sexta-feira, 30 de março de 2012

Devagar, devagarinho. Mas de volta.

Devagar, devagarinho. Mas de volta.
Se o governo federal retirasse todos os impostos, taxas e contribuições que recaem sobre a indústria, outras desculpas viriam para defender sua ineficiência secular. Teríamos que melhorar a infraestrutura, fazer estradas e ferrovias só para transportar produtos da indústria, o governo teria que comprar aviões novos para carga, os portos deveriam ser maravilhosos com chão especial, guindastes de última geração, containers novos e tudo mais que for necessário para a nossa querida indústria e seus incapazes donos e administradores. Tudo isso sem cobrar um tostão aos empresários ineficientes e cheios de lamúria. É triste!

INVERSÃO DE PAPÉIS

A imprensa como partido político

Por Washington Araujo em 20/04/2010 na edição 586
Esperei baixar a poeira. Em vão, porque a poeira existiu apenas na internet. E tudo porque me causou estranheza ler no diário carioca O Globo (18/3/2010) a seguinte declaração de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e executiva do grupo Folha de S.Paulo:

"A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."E como a poeira não baixou resolvi colocar no papel as questões que foram se multiplicando, igual praga de gafanhotos, plantação de cogumelos, irrupção de brotoejas. Ei-las:
1. É função da Associação Nacional de Jornais, além de representar legalmente os jornais, fazer o papel de oposição política no Brasil?
2. É de sua expertise mensurar o grau de força ou de fraqueza dos partidos de oposição ao governo?
3. Expirou aquela visão antiquada que tínhamos do jornalismo como sendo o de buscar a verdade, a informação legítima, para depois reportar com a maior fidelidade possível todos os assuntos que interessam à sociedade?
4. Como conciliar aquela função antiquada, própria dos que desejam fazer o bom jornalismo no Brasil, como tentei descrever na questão anterior, com a atuação político-partidária, servindo como porta-voz dos partidos de oposição?
5. Sendo o Datafolha propriedade de um dos grandes jornais do Brasil e este um dos afiliados da ANJ, como deveríamos fazer a leitura correta das pesquisas de opinião por ele trabalhadas? O Datafolha estaria também a serviço de uma oposição "que no Brasil se encontra fragilizada"?
6. Na condição de presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) será que Maria Judith Brito não se excedeu para muito além de suas responsabilidades institucionais?
7. Ou será próprio de quem brande o estatuto da liberdade de imprensa que entidade de classe de veículos de comunicação assuma o papel de oposição política no saudável debate entre governo e oposição?
8. Historicamente, sempre que um dirigente ou líder de partido político de oposição desanca o governo, seja justa ou injustamente, é natural que o governo responda à altura e na mesma intensidade com que o ataque foi desferido. Mas, no caso atual, em que a ANJ toma si para a missão de atuar como partido político de oposição, não seria de todo natural esperar que o governo reaja à altura do ataque recebido?
9. E, neste caso, como deveria ser encarada a reação do governo? Seria vista como ataque à liberdade de expressão? Ou seria considerado como legítima defesa de da liberdade de expressão ou de ideologia?
Claro e transparente
10. Durante o período de 1989 a 2002, em que a oposição política no Brasil esteve realmente fragilizada, e ao extremo, não teria sido o caso de a ANJ ter tomado para si as dores daquela oposição, muitas vezes, capenga?
11. E, no caso acima, como a ANJ acha que teriam reagido os governos Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso?
12. Com o histórico de nossos veículos de comunicação, muitos deles escorados em sua antiguidade, como aferir se há pureza de intenções por parte da ANJ em sua decisão de tomar para si responsabilidade que só lhe poderia ser concedida pelo voto dos brasileiros depositados nas urnas periodicamente? Não seria uma usurpação de responsabilidade?
13. Afinal, não é através de eleições democráticas e por sufrágio universal e secreto que a população demonstra sua aprovação ou desaprovação a partidos políticos?
14. Será legítimo que, assinantes de jornais e revistas representados pela associação presidida por Maria Judith Brito passem, doravante, a esmiuçar a cobertura política desses veículos, tentando descobrir qual a motivação dessa ou daquela reportagem, dessa ou daquela nota, dessa ou daquela capa?
15. E quanto ao direito dos eleitores de serem livremente informados... que garantias estes terão de que serão informados, de forma justa e o mais imparcial possível, das ações e idéias do governo a que declaradamente se opõe a ANJ?
16. Para aqueles autoproclamados guardiães da liberdade de expressão e do Estado democrático de direito: será papel dos meios de comunicação substituir a ação dos partidos políticos no Brasil, seja de situação ou de oposição?
17. Em isso acontecendo... não estaremos às voltas com clássica usurpação de função típica de partido político? E não seria esta uma gigantesca deformação do rito democrático?
18. Repudiam-se as relações deterioradas entre governo e mídia na Venezuela, mas ao que tudo indica nada se faz para impedir sua ocorrência no Brasil. Ironicamente, os maiores veículos de comunicação do país demonizam o país de Hugo Chávez. A origem do conflito político na Venezuela não está umbilicalmente ligado ao fato que na Venezuela os meios de comunicação funcionam como partido político de oposição, abrindo mão da atividade jornalística?
19. Esta declaração da presidente da ANJ, publicada no insuspeito O Globo, traduz fielmente o objetivo de a ANJ estabelecer a ruptura com o governo, afetar a credibilidade da imprensa e trazer insegurança a todos os governantes, uma vez que serve também aos governos estaduais e dos municípios onde a oposição estiver fragilizada?
20. Considerando esta declaração um divisor de águas quanto ao sempre intuído partidarismo e protagonismo político dos grandes veículos de comunicação do país, será que não seria mais que oportuno e inadiável a ANJ vir a público esclarecer tão formidável mudança de atitude e de missão institucional? Por que não abordar o assunto de forma clara e transparente nas páginas amarelas da revista Veja? Por que não convidar a Maria Judith Brito para ser entrevistada no programa Roda Vida da TV Cultura? Por que não convidá-la para o Programa do Jô? E para ser entrevistada pelo Heródoto Barbeiro na rádio CBN? Por que não solicitar a leitura de "Nota da ANJ"sobre o assunto no Jornal Nacional? Por que não submeter texto para publicação na seção "Tendências/Debates" do jornal Folha de S.Paulo, onde a presidente trabalha? De tão interessante não seria o momento de a revista Época traçar o perfil de Maria Judith Brito? E que tal ser sabatinada pela bancada do Canal Livre, da Band?
Prudente e sábio Já que comecei falando de estranheza, estranhamento etc., achei esquisito a não-repercussão ostensiva da fala da presidente da ANJ junto aos veículos de seus principais afiliados. Estratégia política? Opção editorial? Ou as duas coisas?
Finalmente, resta uma questão de foro íntimo: que critério deverei usar, doravante, para separar o que é análise crítica própria de um partido político, para consumo interno de seus filiados, daquilo que é matéria propriamente jornalística, de interesse da sociedade como um todo?
Todos nós, certamente, já ouvimos centenas de vezes o ditado "cada macaco no seu galho". E todos nós o utilizamos nas mais diversas situações. O ditado é um dos mais festejados da sabedoria popular, é expressão de conhecimento, nascido da observação de fatos; um aprendizado empírico. Vem de longa data e se estabelece porque pode ser comprovado através da vivência e mais recentemente foi citado por Michel Foucault e Jurgen Habermas. No caso aqui abordado, o ditado popular cai como luva assim como as palavras de Judith Brito ficarão por muito tempo gravadas no bronze incorruptível da nossa memória.
Mesmo assim sinto ser oportuno aclarar que entendo como papel da mídia atividades como registrar, noticiar os fatos, documentar, fiscalizar os poderes, denunciar abusos e permitir à população uma compreensão mais ampla da realidade que nos abarca. Neste rol de funções não contemplo o de ser porta-voz de partido político, seja este qual for. Ora, o governo tem limites de ação: operacionais, constitucionais, políticos. A mídia, quando não investida de poderes supraconstitucionais, também tem seus limites que não são tão flexíveis a ponto de atender as conveniências dos seus proprietários ou concessionários. É prudente e sábio reconhecer que em uma sociedade democrática todos os setores precisam de regulação – e a mídia não é diferente. E é bom que não seja. Afinal, a lei é soberana e a ela todos devem se submeter, já escrevia o pensador Shoghi Effendi (1897-1957) na segunda metade de 1950. Nada mais atual que isto.
Além de toda a corrupção da ANJ, a instituição apanha todos os dias com os escândalos dos ladrões dos partidos seus aliados como o PSDB e o DEM, que nos mostra o senador Demóstenes Torres, atolado na lama até o nariz e o privata-mor José Serra, personagem principal do livro, escondido pela ANJ, "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Junior. D.Judith não soube escolher seus aliados, ou já sabia e queria fazer parte da quadrilha que rouba o Brasil por mais de quinhentos anos. Deu no que deu!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Carta Maior pede a STF acesso à investigação sobre Demóstenes
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

*Praça da Porta do Sol, em Madrid, tomada por mais de 200 mil pessoas; 270 mil em Barcelona** milhares em Valença, Pamplona etc: os olhos da Europa miram a Espanha: greve geral na 4ª maior economia do euro pode influenciar as eleições de abril na Grécia e França e dificultar políticas de arrocho em Portugal e na Itália



QUASE UM MILHÃO DE ESPANHÓIS NAS RUAS: GREVE GERAL, UM PONTO DE INFLEXÃO NA ZONA DO EURO?



A greve geral comandada pelas centrais espanholas nesta quinta-feira, dia 29, aconteceu antes que o governo da direita, encabeçado pelo PP de Rajoy e Aznar, completasse cem dias no poder. Trata-se de um recorde em termos de confronto sindical, que não se explica por um radicalismo há muito esmaecido nas organizações trabalhistas européias. A Espanha disse não ao ajuste que esfarela o que restou da democracia-social na UE para salvar bancos e mercados; quase um milhão foram às ruas de todo o país levar seu protesto. Um ponto de inflexão no trator ortodoxo que devasta a Europa do euro? É cedo para dizer. Mas a greve reafirmou, de forma categórica, que o novo rosto da democracia e da sociedade, pós colapso neoliberal, será decidido em enfrentamentos como esse, em que os trabalhadores e a juventude ocupam as ruas e criam uma nova referência política à agenda dos mercados. (LEIA MAIS AQUI)



(Carta Maior; 6ª feira/30/03/ 2012)

Justiça condena: FHC - PSDB crime com máfia

Justiça condena Governo FHC. Socorro a Cacciola foi crime

Indenização somaria R$ 8,4 bi. Chico Lopes ironiza decisão e diz que recorrerá

Chico Lopes
SÃO PAULO e RIO — Após um processo que já dura 13 anos, o juiz Ênio Laércio Chappuis, da 22 Vara Federal do Distrito Federal, condenou por improbidade administrativa e ao ressarcimento de uma soma bilionária aos cofres públicos os principais envolvidos no escândalo que ficou conhecido como “Marka e FonteCindam”. As condenações decorrem de duas ações civis, uma pública, ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), e outra popular, e atingem sete pessoas, entre elas ex-dirigentes do Banco Central, como Francisco Lopes, Cláudio Mauch, Tereza Grossi e Demóstenes Madureira de Pinho Neto, e o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que já havia sido condenado criminalmente e cumpriu pena de prisão.
As sentenças, proferidas no último dia 13, atingem também o Banco Central, a BM&F Bovespa, o BB Banco de Investimentos e o Marka, e determina que os réus terão de ressarcir danos ao erário de cerca de R$ 895,8 milhões, em valores de fevereiro de 1999. O magistrado ainda declarou nula “a operação de socorro feita pelo Banco Central do Brasil ao banco Marka”.
Na esfera criminal, os principais envolvidos no escândalo já foram condenados a penas que variam de seis a 15 anos de prisão, mas aguardam decisão de recursos. No caso de Cacciola, que foi condenado a 13 anos por crime de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público, ele cumpriu três anos e 11 meses de prisão no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Desde agosto do ano passado, ele está em liberdade condicional.
Em comunicado divulgado ontem, a BM&F Bovespa informou que, atualizado, o valor da condenação somaria R$ 7,005 bilhões, que seria acrescido ainda de R$ 1,418 bilhão de multas, totalizando R$ 8,423 bilhões. Segundo a Bolsa, porém, desse total poderiam ser deduzidos cerca de R$ 5,43 bilhões, referentes a “ganhos que o BC obteve em razão da não utilização das reservas”, para socorrer o Marka.
As sentenças não fazem menção a tal compensação, nem informam qual o valor atualizado do ressarcimento a que condenou os réus. Especialistas advertem, no entanto, que esta soma pode ser bem maior que a estimativa da BM&F, podendo superar os R$ 25 bilhões.
Na crise cambial deflagrada em janeiro de 1999 pela mudança do sistema de câmbio no país, quando o regime de bandas fixas deu lugar ao da “banda diagonal hexógena”, o Banco Central saiu em socorro do Marka e do FonteCindam, ao vender dólares a R$ 1,25 para as duas instituições, quando a moeda americana era cotada a R$ 1,30 no mercado. Com a operação, os bancos puderam cobrir as posições vendidas que tinham no mercado futuro de câmbio da Bovespa e escaparam de ser liquidados pelo BC.

Ex-presidente do BC: juiz foi contra avaliação do perito

Na sentença da ação civil pública, de 94 páginas, o juiz Chappuis anexa um bilhete de Cacciola pedindo ajuda a Francisco Lopes, que presidia o BC. Nele, Cacciola trata Lopes na primeira pessoa e diz textualmente: “Preciso da tua ajuda... é muito importante para mim, para você e para o país. Caso você não consiga me receber, preciso de uma, muito maior, interferência sua no sentido do Mauch (diretor de Fiscalização do BC à época) ser menos rigoroso e aceitar a negociação em um preço razoável. O ideal, mesmo assumindo um prejuízo enorme, seria R$ 1,25, porém, está distante da vontade do diretor”.
Sobre o teor dessa correspondência, o juiz acrescenta em sua sentença o seguinte comentário: “Considerando o pronome de tratamento utilizado e tendo em vista que foi dirigido a uma autoridade pública, este bilhete, de fato, revela a existência de uma relação de intimidade entre Cacciola e Francisco Lopes, chegando à promiscuidade”. Procurado para falar sobre a sentença da 22ª Vara Federal, Francisco Lopes ironizou, comentando que “decisões de primeira instância costumam ser midiáticas”:
— As expectativa dos advogados era de que o juiz levaria em conta a avaliação feita pelo perito, que foi favorável aos réus. Mas já que o juiz decidiu ir contra a avaliação feita pelo perito, que ele mesmo nomeou, só nos resta agora recorrer.
Ao justificar a condenação da BM&F Bovespa, o juiz argumenta que “dentro das regras, a BM&F possuía mecanismos de garantia que teriam possibilitado ao banco Marka honrar as suas operações... para evitar prejuízo ao mercado”. E em vez de usar “mecanismos lícitos”, o BC optou por “prestar um socorro ilegal”, que também beneficiava a BM&F, escreveu o juiz. “A BM&F também deve ser responsabilizada uma vez que, por seus agentes, agiu de forma fraudulenta quando do encaminhamento da carta ao BC, além disso também foi beneficiada pelo socorro dado ao banco Marka”.
— A bolsa tem convicção de que não deveria ser incluída como ré no processo, na medida em que foi apenas o local onde a operação foi realizada — disse ontem o presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, informando que a instituição recorrerá.
Além da pena financeira, a sentença suspende os direitos políticos dos réus por oito anos e determina a perda dos cargos públicos. E no caso de Claudio Mauch e Tereza Grossi, funcionários aposentados do BC, o juiz estende “a sanção de perda de cargo público às aposentadorias”. Os dois e o advogado de Cacciola não foram encontrados pela reportagem para comentar a sentença.
No O Globo

MAIS UM CORRUPTO DO DEM

Demóstenes será expulso do DEM?

Saiu na coluna do jornalista Ilimar Franco no jornal O Globo de sábado (24):
O DEM ainda espera que o líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), consiga se livrar das acusações. Do contrário, ele será expulso.

O inferno astral dos demos

A informação confirma o infernal astral vivido pelos demos. Depois da prisão do ex-governador Arruda, cotado para ser o "vice-careca” de José Serra, do racha do PSD de Gilberto Kassab, do êxodo de um governador, uma senadora e 17 deputados federais, agora é Demóstenes Torres, o falso ético com ambições presidenciais para 2014, que deflagra uma nova crise no combalido DEM.
A cada dia surgem novas provas contra o demo no rastro da Operação Monte Carlo, que levou para a cadeia o mafioso Carlinhos Cachoeira. Depois das revelações sobre o presentinho de casamento e dos telefonemas entre ambos, neste final de semana pintou a denúncia mais grave. Leandro Fortes, da CartaCapital, revelou que Demóstenes embolsaria 30% dos "negócios” do bicheiro.

O implacável senador pede clemência

Diante deste bombardeio, o senador – que sempre atirou para matar contra os seus adversários políticos, fantasiando-se de vestal da ética – decidiu pedir clemência pelo twitter no sábado (24). O líder do DEM, que se projetou na mídia venal como um assassino de reputações, disparou várias mensagens: "Não compactuo com qualquer esquema ilícito, não integro organização ilegal”.
Noutro twitter, ele reconheceu que a reportagem de Leandro Fortes foi a que mais o baqueou. "De todos os absurdos publicados contra mim, os mais danosos estão no site da CartaCapital. Os informantes da revista estão enganados”. O jornalista respondeu de pronto. Argumentou que não tem "informante”, como Demóstenes, mas sim documentos comprobatórios da Polícia Federal.

O "incômodo” do presidente do DEM

O demo, que nunca respeitou a "presunção da inocência” inscrita na Constituição, posou de injustiçado. "Desminto as inverdades em respeito a minha família, meus amigos, minhas colegas e meus colegas senadores, a Goiás e ao Brasil”. E, sem medir o ridículo, disparou: "Para tripudiar sobre mim e o mandato que o povo me confiou, desrespeitam elementares princípios constitucionais”.
A lamúria na internet, porém, parece não ter sensibilizado a cúpula do DEM, que tenta evitar a sangria desatada. Em entrevista, o presidente do partido, senador Agripino Maia, revelou que tem pressa para resolver o baita inferno. "O nosso incômodo é com a dúvida. Confiamos no Demóstenes... As denúncias não podem ficar sem conclusões. Essas dúvidas é que são o nosso incômodo.”
No twitter, o senador Demóstenes Torres apelou para o divino. "O sofrimento provocado pelos seguidos ataques a minha honra é difícil de suportar, mas me amparo em Deus e na certeza de minha inocência”. Pelo jeito, o demo pode ir mesmo é para o inferno!
Altamiro Borges

QUADRILHA DA VEJA

A quadrilha e a revista Veja

Outra linha interessante de investigação, que também poderia ser solicitada pelo procurador-geral Roberto Gurgel, seria sobre as relações desta "quadrilha” com a revista Veja. Com base nas escutas da Operação Monte Carlo da PF, o blogueiro Luis Nassif já denunciou que o mafioso Carlinhos Cachoeira deu mais de 200 telefonemas para o editor-chefe da revista, Policarpo Junior.
A revista Veja sempre amplificou os escândalos plantados por Demóstenes Torres, um notório assassino de reputações. Agora, o jornalista Marco Damiani, do sítio Brasil-247, publica entrevista bombástica com o ex-prefeito de Anápolis (GO), Ernani de Paula. Ele garante que "Cachoeira e Demóstenes armaram o esquema do mensalão” e que a Veja foi usada na armação. Vale conferir:
***

"Cachoeira e Demóstenes armaram o mensalão”


Por Marco Damiani 
O mensalão, maior escândalo político dos últimos anos, que pode ser julgado ainda este ano pelo Supremo Tribunal Federal, acaba de receber novas luzes. Elas partem do empresário Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, cidade natal do contraventor Carlinhos Cachoeira e base eleitoral do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
"Estou convicto que Cachoeira e Demóstenes fabricaram a primeira denúncia do mensalão”, disse o ex-prefeito em entrevista ao 247. Para quem não se lembra, trata-se da fita em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 5 mil dentro da estatal. A fita foi gravada pelo araponga Jairo Martins e divulgada numa reportagem assinada pelo jornalista Policarpo Júnior. Hoje, sabe-se que Jairo, além de fonte habitual da revista Veja, era remunerado por Cachoeira – ambos estão presos pela Operação Monte Carlo. "O Policarpo vivia lá na Vitapan”, disse Ernani de Paula ao 247.
O ingrediente novo na história é a trama que unia três personagens: Cachoeira, Demóstenes e o próprio Ernani. No início do governo Lula, em 2003, o senador Demóstenes era cotado para se tornar Secretário Nacional de Segurança Pública. Teria apenas que mudar de partido, ingressando no PMDB. "Eu era o maior interessado, porque minha ex-mulher se tornaria senadora da República”, diz Ernani de Paula. Cachoeira também era um entusiasta da ideia, porque pretendia nacionalizar o jogo no País – atividade que já explorava livremente em Goiás.
Segundo o ex-prefeito, houve um veto à indicação de Demóstenes. "Acho que partiu do Zé Dirceu”, diz o ex-prefeito. A partir daí, segundo ele, o senador goiano e seu amigo Carlos Cachoeira começaram a articular o troco.
O primeiro disparo foi a fita que derrubou Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu, da Casa Civil. A fita também foi gravada por Cachoeira. O segundo, muito mais forte, foi a fita dos Correios, na reportagem de Policarpo Júnior, que desencadeou todo o enredo do Mensalão, em 2005.
Agora, sete anos depois, na operação Monte Carlo, o jornalista de Veja aparece gravado em 200 conversas com o bicheiro Cachoeira, nas quais, supostamente, anteciparia matérias publicadas na revista de maior circulação do País.
Até o presente momento, Veja não se pronunciou sobre as relações de seu redator-chefe com o bicheiro. E, agora, as informações prestadas ao 247 pelo ex-prefeito Ernani de Paula contribuem para completar o quadro a respeito da proximidade entre um bicheiro, um senador e a maior revista do País. Demonstram que o pano de fundo para essa relação frequente era o interesse de Cachoeira e Demóstenes em colocar um governo contra a parede. Veja foi usada ou fez parte da trama?

Demóstenes sera cassado

Gurgel vai investigar a revista Veja? / Demóstenes será expulso do DEM?

Após engavetar as denúncias por três anos, finalmente o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu pedir a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o senador Demóstenes Torres por suas ligações com o mafioso Carlinhos Cachoeira. Poucas horas antes, o falso moralista da direita anunciou a sua renúncia da liderança do DEM no Senado.
"Considerei as denúncias graves o suficiente para que houvesse o pedido de instauração de inquérito”, justificou Gurgel. Segundo o sítio do STF, Demóstenes será investigado pelos crimes de corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa (quando um servidor defende interesse privado perante a administração pública). O pedido do inquérito tem 56 páginas e 16 apensos.

Liquidado politicamente

A própria mídia, que sempre bajulou o senador demo, já reconhece que ele está liquidado. "Demóstenes optou por renunciar à liderança por não ter mais condições para conduzir votações. O presidente do partido, senador José Agripino (RN), assumiu seu lugar. Abatido, Demóstenes passou o dia trancado em seu gabinete e não circulou pelos corredores do Senado”, relata a Folha.
Durante os últimos dias, o ex-líder do DEM ainda tentou convencer seus pares no Congresso Nacional de que é inocente. O seu esforço foi para evitar que também seja aberto um processo no Conselho de Ética do Senado, o que pode causar a perda do seu mandato. O PSOL já anunciou que encaminhará pedido ao presidente da casa, José Sarney, para o início do processo de cassação.

Assassino de reputação vira alvo

Demóstenes Torres, que sempre posou de paladino da ética e bateu para matar em seus adversários políticos, agora engole o seu próprio veneno. Até o DEM, para evitar maiores desgastes e o risco de extinção, já estuda sua expulsão. Agripino Maia, presidente da legenda, admitiu essa possibilidade ao afirmar que a sigla "não convive com a falta de ética”. É cômico, mas sintomático!
Com a abertura do inquérito no STF, a situação do demo deverá se complicar ainda mais. Como ele justificará o presentinho de casamento dado pelo amigo Carlinhos Cachoeira, o celular antigrampo, habilitado nos EUA, os 298 telefonemas para o mafioso e, principalmente, a denúncia da revista CartaCapital de que ele recebia 30% de todos os negócios ilegais do bicheiro?

quarta-feira, 28 de março de 2012

As enormes diferenças entre a

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As enormes diferenças entre a

opinião pública e a

opinião publicada.

Se você ler as análises sobre o Brasil de veículos mais profissionais, como a BBC de Londres e a Deutsche Welle da Alemanha, verá como são bem diferentes do que diz a mídia provinciana daqui.

Os grandes veículos de informação do mundo também não são santinhos. A diferença é que os de lá torcem por seus países e os daqui torcem contra. Os de lá zelam melhor as suas imagens e suas credibilidades. Os daqui... Olhem algumas capas da revista Veja aí embaixo.


 

Imagem Activa


 

É um festival de incompetência, de amadorismo e falta de auto-respeito. Uma demonstração pública de inutilidade, de rancor mesquinho. Queria que seus candidatos vencessem sem apresentar nenhuma proposta, só agredindo o adversário? Isso é mais do que amadorismo, é burrice mesmo.

O marketing de refrigerantes não faria essa estupidez e os que fizeram não conquistaram o que queriam. O mesmo que aconteceu: o inimigo público número da Veja (e seus parceiros Globo, Folha e Estadão) venceu duas eleições, saiu do governo com uma aprovação pública de 85% e ainda elegeu sua candidata.

Como você vê, a opinião pública é bem diferente da opinião publicada.

E pelo jeito o quarteto vai continuar cometendo os mesmos erros errados. Continuarão pensando que o ilustre e respeitável público é tão idiota quanto eles.

Governo promete revogar 40 horas semanais para servidores da Saúde


na Gazeta do Povo

O decreto que determina que os servidores estaduais de área da saúde do Paraná cumpram carga horária de 40 horas semanais deverá ser revogado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O anúncio foi feito por Michele Caputo Neto, responsável pela pasta, e pelo secretário da Administração e Previdência, Luiz Eduardo Sebastiani, durante reunião com os servidores na tarde desta terça-feira (27).

Em nota, a Sesa afirmou apenas que iria pedir a revogação do decreto. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores em Serviços Públicos de Saúde Pública e Previdência do Paraná (SindSaúde), Eloísa Helena de Souza, afirmou que não ficou claro como fica a situação dos servidores com a revogação. Uma das reivindicações da categoria é para que a carga semanal seja de 30 horas semanais. Para o sindicato, fica subentendido que a carga será de 30 horas, a partir da revogação do decreto das 40 horas. A carga horária de 40 horas foi instituída no governo de Roberto Requião.

Eloísa disse que os detalhes da proposta devem ser apresentados pelo governo estadual na próxima reunião com os servidores, que está marcada para 19 de abril.

A Sesa afirmou ainda, por meio de nota, que 942 servidores da saúde receberão pagamento de promoções e progressão de carreira. Os valores serão pagos na folha de abril. A decisão [de fazer o pagamento dos benefícios] implica num acréscimo de R$ 10 milhões na folha de pagamento, afirmava a nota da Sesa. O SindSaúde afirmou que se trata de valores atrasados, ou seja, o pagamento será retroativo.

Outras questões - como o reajuste salarial de 30% pedido pelos servidores - também devem ser negociadas em 19 de abril.

Protestos
Servidores estaduais da área da saúde fizeram um protesto em frente à Secretaria da Saúde (Sesa), no bairro Rebouças, em Curitiba, na tarde e início da noite desta terça-feira (27). O grupo permaneceu no local até o fim da reunião com secretários de estado. A audiência começou por volta das 16 horas e terminou por volta das 19 horas.

Pela manhã, 800 pessoas fizeram uma manifestação e em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, no bairro Centro Cívico, para reivindicar reajustes salariais e de gratificação.
Colunistas começam a se rebelar contra o partido nazista, imprensa brasileira apesar de, com medo de represálias, o autor fala mal do PT. Artigo denúncia escrito por Elio Gaspari:"PATRULHA E CENSURA Diga qual foi a publicação onde aconteceu isso: Tendo publicado em seu site uma resenha favorável a um livro, ela foi denunciada pela direção de um partido político e daí resultaram os seguintes acontecimentos: 1) A resenha foi expurgada. 2) O autor do texto foi dispensado. 3) Semanas depois o editor da revista foi demitido. Isso aconteceu na revista "História", o livro resenhado foi "A Privataria Tucana", a denúncia partiu do doutor Sérgio Guerra, presidente do PSDB, o jornalista dispensado foi Celso de Castro Barbosa e o editor demitido foi o historiador Luciano Figueiredo. Em nove anos de poder, não há registro de que o comissariado petista com suas teorias de intervenção na imprensa tenha conseguido desempenho semelhante. A revista é editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, que pouco tem a ver com a administração da veneranda instituição. No episódio, sua suposta amizade ofendeu a ideia de pluralidade essencial às bibliotecas."

Brasil: satélite de R$ 750 mi levará banda larga a todo o país

O Brasil prepara o lançamento de um satélite geoestacionário de comunicação para proporcionar banda larga a todos os municípios do país, anunciou nesta quarta-feira em Nova Délhi o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp,que participa da comitiva da presidente Dilma Rousseff, no país asiático para o encontro do Brics, que acontece nesta semana.
O país busca na Índia uma cooperação técnica para o satélite, cuja construção e lançamento, sob responsabilidade da Telebras e da Embraer, tem um custo avaliado de R$ 750 milhões. Apenas o lançamento custará US$ 80 milhões, cerca de US$ 150 milhões.

livro

Versão eletrônica dos livros 

Controle remoto e a regulação da mídia

Controle remoto e a regulação da mídia

Por João Brant, no jornal Brasil de Fato:

Volta e meia, quando alguém quer questionar a necessidade de regulação de conteúdo na mídia, diz que ‘o melhor controle é o controle remoto’. Essa frase é usada não apenas por adversários de qualquer forma de regulação, mas também por políticos de esquerda que querem deixar claro que respeitam a liberdade de imprensa. A expressão, contudo, é superficial e revela um olhar negligente e conservador.

terça-feira, 27 de março de 2012

Justiça determina que não é violência ato sexual com menor de 14 anos, se ela for prostituta

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que presunção de violência contra menor de 14 anos em estupro é relativa.

A decisão se deu quando da análise do caso de um sujeito acusado de ter praticado estupro contra três menores, todas de 12 anos.

“A prova trazida aos autos demonstra, fartamente, que as vítimas, à época dos fatos, lamentavelmente, já estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo. Embora imoral e reprovável a conduta praticada pelo réu, não restaram configurados os tipos penais pelos quais foi denunciado."

(...) “O direito não é estático, devendo, portanto, se amoldar às mudanças sociais, ponderando-as, inclusive e principalmente, no caso em debate, pois a educação sexual dos jovens certamente não é igual, haja vista as diferenças sociais e culturais encontradas em um país de dimensões continentais.”

“Com efeito, não se pode considerar crime fato que não tenha violado, verdadeiramente, o bem jurídico tutelado – a liberdade sexual –, haja vista constar dos autos que as menores já se prostituíam havia algum tempo.”


É fato que as meninas se prostituíam. A mãe de uma delas confirmou em juízo que a filha matava aula para se prostituir na praça com as amigas. Mas é fato também que têm apenas 12 anos.

Sabemos da situação de miséria por que passam inúmeras famílias no Brasil. Muitas vezes associada ao uso de drogas, especialmente o crack. A decisão do STJ cria jurisprudência e libera geral para os taradões de plantão: Se pagarem, podem transar com meninas de qualquer idade, que o STJ garante.

Incrível que esse absurdo tenha sido relatado por uma mulher, a ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Se nem a lei protege mais nossas crianças, quem as protegerá?

Reportagem da BBC publicada na Folha mostra a grandeza do problema no Brasil. Há quem fale em dois milhões de crianças se prostituindo, algumas com nove ou menos anos de idade.

Número que agora pode aumentar com o liberou geral do STJ.

Lula quer as duas CPIs. E o PT ?

Blogueiros sujos, ansiosos e não ansiosos, receberam informação preciosa: o Nunca Dantes avisou ao PT que quer as duas CPIsa do Demóstenes/Cachoeira e a da Privataria.

As duas.

Nessa ordem, ou em qualquer ordem.

As duas têm as assinaturas necessárias, obtidas pelo delegado Protógenes.

As duas estão nas mãos do Presidente da Câmara, Marco Maia.

Por que não as instala ?

Será que o PT assinou os pedidos de CPI e depois arrepiou carreira ?

Cândido Vacarezza, quando era líder do Governo, disse que, como líder do Governo, não poderia assinar.

Foi para o lugar dele o Arlindo Chinaglia, aliado de Maia.

Que, até agora, não saiu de cima do muro.

O líder do PT era Paulo Teixeira.

Para o lugar dele foi o Jilmar Tatto, também do PT de São Paulo …

E o Jilmar Tatto prefere ver Satanáz nu a pedir a CPI da Privataria.

Por que será, amigo navegante ?

Que caroço tem debaixo do angu da CPI da Privataria, para assustar tanto o PT de São Paulo ?

Esse caroço tem nome ?

Agora, a questão atinge outra dimensão: o Lula quer.

As duas.



Paulo Henrique Amorim


Do Blog CONVERSA AFIADA.

A CIA Fez o Pacote de Todos os Golpes de Estado na América Latina Durante a Década de 70



Gilberto Felisberto Vasconcellos
Em meados dos anos 70, a América Latina inteira estava submetida a regimes ditatoriais. Ditaduras em todos os países latino-americanos. Como explicar isso? A guerra fria entre USA e URSS? Ameaça da União Soviética? Cubanização da América Latina?
Nada disso, desocupado leitor como dizia Cervantes, é a causa determinante da emergência das ditaduras e do retorno da democratização. Seria então a campanha do presidente Carter a favor dos direitos humanos?
Essas perguntas são fundamentais para entender o que passou desde José Sarney até agora, pondo ênfase menos nas dessemelhanças do que nas semelhanças entre os governos depois de 64. Nesse teatro o aspecto anedótico deve ser deixado de lado, em função do papel do Brasil na divisão internacional do trabalho e no processo de acumulação de capital a nível mundial. E, nesse aspecto, devemos tirar o chapéu para a lucidez da sociologia de Andre Gunder Frank.
É preciso dizer aqui que Andre Gunder Frank foi descartado na década de 70 por uma operação em conjunto, que envolvia universidade, instituto de pesquisa, CIA, Pentágono, bolsas de estudos para professores latino-americanos cooptados pelo imperialismo. Por isso é que surgiu no meio acadêmico uma crítica pífia e de má fé à sociologia de Gunder Frank, dizendo que esta era mecanicista por não admitir a possibilidade de progresso ou crescimento das forças produtivas sob a vigência do capitalismo na América Latina. Isso evidentemente era falso e representava uma caricatura, mas refletia sem dúvida o interesse real do capitalismo monopolista em escala mundial.
O que é preciso hoje esclarecer é a operação imperialista, que derrotou o nacionalismo de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro e, na sociologia, detonou com Gunder Frank e sua concepção acerca do desenvolvimento do subdesenvolvimento, assim como recalcou a contribuição de Ruy Mauro Marini sobre a super-exploração do trabalho. E, junto com isso, também houve a repressão contra as implicações de a Estética da Fome de Glauber Rocha, a qual denunciou o genocídio da população brasileira.
A verdade posta em foco por Gunder Frank é que a abertura política, seguida de eleições, aprofundou o modelo econômico da ditadura. Disso se conclui que, na década de 80, não mais era necessário a força política repressiva para continuar o mesmo padrão de acumulação de capital. Então, temos o mesmo modelo econômico sob o qual se ergueram politicamente a ditadura e a abertura.
Houve, a partir da década de 80, uma democratização política, mas não houve uma democratização econômica.
Gunder Frank mostrou que foi a demanda externa do sistema econômico capitalista mundial o fator responsável pela volta dos militares aos quartéis.
Hoje, eu fico aqui pensando com meus botões: não foi à toa que Gunder Frank chegou ao Brasil, ficou amigo de Leonel Brizola e foi chamado por Darcy Ribeiro para dar aula na Universidade de Brasília.
A juventude precisa urgentemente estudar os livros de Andre Gunder Frank, assim como ao PDT cumpre a tarefa de homenageá-lo publicamente, ou senão dar a um brizolão o nome do grande sociólogo do desenvolvimento do subdesenvolvimento.

Charge Online do Bessinha: PRÉVIAS...GANHEI???

Piche como os jovens: “aqui mora um torturador”

Piche como os jovens: “aqui mora um torturador”


O Conversa Afiada reproduz texto do Movimento Levante Popular da Juventude:

Jovens fazem atos contra toturadores e pela Comissão da Verdade

Saímos às ruas hoje para resgatar a história do nosso povo e do nosso país. Lembramos da parte talvez mais sombria da história do Brasil, e que parece ser propositadamente esquecida: a ditadura militar. Um período onde jovens como nós, mulheres, homens, trabalhadores, estudantes, foram proibidos de lutar por uma vida melhor, foram proibidos de sonhar. Foram esmagados por uma ditadura que cruelmente perseguiu, prendeu, torturou e exterminou toda uma geração que ousou se levantar.


Não deixaremos que a história seja omitida, apaziguada ou relativizada por quem  quer que seja. A história dos que foram assassinados e torturados porque acreditavam ser possível construir uma sociedade mais justa é também a nossa história. Nós somos seu  povo. A mesma força que matou e torturou durante a ditadura hoje mata e tortura a juventude negra e pobre. Não aceitamos que nos torturem, que nos silenciem, nem que enterrem nossa memória. Não esqueceremos de toda a barbárie cometida.


Temos a disposição de contar a história dos que caíram e é necessário expor e julgar aqueles que torturaram e assassinaram nosso povo e nossos sonhos. Torturadores e apoiadores da ditadura militar: vocês não foram absolvidos! Não podemos aceitar que vocês vivam suas vidas como se nada tivesse acontecido enquanto, do nosso lado, o que resta são silêncio, saudades e a loucura provocada pela tortura. Nós acreditamos na justiça e não temos medo de denunciar os verdadeiros responsáveis por tanta dor e sofrimento.


Convidamos a juventude e toda a sociedade para se posicionar em defesa da Comissão Nacional da Verdade e contra os torturadores, que hoje denunciamos e que vivem escondidos e impunes e seguem ameaçando a liberdade do povo. Até que todos os torturadores sejam julgados, não esqueceremos, nem descansaremos.


ESCULACHO CONTRA TORTURADOR EM BELO HORIZONTE


O Levante Popular da Juventude denunciou na manhã desta segunda-feira (26) o torturador Ariovaldo da Hora e Silva. Cerca de 70 pessoas participaram do esculacho em frente à residência do torturador Ariovaldo da Hora e Silva, na rua Biagio Polizzi, 240, apto 302, bairro da Graça, Belo Horizonte (MG).


Além de portarem faixas, cartazes e tambores, os manifestantes distribuíram cópias de documentos oficiais do DOPS contendo relatos das sessões de tortura com participação de Ariovaldo, para conscientizar a população vizinha ao criminoso.


Ariovaldo foi investigador de polícia em exercício no Departamento de Vigilância Social (ligado ao DOPS) durante o período da ditadura militar, quando cometeu crimes contra a humanidade, em especial a tortura de Jaime de Almeida, Afonso Celso Lana Leite, Cecílio Emigdio Saturnino e Nilo Sérgio Menezes Macedo, entre outros.


A resposta da sociedade foi positiva à manifestação, segundo o militante do Levante Popular da Juventude em Minas Gerais, Renan Santos.


“No meio das organizações de direitos humanos ele é uma figura conhecida como torturador. Já foi denunciado outras vezes publicamente, só que hoje em dia ele vive como se nada tivesse acontecido. Ele tem denúncias de participação em assassinatos, intimidações e agressões físicas, por volta dos anos de 1969 e 1970. Sobre isso nós temos denúncias relatadas”, afirma Renan.


Alguns vizinhos ficaram surpresos. “Não sabia que o Seu Ari era um torturador. Tenho na família um caso de perseguido pela Ditadura e vou divulgar isso”, afirma um morador da região. O denunciado estava em casa e pôde ouvir e assistir à manifestação, tendo aparecido na janela por alguns segundos.


O Levante Popular da Juventude realiza simultaneamente em várias capitais do país ações de denúncia de diversos torturadores, que continuam impunes. Os manifestantes exigem a apuração da verdade sobre os crimes cometidos pela ditadura militar.


QUEM É ARIOVALDO DA HORA E SILVA


Ariovaldo da Hora e Silva foi investigador da Polícia Federal, lotado na Delegacia de Vigilância Social como escrivão. Delegado da Polícia Civil durante a ditadura, exerceu atividades no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) entre 1969 e 1971, em Minas Gerais.


Ariovaldo  consta na obra Brasil Nunca Mais (Projeto A), acusado de envolvimento com a morte de João Lucas Alves e de ter praticado tortura contra presos políticos


Foram vítimas dele Jaime de Almeida, Afonso Celso Lana Leite e Nilo Sérgio Menezes Macedo, entre outros.


Na primeira comissão constituída para tratar do recolhimento dos documentos do DOPS ao Arquivo Público Mineiro (APM), em 1991, ele foi designado para representar a Secretaria da Segurança Pública do Estado de Minas Gerais (SESP). Em 1998, foi Coordenador de Informações da Coordenação Geral de Segurança (COSEG).


EM PORTO ALEGRE, ATO CONTRA ACUSADO PELA JUSTIÇA ITALIANA


Em Porto Alegre, cerca de 100 jovens estiveram hoje às 9h da manhã em frente à casa do Coronel Carlos Alberto Ponzi, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações de Porto Alegre e um dos 13 brasileiros acusados pela Justiça Italiana pelo desaparecimento do militante político Lorenzo Ismael Viñas em Uruguaina (RS), no ano de 1980, para exigir justiça.


A rua aparentemente tranquila mudou com a chegada da juventude. Os muros antes brancos agora denunciavam: “Aqui em frente mora um torturador!”. Os gritos de ordem, cartazes e cantos chamavam a atenção dos vizinhos, que se amontoavam nas janelas para entender o que se passava. Durante os 40 minutos de manifestação, quem transitou pela rua soube que naquele prédio mora um torturador e que o povo está organizado para não deixar que seus crimes caiam no esquecimento.


A atividade seguiu com distribuição de panfletos e conversa no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


QUEM É CARLOS ALBERTO PONZI


Carlos Alberto Ponzi chefiou em Porto Alegre o Serviço Nacional de Informações (SNI), um dos braços da repressão do ditadura, que foi criado em 13 de junho de 1964 para supervisionar e coordenar as atividades de informações e contra-informações no Brasil e exterior.


A Justiça italiana abriu processo contra Carlos Alberto Ponzi, sob a acusação de assassinato. A denúncia, aberta em dezembro de 2010, abrange outros dez militares e civis brasileiros, que chefiaram unidades de repressão política no governo João Baptista Figueiredo. Carlos Alberto Ponzi não pode entrar em território italiano sob o risco de prisão pelo desaparecimento em Uruguaiana (RS) do ítalo-argentino Lorenzo Viñas, no dia 26 de junho de 1980.


O caso está com o juiz Giancarlo Capaldo, que presidiu um processo contra Pinochet pelo desaparecimento de cidadãos ítalo-chilenos em Santiago. “Queremos chegar às responsabilidades individuais”, diz Giancarlo Maniga, que representa as famílias das vítimas na Itália. “Eles desapareceram na Operação Condor”, afirmou Claudia Allegrini, mulher de Viñas, que foi subsecretária de Direitos Humanos da Argentina. As famílias de Viñas e Campiglia acusam o governo brasileiro pela responsabilidade.


Em dezembro de 2007, a Justiça da Itália pediu a extradição de Carlos Alberto Ponzi e mais 139 militares e policiais sul-americanos envolvidos em sequestro, tortura e morte de pelo menos 25 militantes políticos que foram alvo da Operação Condor e tinham cidadania italiana. Treze brasileiros foram acusados de participar do desaparecimento dos ítalo-argentinos Horacio Domingo Campiglia e Lorenzo Ismael Viñas. Dos 13, seis já morreram. Os que ainda permanecem vivos podem prestar esclarecimentos ao Ministério Público.


O coronel Carlos Alberto Ponzi sofre também acusação pelo desaparecimento de Viñas do Ministério Público Federal, que ajuizou representações em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Uruguaiana (RS), pedindo a abertura de inquérito contra ex-autoridades da ditadura militar acusadas de assassinato e sequestro. As ações foram movidas pelos procuradores Eugênia Augusta Fávero e Marlon Alberto Weichert.


EM SÃO PAULO, MANIFESTAÇÃO CONTRA ENVOLVIDO NATORTURA DE IVAN SEIXAS E SEU PAI


Cerca de 150 jovens do Movimento Levante Popular da Juventude realizam um protesto contra o torturador David dos Santos Araújo, o Capitão “Lisboa”, em frente a sua empresa de segurança privada Dacala, na Zona Sul da cidade de São Paulo, na Av. Vereador José Diniz, 3700.


Os manifestantes promovem um ato de escracho/esculacho contra David dos Santos para denunciar suas ações enquanto torturador do Regime Militar.


David dos Santos Araújo é assassino e torturador, de acordo com Ação Civil Pública do Ministério Público Federal. A ação registra o seu envolvimento na tortura e morte de Joaquim Alencar de Seixas. Em agosto de 2010, o Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública pedindo o afastamento imediato e a perda dos cargos e aposentadorias do delegado da Polícia Civil paulista pela participação direta de atos de tortura, abuso sexual, desaparecimento forçados e homicídios em serviço e nas dependências de órgãos da União.


Araújo é delegado de Polícia Civil aposentado e dono da uma empresa de segurança privada, a Dacala. Nas ações de repressão, no Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operação de Defesa Interna (DOI-Codi), utilizava o nome de “Capitão Lisboa”.


O livro Dossiê Ditadura – produzido pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos – tem o registro de que Joaquim e seu filho, Ivan Seixas, foram presos em abril de 1971 e levados para o (DOI-Codi), onde foram espancados. Na sala de interrogatório, foram torturados um em frente ao outro.


Os assassinos de Joaquim Alencar de Seixas foram identificados por seus familiares e companheiros como o então major Carlos Alberto Brilhante Ustra, o capitão Dalmo Lúcio Muniz Cirillo, o delegado Davi Araújo dos Santos, o investigador de polícia Pedro Mira Granziere e outros conhecidos apenas por apelidos.


Em depoimento no Dossiê Ditadura, Ivan Seixas contou que na sala de tortura foi pendurado no “pau de arara”, enquanto seu pai foi posto na “cadeira do dragão”. Ambos foram torturados por uma equipe de umas cinco pessoas, dos quais conseguiu identificar, entre outros, David dos Santos Araújo.


O “Capitão Lisboa” também é acusado de abuso sexual, como declarou Ieda Seixas, que em depoimento ao Ministério Público Federal disse que foi prensada na parede por ele, que depois enfiou a mão dentro da sua roupa, falando obscenidades e fazendo ameaças.


David dos Santos Araújo é portador de 111 armas em situação ilegal, de acordo com investigação da Polícia Federal. A empresa de segurança Osvil, de propriedade de Araújo, perdeu por irregularidades o alvará de funcionamento como empresa de segurança que autorizava o registro de armas.


Com isso, as armas deveriam ser entregues à Polícia Federal. No entanto, essas armas se encontram extraviadas. Depois de perder o alvará, Araújo abriu uma nova empresa de segurança, chamada Dacala Segurança, que tem como clientes o grupo Anhanguera Educacional, Banco Itaú, Ford, Jac Motors, Banco Safra, Volkswagen, Banco Santander.


O processo da PF afirma que ao todo Araújo tem mais de duzentas armas ilegais, além de um arsenal de oitocentas regularmente registradas em nome da empresa Dacala, que é acusada também pelo emprego ilegal de armas de fogo na atividade de segurança privada, de acordo com a Polícia Civil.



Clique aqui para ler “Mezarobba e a Lei da Anistia: a Verdade que se espera”.


Do Blog CONVERSA AFIADA.

O conjunto de rock Fome Zero lançou nesta segunda-feira (26.03) na redes sociais o clipe da música “Pinheirinho”.

Serenata para Alckmin e Dona Lu: Pinheirinho ganha rock de protesto.


O conjunto de rock Fome Zero lançou nesta segunda-feira (26.03) na redes sociais o clipe da música “Pinheirinho”.

A proposta da canção é um manifesto pelo “rock-jornalismo”, no qual a banda explora temas relevantes do cotidiano do país, que nem sempre encontra o devido espaço nos meios de comunicação tradicionais. É o caso de “Pinheirinho”, cujo clipe traz imagens feitas por cinegrafistas da imprensa e amadores, além de depoimentos no Senado sobre o assunto.

Fundado em 2003 por jornalistas, o Fome Zero nasceu com o objetivo de “cobrir”, com irreverência e crítica política o governo Lula que estava iniciando. Depois de um período fora dos palcos, a banda retoma a mesma proposta na era Dilma.

A banda é composta pelos jornalistas Alexandre Teixeira (ex-redator-chefe da Época Negócios), Arnaldo Comin (ex-editor-executivo do Brasil Econômico), Dubes Sônego (repórter especial do iG) e o cineasta Alek Ribet.