólar, sinalizadora da queda do poder do imperio americano no mundo?

Puxaria violentamente a taxa de juro, como fizeram em 1979, elevando-a de 5% para quase 20%, a fim de estabilizar a situação.

Tio Sam não tem mais gás para fazer isso.

Naquela etapa história, quem devia em dólares, como o Brasil e toda a América do Sul, dançaram e tiveram, em seguida, que submeter ao Consenso de Washington, ou seja, aos ajustes fiscais e monetários, semelhantes aos que são impostos, agora, aos governos europeus, à Grécia.

Quem conseguiu evitar que o barco brasileiro afundasse de vez?

intensficando

por isso o nível geral…

As empresas estatais – Petrobrás, Siderbrás, Nuclebrás etc.

Com elas, representando garantia real, o então ministro Delfim Netto, do Planejamento, do Governo Figueiredo,  foi ao mercado financeiro internacional, levantou dinheiro e fechou o balanço de pagamentos que havia estourado.

Se não existissem as empresas, o que aconteceria, senão bancarrota?

Certamente, agora, se ocorresse uma situação semelhante, o governo disporia de quase 400 bilhões de dólares em reservas, para evitar corrida cambial, overshotting.

Mas, quem garante que a saúde do dólar é segurança semelhante àquela dos anos de 1980?

de incerteza que acelera

a insegurança global

A moeda de Tio Sam, em escala desvalorizativa acelerada, tende a se tornar peigosíssimo ativo candidato a virar papel de parede, como muitos já preveem, no rítimo dessa crise sinistra, que a diretora geral do FMI, Lagarde, diz ser muito mais violenta do que o crash de 1929.

Se, naquele momento, Delfim usou as estatais para levantar dinheiro no mercado e evitar a bancarrota financeira brasileira, o que representaria, agora,  o poder das estatais brasileiras – Ourobrás, Ferrobrás, Petrobrás, Nuclebrás, Eletrobrás etc – , no momento em que a situação se inverte e o dólar sinaliza derrocada de si mesmo?

Certamente, representaria o alvorecer de novo poder monetário global, com o real, ancorado nas riquezas reais, dando as cartas nas relações de troca.

Ou não?

Com esse lastro poderoso, isto é , com uma política econômica soberana que mantém controle sobre o crédito e as principais matérias primas das quais depende a manufatura global, o Brasil teria chance de dar outro passo à frente: de emergente viraria nova potência, no compasso da tragédia grega.

Categoria: (Cultura, Economia, Política)

Vítima da conspiração do silêncio midiático

Beto Almeida em 20/05/2012

Incrível: projeto de lei que praticamente tira da Voz do Brasil do ar tem a chancela de representante de partido de esquerda no Congresso. Trata-se de quinta coluna que trabalha a serviço da direita, expressa no oligopólio midiático nacional, interessado em exterminar essa conquista social do povo brasileiro, alcançada na Era Vargas, quando os direitos dos trabalhadores foram construídos por uma visão socialista diante de um mundo dominado pela intolerância produzida pelos interesses do capital. No momento em que ganha força o debate sobre a necessidade da regulamentação dos meios de comunicação, que, no Brasil, são dominados por uma elite que se mobiliza sempre contra as forças democráticas, calar a Voz do Brasil representa retrocesso que vai na contramão de processo histórico que balança toda a América do Sul relativamente às decisões soberanas de governos nacionalistas voltados para assegurar comunicação popular aos povos, a fim de livrá-los das manipulações midiáticas, responsáveis por colocar o continente sul-americano a reboque dos interesses imperialistas, empenhados em sangrar as riquezas continentais sem que esses saques criminosos cheguem aos olhos e ouvidos das populações espoliadas. Calar a Voz do Brasil é trabalhar para esses interesses antinacionalistas, dispostos a evitar que venha ao ar essa conspiração do silêncio criminosa contra uma conquista essencialmente popular. Sem dúvida, eis em marcha um tremendo saque contra a consciência nacional sul-americana.

Há um processo de mudanças envolvendo vários países na América Latina, nos quais, com apoio popular, governos progressistas vão recuperando a capacidade dos estados de  agir com protagonismo  em defesa de interesses coletivos, afastando-se do raquitismo minimalista neoliberal e que havia causado perdas de patrimônio e de direitos pelos povos da região. Tal protagonismo estatal não se verifica apenas em áreas como educação, energia, saúde, infra-estrutura. Avançam também pela área da cultura e da comunicação.

O contraste desta tendência de regulamentação democrática e de afirmação de direitos sociais em curso na América Latina com a tragédia da desconstrução e  perda de direitos que se verifica na Europa, por exemplo, é notório e sugere muitas reflexões. Enquanto na Espanha, aprova-se uma lei punindo a pessoas por catar comida nas lixeiras de ruas   -  sem se perguntar o porquê das pessoas terem que recorrer a tal extremo  -  é diametralmente oposto à aprovação da nova lei do trabalho na Venezuela, acompanhada do anúncio do novo valor para o salário mínimo lá, de 1310 reais, ao passo que trabalhadores europeus estão sofrendo corte de salários, quando não de perda do próprio emprego. Tanto simbolismo, ex-metrópole, e ex-colônia.

Na área da comunicação também há contrastes e simbolismos  interessantes. O sistema de comunicação inglês é questionado de alto a baixo com o escândalo das empresas do magnata Ruppert Murdoch, quando se revelou o jornalismo delinquente nelas praticado, entre outras coisas com o recurso de grampos e espionagem sobre os cidadãos. Isto não é jornalismo, é crime. Tal escândalo é o desdobramento da crise do jornalismo inglês, já que seu próprio sistema público de comunicação, também se revelou colhido em práticas de conivência com tais ilegalidades e irregularidades, como, por exemplo,  no caso da Guerra do Iraque, quando a BBC também fez parte do coro mentiroso midiático universal  que defendeu a invasão daquele país sob a alegação, falsa,  de que havia armas de destruição em massa em mãos do governo iraquiano.

Cameron  fechou a Press TV: silêncio

O poder midiático tupiniquim não disse nada diante da ação antidemocrática do ministro inglês de fechar uma unidade da tevê iraniana em território inglês. Jà em relação à Venezuela, botou a boca no trombone, fazendo escarcéu dos diabos porque Chavez enquadrou, sem fechar, digá-se, uma tevê golpista que atentou contra a democracia em continente sulamericano.

Tal comportamento deixou claro que mesmo o sistema público de comunicação britânico está vinculado estrategicamente aos desígnios imperiais do estado inglês, condição que prevalece sobre o direito do povo inglês de ser informado de forma adequada e veraz. A BBC mentiu descaradamente, para justificar a ação militar contra o Iraque. Tal prática se repetiu quando houve a agressão militar de 28 países contra a Líbia. Agora, mais recentemente, contrariando os que nutrem ilusões democráticas sobre a comunicação inglesa, o governo de Cameron determinou o  fechamento da unidade da PressTV em Londres, unidade da TV iraniana internacional. Reparem que não houve a campanha furiosa que se lançou contra Hugo Chávez quando findou a concessão da RCTV e ele, no uso das prerrogativas presidenciais, com toda legalidade e legitimidade, não renovou a concessão, muito embora a emissora continue atuar livremente no sistema de cabo.

Mudanças importantes em alguns países da América Latina parecem seguir outra direção. E isto é importante, pois os sistemas chamados públicos de países que atuam de modo imperialista, seja nos EUA, Inglaterra, França, Espanha, Alemanha, não devem ser utilizados como parâmetro para construção de sistemas públicos de comunicação na América Latina.

Golpe midiático na Venezuela

As conquistas sociais que avançam na Venezuela sob ação governamental de caráter socialista empreendida por Hugo Chavez merecem uma cruzada reacionária da grande mídia sulamericana que teme a consolidação de uma nova consciência política continental. Tudo porque sua decisão se volta para o interesse social que contraria o capital internacional e seus sócios internos na América do Sul.

A Venezuela, depois de ter sofrido um golpe de estado organizado com a participação decisiva dos meios de comunicação do capital, vai promovendo mudanças que apontam para um fortalecimento do estado no setor comunicação como forma de assegurar os direitos da sociedade a uma informação cidadã e veraz.  O primeiro passo foi a recuperação da Venezuelana de Televisão, antes sucateada e carente de uma programação mais à altura dos desafios da Revolução Bolivariana. Hoje a VTV exibe uma programação que registra as fortes transformações sócio-econômicas  ocorridas na  Venezuela,  país que erradicou o analfabetismo, tem o mais elevado padrão de abastecimento de água potável da América Latina, multiplicou por quatro vezes o número de estudantes universitários, investe pesadamente em infra-estrutura, ferrovias, teleféricos, hidrelétricas, moradias , sem que nada disso tenha sido divulgado minimamente pela mídia privada daquele país. Mídia que chegou a comemorar a enfermidade que acomete o presidente Chávez, o que atesta a estatura moral das classes ricas venezuelanas, diariamente derrotadas pela RevoluçãoBolivariana. Depois de fortalecer a TV e a rádio públicas, criar a Telesur, a ViveTV, expandir significativamente a comunicação comunitária, a Venezuela avança agora pela expansão do jornalismo impresso. Jornais foram criados para dar acompanhamento, registro e  informação consciente sobre as transformações revolucionárias bolivarianas.  São jornais públicos, das prefeituras ou do estado, alguns distribuídos gratuitamente ou vendidos a préços módicos, ou mesmo o jornal do Partido Socialista Unificado Venezuelano. O fortalecimento do jornalismo impresso bolivariano forma parte de um conjunto de medidas de estímulo à informação do povo, o que levou a Venezuela a  transformar-se no terceiro país com mais elevado índice de leitura na América Latina. No Brasil, pesquisa recém divulgada aponta que 50 por cento dos brasileiros jamais tiveram um contato com um livro. Sustentando o direito social do povo venezuelano à leitura está o estado, o estado em transformação. Na Europa, há uma retirada do estado, abrindo espaço para a demolição de direitos.

Comunicação democrática na Argentina

Os meios de comunicação ultraconservadores sulamericanos não aceitam a decisão soberna do krchenerismo de combater a exploração colonial que os bancos internacionais tentaram impingir à Argentina, merecendo de Nestor e de Cristna ação política soberana decisiva que teve o apoio popular para além da gritaria midiática conservadora a serviço do colonismo financeiro internacional. A regulamentação democrática dos meios de comunicação na Argentina é exemplo para toda a América do Sul

A Argentina que acaba de re-estatizar a empresa petroleira  YPF, que havia sido regalada a capitalistas espanhóis, também procedeu uma mudança importantíssima em sua lei de comunicação, igualmente com a presença do estado.  Foram criados um canal para a cultura, o Encuentro, e outro para as crianças,o Paka-Paka,  ali tratadas com respeito, na sua dimensão humana, não como imbecis ou consumidores. A nova lei aprovada após ampla consulta e debate com as organizações sociais de todo o país, estipula que ao estado será reservado 33 por cento do espectro da radiodifusão. Outros 33 por cento estão destinados a organizações da sociedade, como universidades, sindicatos etc. E, os 33 por cento restantes, serão para a atuação de empresários.  Há também jornais que acompanham editorialmente o leque de idéias políticas que levaram Nestor e Cristina Kirchner ao governo. De certo modo, Cristina recupera conquistas que haviam sido alcançadas durante o governo de Peron, quando surge a TV e a rádio pública na Argentina, floresce o cinema, multiplicam-se bibliotecas. Em 1952, a Argentina já havia reduzido o analfabetismo a praticamente zero. Todas estas conquistas estavam alavancadas na presença construtora do estado. A ditadura, em aliança com o imperialismo e a oligarquia, reduziu o estado a quase nada, encharcando o país em sanguinária repressão. Menem terminou  de fazer  o triste papel de destruidor do peronismo e de entrega do patrimônio do povo argentino, A recuperação soberaa do petróleo, via estado, tem seu paralelismo na comunicação e no cinema, como pode ser comprovado quando temos escassas oportunidades de desfrutar do inteligente cine argentino  dos últimos anos.

Pluralismo na Bolívia

A orientação política nacionalista em marcha no governo Moralez acabou com o analfabetismo na Bolívia e elevou, graças à ação governamental, o nível de consciência popular que se expressa no aumento do nível de leitura crítica graças à expansão dos meios de comunicação populares. Isso é o fim para a burguesia entreguista boliviana.

A Bolívia também está realizando sua tarefa de construir um sistema comunicativo em sintonia com o curso das mudanças que estão ocorrendo por lá. Uma TV pública foi construída. Um sistema de rádios indígenas foi estruturado.

E, cansado de ser apresentado pela imprensa empresarial bolivana como um narcopresidente , EvoMorales decidiu-se pela fundação de  um jornal público. Montado o jornal Cambio, há cerca de 2 anos, hoje ele já desponta  como o periódico de maior tiragem no país, rivalizando com o  jornal mais tradicional da burguesia boliviana, há 73 anos na liderança do mercado de jornais naquele país.

Uma diferença fundamental: Bolívia não tem mais analfabetos, como assegura a Unesco. E a Telesur já é sintonizada em sinal aberto por lá. Uma vez mais, a presença do estado é decisiva.

Fim do oligopólio no Equador

Rafael Correa viu cair sobre a sua cabeça a ira da grande mídia equatoriana porque resolveu, soberanamente, quebrar o monopólio midiático em mãos de orientação colonialista, possibilitando a expansão democrática dos meios de comunicação.

O Equador já está votando sua nova lei de comunicação, por meio democrático. Quebra presença de oligopólios que sempre dominaram a comunicação. E há a presença de um jornal público-estatal, El Telégrafo. E há , como na Venezuela e na Bolívia, ausência de analfabetismo. A lamentável crítica que Barack Obama fez recentemente à votação da nova lei de comunicação equatoriana, além de intervencionista, traduz o objetivo do apoio dado pela Casa Branca, por meio da Usaid e de certas fundações estadunidenses, a projetos comunicativos cujo objetivo claro é o de impedir que seja estruturada uma presença protagonista do estado em matéria de políticas de comunicação. Não por acaso, fundações norte-americanas apoiaram e até criaram instituições na Venezuela que atuaram em favor do golpe de estado de abril de 2002. Entre elas, o Sindicato dos Jornalistas da Venezuela, que recebeu recursos financeiros da Usaid para operar cursos em favor da derrubada do governo de Hugo Chávez. Aliás, todo o sindicalismo venezuelano estava profundamente corrompido com a sanha golpista. Um novo sindicalismo está sendo construído lá. Ongs que recebem apoio financeiro dos EUA também atuam em ações desestabilizadoras do governo de Rafael Correa, no Equador, e de Evo Morales, na Bolívia. Entre estas ações, impedir a estruturação de um modelo comunicativo com presença do estado.

O Brasil em descompasso

Getúlio Vargas ousou fortalecer a mídia popular e o capital estrangeiro caiu de pau, levando-o a uma situação limite em que preferiu suicidar para defender os interesses sociais ameaçados pelos vendilhões da pátria.

No Brasil, há um descompasso em relação ao processo de construção de uma comunicação de natureza pública que se está forjando nos países citados. E o Brasil foi vítima de dois golpes midiáticos. Um contra Vargas, levando-o ao suicídio, com apoio da mídia colonizada, que não admitia a nacionalização do petróleo, com a Petrobrás, ou dos minérios, com a Vale do Rio Doces, ambas, criações da Era Vargas. Depois veio o golpe midiático cívico-militar contra Jango. A imprensa pediu o golpe, defendeu o golpe, ajudou a formatar o golpe. Depois, seguiu dando apoio à ditadura. Alguns jornais, como a Folha, participaram até das operações diretas de repressão. Hoje, a presidenta Dilma Rousseff está processando este jornal por falsificação de sua ficha de prisioneira política do Dops.

Mas, além do descompasso em relação aos avanços democráticos na comunicação de nossos países hermanos, notamos que há também um retrocesso em algumas áreas. E estes retrocessos precisam ser discutidos pelas forças progressistas, mas, até agora, têm sido praticamente ignorados por elas. Trata-se da Voz do Brasil e do Projeto Minerva. Duas iniciativas de natureza regulamentatórias que não foram ainda assim encaradas pelo conjunto das forças de esquerda que atuam no movimento de democratização da comunicação.

O Projeto Minerva, um espaço diário em cadeia nacional de rádio, de 30 minutos, era destinado exclusivamente à alfabetização. Em 2003, sendo ministro da Educação Cristovam Buarque, por meio de uma portaria aquele horário regulamentar deixou de ser usado como espaço educativo e foi transformado em espaços que a Abert cederia ao estado para veiculação de mensagens atomizadas ao longo da programação. No entanto, enquanto o Projeto Minerva era um espaço de utilização gratuita, depois da portaria ministerial, as eventuais mensagens de utilidade pública do ministério passaram a ser veiculadas mediante pagamento em espécie. Um retrocesso. Quanto de uma informação relevante e civilizatória não se poderia veicular naquele antigo horário do Projeto Minerva? Basta informar que Cuba tem programas radiofônicos emitidos diretamente para o Haiti, visando a alfabetização , até mesmo em dialeto creole, por meio de um método totalmente desenvolvido por pedagogos cubanos, uma generosa doação de um povo que não conhece mais a tragédia do analfabetismo. Um bom tema para debater quando se ataca Cuba em torno da esfarrapada e hipócrita bandeira dos direitos humanos.

Regulamentação em risco

De repetende, FHC passou a defender a regulamentação dos meios de comunicação, virando-se pelo avesso relativamente ao comportamento que adotou enquanto presidente,ocasião em que todas as tentativas de regulamentr os oligopólios privados tiveram da sua parte a negativa categórica. O que está acontecendo?

A Voz do Brasil está prestes a sofrer sua pá de cal. Um projeto de lei apresentado por parlamentar de partido de esquerda, logo transformado e apadrinhado pela Abert, que conduziu sua tramitação nas duas Casas, cria as condições para que o mais antigo programa radiofônico do mundo torne-se praticamente invisível e, com isto, facilitando a sua extinção. A Voz do Brasil é uma experiência de regulamentação comunicativa bem sucedida. Mesmo na Confecom, a flexibilização da veiculação da Voz do Brasil, tornando inviável a fiscalização e tornando o programa inaudível, dói tese defendida por grupos que atuam no movimento da democratização da comunicação , e que se sintonizam com aquele pensamento sustentado por ONGs apoiadas do exterior para que a presença protagonista do estado em matéria de comunicação, seja a mais diluída possível. São correntes que enxergam nos sistemas comunicativos dos países imperiais  o modelo ideal para ser aplicado por aqui. Paradoxalmente, enxergam nos sistemas  comunicativos que hostilizam os povos latino-americanos quando exercem sua soberania, um caminho a seguir, como se aqueles sistemas não estivessem umbilicalmente vinculados à natureza imperial daqueles estados  opressores e que financiam o trabalho de muitas organizações nesta região, sempre com o intuito de impedir uma presença  protagonista do estado em matéria de comunicação.

Para estimular o debate que ainda não se fez a contento  sobre a Voz do Brasil, vale perguntar se não seria mais produtivo pensar não na extinção do programa, mas, no seu aperfeiçoamento, para que este extraordinário de uma hora em cadeia radiofônica fosse mais bem utilizado, já que preenchido por programação feita por núcleos de jornalismo com boa dose de compromisso com a missão pública da informação?  Se o Brasil perder esta uma hora de programa, ela será preenchida por mais do mesmo daquilo que é feito pelo péssimo rádio comercial brasileiro. E, para os brasileiros que vivem nos grotões , seja do campo ou da cidade, desaparecerá a unida fonte de informação que não está intoxicada e distorcida pela natureza panfletária direitista da mídia comercial brasileira, em pleno exercício, como se verifica cada dia  com mais clareza, da sua malignidade intrínseca pró-mercado e anti-pública.

Era Vargas

Lula foi, enquanto presidente, bastante tímido em relação ao tema regulamentação midiática. Preferiu posição excessivamente cautelosa que soou como medo dos poderosos que manipulam as informações, em detrimento dos interesses sociais. Perdeu grande oportunidade histórica, pois, agora, até FHC fala no assunto, defendendo o que antes combatia.

Estamos diante da possibilidade de perder uma hora de programação em cadeia nacional de rádio que pode ser muito mais bem utilizada, e sequer estamos discutindo sobre sobre este recua na regulamentação.  Falamos em regulamentação, regulamentação, mas não levamos em conta que a Voz do Brasil é regulamentação informativa, e que estamos prestes a perde-la!!! Por que esta regulamentação não serve a uma parte do movimento de democratização da comunicação?  Por que é uma criação da Era Vargas? Ué, mas a Vale do Rio Doce, criada como empresa estatal na Era Vargas, não tem a sua re-estatização defendida pelo MST e por amplos espectros da esquerda, o que sintoniza na história o MST com a Era Vargas?  Não defendemos a CLT diante da voracidade do capital para flexibilizar a legislação trabalhista?  Mas, diante da Voz do Brasil, que oferece uma hora de informação à sociedade fora do controle da ditadura mercantil e que pode ser aperfeiçoada em forma e conteúdo, até um setor do movimento de democratização  coincide com os anseios da Abert pela extinção  do programa. Ao entrevistar Marcio Pochmann, recentemente, ele não apenas defendeu a Voz do Brasil rádio, como disse que algo similar deveria haver também na TV, tal como na época da Constituinte, quando havia o Diário da Constituinte na TV, com 10 minutos de duração a cada dia. Mas, estranhamente, defendemos a regulamentação da comunicação, menos esta que já existe, a da Voz do Brasil!. Mais estranho uma campanha feita pela Cut, CGTB, Contag, CBJP-CNBB, ABCCOM, Fenaj, Fittert,  TV Cidade Livre de Brasília, Em Defesa da Voz do Brasil, foi praticamente ignorada pelo conjunto do movimento de democratização da comunicação no Brasil.

Mais do que defender centenas de teses na Confecom, pulverizadas e sem unidade e força suficiente para serem levadas às ruas, houve a justa percepção e correção, pelo Fórum Nacional de Democratização da Comunicação, buscando uma unificação e centralização das bandeiras principais. Ainda com esta correta modificação, a Voz do Brasil permanece esquecida pelo movimento. Portanto, juntamente com a defesa da EBC, concomitantemente trabalhando pela superaçao de sua atual linha editoria, que repede padrões viciados do jornalismo comercial; e da defesa da regulamentação da comunicação, a começar pelo o que já está inscrito na Constituiçao, mas nunca regulamentado, deve-se incorporar na pauta do FNDC a defesa da Voz do Brasil.

Ainda é tempo?

Dilma, que fez história com a criação da Comissão da Verdade e com a abertura das informações oficiais à sociedade, tem a oportunidade histórica em suas mãos para agir com coragem contra o oligopólio midiático assim como está atuando contra o oligopólio dos banqueiros que, claro, sustenta a mídia que veicula seus pontos de vistas totalmente dissonantes em relação aos interesses do povo. Coragem, presidenta! E entre, também, na briga pela preservação dos interesses populares, assegurando os direitos da Voz do Brasil.

Ainda existe uma saída: há um projeto de lei que transforma o programa Voz do Brasil, que é o mais antigo programa de rádio no mundo hoje, em Patrimônio Imaterial do Povo Brasileiro. Depende bastante das forças progressistas brasileiras atuarem de forma criativa para sensibilizar o governo, os partidos, os sindicatos, os movimentos sociais, em torno desta proposta. E não deixar perder este espaço de regulamentação informativa já existente e que pode ser aperfeiçoado, além de que, por meio de medidas administrativas, pode encontrar horário mais adequado de veiculação  para as regiões com fuso horário. Sem a necessidade de fazer o que a Abert quer, extinguir a Voz do Brasil, pois, acima de tudo, visa extinguir um exemplo de regulamentação informativa que ainda resiste e que pesquisas mostram que possui respeito e adesão do grande público, que, como sabemos, no Brasil é praticamente impedido da leitura de jornais. Derradeira esperança: a varguista Dilma Rousseff ainda pode usar sua prerrogativa presidencial e, por meio de veto, salvar o mais antigo programa de rádio do mundo. O único que noticiava regularmente sobre prisão, desaparecimentos e torturas de presos políticos no Brasil durante da ditadura, inclusive da própria presidenta.



Categoria: (Cultura, Política)

Bomba: PSDB produz provas para enjaular editor da Veja na Papuda


Nas páginas da revista Veja havia um crime perfeito. Um crime de calúnia, cuja autoria estava escondida atrás de um biombo, da "apuração jornalística" em "off".

Pois, sem querer, o PSDB, junto ao DEM, PPS, PSOL e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) acabaram por estragar a perfeição do crime, e gerar provas para levar o editor da revista Veja a tirar até 2 anos de cadeia, de acordo com o código penal.

Eis a prova do crime:

A Veja publicou as seguintes afirmações que atribuiria a Lula conduta criminosa, se fosse verdade:

Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula, magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações.
(...)
Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, seria blindado na CPI.


Não sendo verdade, é calúnia (imputar falsamente fato definido como crime a alguém). E a maior prova de que não é verdade, são as negativas de Gilmar Mendes a partir de segunda-feira, relativizando as acusações contidas na revista.

Se alguém tinha dúvidas se a Veja ultrapassou a linha da calúnia ou não, os demotucanos acabaram com a dúvida, ao apresentar representação criminal contra Lula, com base no que foi publicado na revista.

A partir do texto da Veja, fundamentaram a acusação contra Lula, que, se fosse verdade, teria cometido três crimes:
- Coação no curso de processo;
- Tráfico de influência;
- Corrupção ativa;

Como nada disso é verdade, pois o próprio Gilmar Mendes já desmentiu em entrevistas qualquer coisa que implique em crime, a representação será arquivada, e o arquivamento será a prova definitiva de que a revista Veja imputou falsamente fato definido como crime a Lula, cometendo calúnia.

Como a revista não consegue atribuir a ninguém especificamente as declarações sobre conduta criminosa, me parece que a responsabilidade recai sobre o editor da publicação.

Segundo o expediente da revista Veja, o editor é Roberto Civita.

Segundo o código penal, o crime de calúnia, prevê penas de 6 meses a 2 anos de prisão.

Em tempo: quem quiser ler a íntegra da representação demotucana contra Lula pode conferir aqui.

Leia também:
- O crime perfeito nas páginas da Veja

O que leva um juiz da Suprema Corte do país a se relacionar tão amiúde com uma revista semanal, como se estivesse em seu escritório de trabalho?

E a Veja também

A corrupção da imprensa brasileira chegou a nível de golpe de Estado

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou hoje (30) nota à imprensa sobre o encontro ocorrido nesta terça-feira (29) entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto. Leia abaixo a íntegra da nota:
A Presidência da República informa que são no todo falsas as informações contidas na reportagem que, em uma de suas edições, apareceu com o título “Para Dilma, há risco de crise institucional”, publicada hoje no diário O Estado de S. Paulo. Em especial, a audiência de ontem da presidenta Dilma Rousseff com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, tratou do convite ao presidente do STF para participar da Rio+20 e de assuntos administrativos dos dois poderes. Reiteramos que o conjunto da matéria e, em especial, os comentários atribuídos à presidenta da República citados na reportagem são inteiramente falsos.
Contrariando a prática do bom jornalismo, o Estadão não procurou a Secretaria de Imprensa da Presidência para confirmar as informações inverídicas publicadas na edição de hoje. Procurada a respeito da audiência, a Secretaria de Imprensa da Presidência informou ao jornal Estado de S. Paulo e à toda a imprensa que, no encontro, foram tratados temas administrativos e o convite à Rio+20.
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

BLOG DO TURQUINHO

BLOG DO TURQUINHOUm por um, os direitos que os trabalhadores europeus conquistaram com décadas e mesmo séculos de luta, estão sendo abolidos na Europa.

Merval quer meter o pau

Não seja um beócio você também

Essa notícia publicada pela revista Veja de que Lula tentou chantagear o ministro Gilmar Mendes, do STF, para que maneirasse no julgamento do "mensalão" é simplesmente ridícula. Por dois motivos mais do que óbvios:

1) Lula não é burro para fazer uma coisa dessas, ainda mais agora que estamos vendo o escândalo Cachoeira atingir um monte de gente que até ontem posava de virgem da ética.

2) Se Lula quisesse mesmo pressionar algum ministro jamais escolheria o Gilmar Mendes, o Darth Vader do STF, que todo mundo está careca de saber é aliado de corpo e alma da oposição ao governo do PT.

Em suma, tem que ser muito beócio para acreditar numa farsa dessas. Infelizmente, o Brasil está cheio de beócios... Será que você também é um e ainda não sabe?

O ministro Gilmar Mendes se perdeu e não tem mais condição de continuar no STF

'Gilmar Mendes está desinformado sobre minha vida', rebate Paulo Lacerda

Ex-diretor da PF assegurou que não presta nenhuma assessoria ou municia o PT com informações


Eduardo Kattah, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O delegado aposentado Paulo Lacerda, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ex-diretor-geral da Polícia Federal, rebateu nesta terça-feira, 29, as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Ele disse que o ministro está desinformado e assegurou que não presta nenhuma assessoria ou municia o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com informações. Lacerda deixou a chefia da Abin em dezembro de 2008, após notícias sobre um suposto grampo que teria gravado conversa entre o então presidente do STF e o senador Demóstenes Torres (GO).
Lacerda deixou a chefia da Abin em 2008, após notícias de suposto grampo entre Mendes e Demóstenes - Dida Sampaio/AE - 17/09/2008
Dida Sampaio/AE - 17/09/2008
Lacerda deixou a chefia da Abin em 2008, após notícias de suposto grampo entre Mendes e Demóstenes
O ministro Gilmar Mendes disse que teve notícias de que o sr. estaria assessorando o PT e o ex-presidente Lula nesse episódio e tem como missão destruí-lo. O sr. tem mantido esses contatos?
Eu acho que o ministro Gilmar Mendes, se ele falou isso, está totalmente desinformado em relação à minha vida e ao meu trabalho. Eu não tenho nenhuma relação com partido político. Nunca tive e não tenho. E não presto assessoria nenhuma para o Partido dos Trabalhadores. Eu trabalho hoje na iniciativa privada, na área de segurança privada. Não tenho nenhum contato hoje com esse pessoal de investigação. Não tenho mantido contato nenhum sobre esse assunto. Se o ministro falou isso, lamento que tenha dito, porque está absolutamente desinformado sobre minha vida profissional e pessoal.
O sr. deixou a Polícia Federal?
Fiquei na adidância da Polícia Federal em Lisboa por dois anos e dois meses. Retornei ao Brasil há um ano e três meses. Eu me aposentei, não tenho mais nenhum vínculo com a Polícia Federal. Não trabalho com investigação.
A que o sr. atribui as declarações do ministro?
Ele (Gilmar) está absolutamente desinformado, se isso for verdade. Eu não presto assessoria a nenhum partido político e não presto assessoria ao PT. Não teria nada demais se prestasse, mas isso não é verdade. Sei que existe um jogo político aí. Eu não sou político, não faço parte desse tipo de coisa. Lamento que o ministro tenha dito isso.
Tudo é tão absurdo que é
até possível que Deus exista.
Quando vejo as belezas do fundo do mar com seus peixes e corais, ou das flores, ou dos pássaros, fica difícil não acreditar numa força misteriosa, vaidosa, fantástica e milagrosa que chamam de Deus.

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Mas quando olho para o Murdoch, para o Bush, Hitler, Netanyahu, Berlusconi, lá fora, e aqui dentro do Brasil olho para as caras do Cachoeira, Gilmar Mendes, Daniel Dantas, Demóstemes, Civita, Gurgel, Maluf (e uma infinidade de outras) sinto que também existe uma força maior no sentido contrário.
Comentei esse meu pensamento com um amigo e ele (que me pareceu mais favorável ao lado ruim) comentou: esqueceu do Lula? Fui pior do que ele quando respondi: o Lula tirou 30.000.000 de vitimas da miséria e o Bush tirou 700.000 iraquianos da vida de outro jeito...
Se você parar para pensar que existem insetos que voam e que a noite acendem uma lanterninha, ou peixes que dão descargas elétricas, ou mamíferos que voam a noite com radar, ou seres humanos como Gandhi, Tom Jobim, Leonardo da Vinci, Villa Lobos, Beethoven, Goethe, Machado de Assis, Mandela etc. etc. etc., verá como as boas energias também são poderosas. Apenas não são competitivas. E não sei se isso é fraqueza.
A grande energia pura existe e é boa.
As energias do mau também existem, mas são muito menos do que as do bem, porém são mais determinadas. Os bons acreditam que não cometendo pecados ganharão um paraíso e os do mal estão pouco se lixando para os benefícios ou sacrifícios depois da morte. O negócio deles é money e poder. Aqui e agora.
Os mansos ficam com a parte “trabalhenta” (sobrevivência, escravidão camuflada, lutar para conquistar pequenos bens, salários suficientes para gerarem poder aquisitivo dos produtos e serviços dos maus, impostos etc. etc. etc.).
Tantos absurdos e milagres acontecem que podemos até acreditar que acontecerão e livrarão o Brasil de todos esses carrapatos para vivermos no melhor lugar do mundo!
A soja está tornando os meninos gays?
Recebi alguns emails sobre uma matéria bem escrita e com boas bases de referência, que me deixou preocupado. Reproduzo um trecho abaixo:

Imagem Activa
Existe algo que está lentamente envenenando e prejudicando gravemente nossos filhos e ameaçando estraçalhar nossa sociedade. A parte irônica é que é um “alimento saudável”, um dos mais populares.
Ora, sou um cara adepto de alimentos saudáveis, um fanático que raramente permite na cozinha qualquer alimento que não seja orgânico. Declaro aqui que tenho preferência por alimentos naturais, de modo que você saberá que não sou contra os alimentos saudáveis.
O perigoso alimento sobre o qual estou falando é a soja. Os produtos de soja são feminizadores, e estão em toda parte. Não dá mais para escapar deles.
Não tenho nada contra um lanche de soja de vez em quando. A soja é nutritiva e contém muitas coisas boas. Entretanto, infelizmente, quando comemos ou bebemos muitas coisas de soja, estamos também ingerindo quantidades significativas de estrógenos.
Estrógenos são hormônios femininos. Se você é mulher, você está inundando seu sistema com uma substância com a qual, em excesso, o seu sistema não conseguirá lidar. Se você é homem, você está suprimindo sua masculinidade e estimulando seu “lado feminino”, tanto física quanto mentalmente.
Fui no Google e constatei que existem diversos sites sobre o assunto, mas não me convenceram.
Pergunto: Você já tinha conhecimento disso? Sabe se a Monsanto está por trás dessa onda? Conhece alguém confiável que entenda do assunto? Sei apenas que seria criminoso ficar calado se isso for verdade ou escandalizar se for mentira.

Publicação de cartas secretas do Papa gera escândalo na ItáliaEste é o maior vazamento de documentos na história recente do Vaticano

Tais cartas resumem o clima recente de guerra ocultada pelo poder dentro do governo central do Vaticano (REUTERS/Giampiero Sposito)
Tais cartas resumem o clima recente de guerra ocultada pelo poder dentro do governo central do Vaticano


A publicação de uma série de cartas confidenciais do papa Bento XVI sobre temas quentes, como as intrigas do Vaticano e os escândalos sexuais do padre mexicano Macial Maciel, provocou desconforto na Itália diante de um vazamento de informações sem precedentes.

Um resumo do livro, que estará a venda no sábado em toda a Itália com o título "Sua Santidade, cartas secretas do Papa", escrito por Gianluigi Nuzzi, autor do best-seller "Vaticano SA", sobre as finanças da Santa Sé, foi publicado nesta sexta-feira pelo jornal Il Corriere della Sera.

Baseado em cartas confidenciais destinadas ao papa Bento XVI e ao seu secretário pessoal, Gerog Gaenswein, o livro descreve manobras e confabulações dentro do Vaticano e inclui relatórios internos enviados para o Papa sobre políticos italianos como Silvio Berlusconi e o presidente da República Giorgio Napolitano.

Também relata os confrontos com a chanceler alemã Angela Merkel sobre aqueles que negam o Holocausto, e as confissões do secretário do fundador da Congregação Mexicana Legionários de Cristo, Marcial Maciel, acusado de abusar de crianças e de ter uma vida dupla com duas esposas e filhos.

Nuzzi teve acesso, possivelmente através de funcionários da Secretaria de Estado, a centenas de documentos, incluindo alguns que levam o selo "Reservado", que foram elaborados pelo mesmo secretariado.

Informações vazadas

Este é o maior vazamento de documentos na história recente do Vaticano, que até agora não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Entre as informações vazadas, figuram diretrizes específicas para tratar de questões com o Estado italiano por ocasião da visita presidencial em 2009. "Devemos evitar qualquer equivalência entre a família fundada sobre o matrimônio e outros tipos de uniões", diz o texto.

De acordo com trechos publicados pelo Il Corriere della Sera no suplemento especial "Sette", o secretário do papa recebeu por fax todos os detalhes do chamado "escândalo Boffo", a operação para desacreditar o editor do jornal Avvenire, jornal da Conferência Episcopal italiana, mediante acusações falsas de assédio homossexual e homossexualidade contra o jornalista Dino Boffo.

Tais cartas resumem o clima recente de guerra ocultada pelo poder dentro do governo central do Vaticano, a influente Cúria Romana, que minou a credibilidade da Igreja.

O nome do atual secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, mão direita do Papa e número dois da Santa Sé, está presente em muitos dos documentos e é afetado de forma negativa, sendo possível que o livro seja uma operação midiática para atacá-lo.

O jornal italiano Libero também publicou comentários sobre o livro. Nuzzi chegou a comentar sobre o difícil ano vivido com os "corvos" do Vaticano, que lhe passaram os documentos entre "silêncios, longas esperas e precauções maníacas".

O jornalista confessou que não manteve mais contato com este "grupo informal" de informantes desde que o Papa nomeou uma comissão de inquérito, em março passado, para investigar os vazamentos, conhecidos como "Vatileaks".

AFP - Agence France-Presse
Publicação: 18/05/2012 16:16 Atualização: 18/05/2012 16:24